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Hoje, 22, é o Dia Mundial da Água, um recurso natural essencial, seja como um componente bioquímico de seres vivos ou ainda como meio de vida de várias espécies vegetais e animais. A preservação do meio ambiente é um pilar fundamental que norteia a cadeia da produção agropecuária, sobretudo em Goiás. A Emater-Go foi uma pioneira no trabalho de defender a preservação das nascentes dos rios e córregos goianos, explicando aos criadores e agricultores a importância dessa preservação para evitar erosões das suas margens.
Como um dos estados líderes no processo de irrigação das lavouras, com ênfase na região do Entorno de Brasília, a Secretaria da Agricultura, a Faeg/Senar, entre outros, têm chamado a atenção para a adoção do sistema de gotejo. A economia é bem maior. Há empresas atuando com reserva no uso da água. A data é comemorada nas instituições oficiais e empresariais ligadas ao agro.
Não são poucos os alertas de especialistas para o fato de que a escassez hídrica no mundo pode ser a causadora de conflitos globais, caso as nações e empresas não adotem o mais rápido possível práticas sustentáveis de gestão da água. Informações obtidas pelo projeto MapBiomas, com base em análises de imagens feitas por satélite em todo o território nacional, entre 1985 e 2020, mostram que o Brasil perdeu 15% de sua superfície de água doce nos últimos 30 anos.
Dados alarmantes
Outro dado alarmante divulgado pelo Instituto Trata Brasil no ano passado, mas referente a 2020, revela que o desperdiçou mais de 40% de toda a água potável captada naquele ano. Em 2019, esse percentual era de 39%, o que denota que a situação tem piorado. Por isso, o Dia Mundial da Água, comemorado hoje, além de promover a conscientização da população, busca evidenciar iniciativas como da Marajoara, uma indústria de laticínios localizada em Hidrolândia, na Grande Goiânia que por meio de iniciativas relativamente simples tem feito uma gestão sustentável de todo o ciclo dos recursos hídricos que usa em seus processos fabris.
Uma dessas iniciativas é o projeto Fertirrigação, que aproveita as águas residuais da fábrica de laticínios. Após serem tratados numa estação de tratamento efluentes próprios, os recursos hídricos utilizados vão para uma rede de irrigação montada numa área de pasto com 160 mil m², próxima à indústria. Ao invés de descartar essa água no córrego da cidade, ela é usada para irrigar o pasto, mantendo a produtividade do mesmo o ano inteiro.
A Marfrig - líder global na produção de hambúrgueres e uma das maiores empresas de carne bovina do mundo - entende que o insumo é fonte de vida e fundamental para os processos produtivos do setor. Nesta data, a companhia reforça seu compromisso com a eficiência e a gestão deste recurso. Outros seguem a mesma prática, gerenciando o uso da água por meio de uma série de processos e rotinas para garantir as melhores práticas e o consumo consciente.
A Copersucar, a maior comercializadora de açúcar e etanol do mundo, dentro desta esfera, defende o uso eficiente dos recursos hídricos. Observa que ganha destaque com iniciativas das usinas sócias para o melhor aproveitamento da água. Nas últimas quatro safras, a companhia e as 34 unidades associadas reduziram em 43% a captação de água, uma vez que o volume retirado de rios e do subsolo passou de 173,6 milhões de metros cúbicos registrados na safra 2018-2019 para 98,8 milhões de m³ no último período.
Audiência pública debate hoje a crise hídrica
Em alusão ao Dia Mundial da Água, a Comissão de Meio Ambiente da Câmara Federal, em Brasília, celebra a data nesta quarta-feira (22), a partir das 13h, em audiência pública com representantes de movimentos sociais, organizações não-governamentais (ONGs), empresas e outros atores relacionados ao acesso social e universal à água potável. A efeméride foi instituída em fevereiro de 1993, a partir de resolução da Organização das Nações Unidas (ONU), após recomendação dos participantes da Conferência Eco-92, ocorrida no Rio de Janeiro no ano anterior.
A audiência ocorre a partir de requerimento da presidente do colegiado, senadora Leila Barros (PDT-DF). A parlamentar lembra que o Brasil também está sujeito a graves crises hídricas e secas:
“Há um fator importante atrelado aos recursos hídricos em nosso território. A produção de água, por assim dizer, está diretamente relacionada à conservação dos ambientes naturais. A estrutura florestal de todo o bioma amazônico produz, diariamente, 20 bilhões de litros de água pelo processo de evapotranspiração das árvores. Essa água, conhecida como ‘rios voadores, percorre o país e abastece os principais aqüíferos do Sul e Sudeste. Uma pesquisa do MapBiomas aponta que está ocorrendo uma redução na área total de lâminas d’água, em todo o país. Na Bacia do São Francisco, por exemplo, a perda equivale a 50% da superfície de água natural entre 1985 e 2020”, alerta a senadora.
