Parque Louzandes, bom para morar, ruim para quem tem que ir trabalhar e utilizar os serviços públicos
DM Redação
Publicado em 2 de setembro de 2025 às 11:26 | Atualizado há 6 horas
Por Garibaldi Rizzo
Lembro-me bem da Avenida Olinda em tempos atrás , quando era o caminho para os setores Aruanã , passava ladeando a fazenda pertencente ao pecuarista Lourival Louza. Era uma avenida ainda tranquila.
Lourival Louza era dono desta fazenda, uma grande área na região. Visionário que era, doou grandes partes do terreno original para o Governo, para a construção de equipamentos públicos, como o Estádio Serra Dourada e o Autódromo Internacional de Goiânia Ayrton Senna. Ele sabia que essas obras valorizariam.
Foi proprietário da área onde hoje está o Jardim Goiás e o Parque Flamboyant, que também era o dono da Fazenda Botafogo e investiu na urbanização planejada da região para lotear a área, contribuindo para a expansão de Goiânia.
O Park Louzandes em Goiânia foi criado em 1992, a partir do parcelamento da Fazenda Gameleira, e se tornou um bairro moderno com forte potencial de expansão.
A instalação do Paço Municipal (prefeitura) em 2000 foi um marco inicial para o desenvolvimento do bairro. Posteriormente, a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) e o Fórum Cível também foram inaugurados no local, atraindo um grande fluxo de pessoas.
Ainda tem a ideia absurda e desnecessária de construir uma nova Câmara Municipal no setor. A Fazenda Gameleira, que deu origem ao Park Louzandes, também foi responsável pela criação do bairro vizinho Alphaville Flamboyant, mostrando como a área foi fundamental para o crescimento da região sul de Goiânia.
O bairro possui acesso a importantes vias como a Avenida 136, GO-020 e BR-153, facilitando o deslocamento para outras regiões da cidade. Mas a nossa Avenida Olinda recebe a maior demanda e está se tornando um grande gargalo de acessibilidade. Ela está localizada no Setor Park Luozandes, uma área que se desenvolveu ao longo do crescimento de Goiânia.
As dificuldades de acesso à Avenida Olinda em Goiânia são relacionadas a um estreitamento da via e ao tráfego que precisava contornar uma rotatória. Contudo, a prefeitura iniciou intervenções para melhorar o acesso, como a remoção do estreitamento e a construção de um novo trecho que liga diretamente o fluxo de veículos à avenida, com o objetivo de redistribuir o tráfego e aliviar a sobrecarga no trecho.
A cidade enfrenta problemas com o congestionamento do tráfego. A má qualidade do planejamento urbano é apontada como um dos fatores que contribuem para a falta de fluxo nas vias.
A decisão de transferir órgãos públicos para o Parque Louzandes, ,pode ter sido uma boa opção para otimizar o uso de imóveis e centralizar serviços, mas a sua avaliação como “boa” ou “má” depende de como os benefícios e desafios foram gerenciados, como os impactos no meio ambiente local, o acesso dos cidadãos aos serviços e a viabilidade financeira da realocação. Para uma avaliação completa, seria necessário analisar dados específicos sobre o projeto, como os custos, a satisfação dos servidores e do público, e os resultados.
Se os governos pensam em revitalizar o centro da cidade, os corredores norte e sul e leste e oeste, seria os locais mais lógico para os órgãos públicos estrem localizados ao longo da avenida Goiás, Anhanguera. Goiás norte.
A maioria dos servidores não mora nestes setores nobres, muito menos os usuários, as dificuldades de acesso são visíveis na hora dos picos, sem levar em conta que a BR -153 é o grande bloqueio no fluxo. Mas, agora é tarde.
Garibaldi Rizzo é arquiteto e urbanista