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OPINIÃO PÚBLICA

O farisaísmo bolsonariano

Absolutamente certo da sua derrota o capitão Jair Bolsonaro, com o cinismo característico, forja pretextos para os seus propósitos golpistas. Um deles é o que consiste em desacreditar as urnas eletrônicas. O ridículo dessa formulação bolsonariana não está apenas no fato de que a acusação é risível, já que ele é a única pessoa no Brasil a fazer questionamento tão absurdo. A desfaçatez de Bolsonaro é extremamente realçada pelo fato de que a eleição dele, Bolsonaro, aconteceu exatamente sob o sistema da urna eletrônica. Como candidato Bolsonaro jamais fez qualquer arguição contra o sistema. Eleito, nada disse. Na verdade ele nunca teve – nem poderia ter – qualquer alegação contra um sistema eleitoral que em todo o mundo civilizado é predominante. Somente agora com os seus objetivos de antidemocrata sem escrúpulos, golpista histórico, está a manifestar.

O fato suscita a interrogação: Bolsonaro aceitará o resultado das urnas? Reitero essa interrogação – já que a fiz em artigo anterior – porque de um político inescrupuloso como Bolsonaro é esperável, infelizmente, todo e qualquer desrespeito a democracia. Tenho de reiterar também outra indagação: existe algum respaldo militar aos propósitos golpistas bolsonarianos? Como se sabe há na história do Brasil inúmeros fatos a demonstrar a existência no militarismo brasileiro de segmentos deploravelmente inimigos da democracia, segmentos esses que se multiplicaram nos últimos anos. Há, assim, infelizmente razões para fundados receios, sobretudo porque no exercício da presidência da República está o principal interessado no golpe.

Nos últimos dias se tem assistido a um comportamento de Bolsonaro e seus apoiadores devotado à busca de apoio para o pleito do próximo dia 30. Em meio a essa movimentação dos que tentam alcançar a reeleição do desmoralizado presidente verifica-se vergonhosa tentativa de empulhação do eleitorado com falsas “pesquisas nacionais” ridiculamente favoráveis ao postulante da reeleição. São números ridículos que os bolsonarianos difundem sem o menor escrúpulo e sem a menor consideração para com a Inteligência do eleitor. É um quadro revoltante contra o qual, infelizmente, nada se pode fazer.

As verdadeiras pesquisas, como as do Instituto Datafolha e da Rede Globo dão ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva uma vantagem que em números globais se pode avaliar em treze a quatorze milhões de frente. Parece-me tranquila a vitória de Lula, mesmo porque tendo ela sido de cinco milhões de votos no primeiro turno, as perspectivas de aumento da supremacia lulista cresceram após o resultado da primeira etapa eleitoral. E cresceram paulatinamente de modo que o adeus bolsonariano vai acontecer daqui a dez dias, ou seja, no dia 30.


		O farisaísmo bolsonariano
Eurico Barbosa, Advogado, jornalista, escritor e integrante da Academia Goiana de Letras (AGL). Fonte: Reprodução

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