A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde como “um
estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de
afecções e enfermidades”. Sob essa ótica, evidencia-se que essa definição não
se aplica à parcela majoritária dos estudantes do ensino médio vinculados ao
Enem.
O Enem se tornou um tema delicado no âmbito escolar, devido à
pressão colocada sobre os estudantes, sob o pretexto de que não poderiam
alcançar seus objetivos sem prestar vestibular. Infelizmente, essa narrativa é
reforçada frequentemente nas salas de aula, dentro de suas próprias casas e nos
meios sociais, causando insegurança e desmotivação aos indivíduos. Dito isso,
observa-se que a forma a qual os alunos aprendem a encarar o vestibular é
equivocada, visto que ao invés de serem ensinados a se manterem calmos diante
de uma situação de estresse como a realização de uma prova e assim poder
desenvolver as dúvidas surgidas durante o processo de aprendizagem, são
pressionados e submetidos à insegurança e ao estresse. Este equívoco coloca
inúmeros obstáculos (evitáveis) na vida de um adolescente, tornando-o um
indivíduo vulnerável e propenso ao estresse e a transtornos de ansiedade.
Ademais, considera-se que o Enem é uma prova extensa que
exige dedicação e demasiado esforço. Portanto, é plausível que os alunos tenham
picos de estresse durante a realização da prova. No entanto, não deveria ser de
tal maneira, tendo em conta que isso desgasta a integridade emocional dos
vestibulandos.
Destarte, faz-se necessário reavaliar a forma a qual
preparamos os alunos para o futuro, objetivando, desta vez, prepará-los
emocional e profissionalmente, bem como aconselhá-los a tentar novamente caso
falhem. Sobretudo, impulsioná-los consistentemente a buscarem seus sonhos e
projetos de vida, mesmo que de forma paralela ao exposto.