O pouco caso que a Enel vem tratando seu serviço de manutenção no momento em que a empresa é praticamente expulsa do Estado, reforça o que constantemente viemos alertando as autoridades e aos leitores deste espaço :que essa empresa veio com data certa para ir embora.
Desse modo, o problema da falta de energia pode ser explicado pelo seguinte paradoxo: por um lado, são pífios os investimentos na expansão do sistema; Por outro lado, os excepcionais ganhos de produtividade de milhões de reais, que a empresa obteve enxugando radicalmente sua estrutura organizacional ,evidenciam que o excedente gerado pela diferença entre o que se recebe e o que se investe fora hipoteticamente apropriados pela empresa sem que essa repartisse , como manda a lei, com a sociedade local.
O diagnóstico desse capitalismo de motel descompromissado com o desenvolvimento da região evidencia a fragilidade com que o órgão regulador do sistema (no caso a Agência de Energia Elétrica (Aneel)) é capturado pelo regulado (Enel).
Antes de irmos adiante creio que convém consultarmos o doutor Google no tocante a essa relação delicada quando o regulado dita as regras para o órgão que deveria regular as ações da empresa. Eis o resultado da consulta:
“A captura do regulador é uma forma de corrupção política que ocorre quando uma agência reguladora, criada para agir de acordo com o interesse público, age em benefício de interesses comerciais ou políticos de específicos grupos de interesse que domina a indústria ou o setor agência reguladora.” Mais adiante, enfatiza o google: a Captura do regulador é uma forma de falha do Estado. Ela cria uma brecha para firmas ou grupos políticos atuarem de maneiras prejudiciais ao público, ou seja, são ditas agências capturadas”
Nos tempos da falecida Celg presenciei o completo domínio do regulado pelo regulador. Cansei de ver aportarem dentro da empresa os técnicos da Aneel produzirem documentos fazendo n recomendações técnicas provenientes do órgão regulador eram imobilizadas pelos interesses políticos.
É num contexto semelhante a esse que a ANEEL enviou a Goiás para acompanhar uma denúncia de conhecimento da sociedade. Ciente dessa relação regulador-regulado, creio ser oportuna a seguinte indagação: que resultados objetivos a visita desses técnicos poderão resultar numa imediata mudança de postura da Enel? De duas uma: ou a empresa tomará medidas imediatas (o que duvido) para sanar o problema, ou a vinda dos desses técnicos a Goiás, num contexto em que de captura do regulador pelo regulado, será mais um teatro armado para inglês ver.
