Um educador contemporâneo é um arquiteto de aprendizados que projeta uma experiência que mexe com as emoções dos estudantes. Nesse momento em que há uma grande oferta de conteúdo na internet, o professor atua como um grande líder do processo de aprendizagem dos estudantes, por meio de mentorias e curadoria de conteúdo. A escola deve ajudar os alunos a gerenciar o próprio aprendizado, dando-lhes autonomia nesse processo, proporcionado ferramentas para que essa jornada seja prazerosa.
O estudante quer vivência digital, mas também anseia pelas interações presenciais. Tecnologia vai além de aparelhos eletrônicos e softwares. No contexto da educação, tecnologia são novas formas metodológicas de promover o aprendizado.
O processo de aprendizagem e a tecnologia têm muito em comum. Ambos buscam simplificar o complexo. Enquanto a tecnologia evolui rapidamente, nosso modelo de educação insiste na utilização de aulas expositivas com apresentações em PowerPoint intermináveis.
O típico modelo de aula em que o professor é o dono da informação e o aluno fica na carteira copiando não funciona bem devido ao baixo engajamento dos alunos e à baixa retenção de aprendizado. O fracasso dessa abordagem se intensificou devido à facilidade que os estudantes passaram a ter para se conectar num universo bem mais interessante, por meio de seus smartphones.
É preciso engajar para educar. Se não retermos a atenção do estudante, ele não vai aprender. O foco deve estar na estar na experiência e não no aprendizado, que é uma consequência da experiência que o estudante escolhe ter ou não.
Existem cinco fases do aprendizado: compreender, reter, praticar, disseminar e criar. Dentro de sala de aula e com aulas expositivas, o aprendizado fica frequentemente limitado à segunda fase apenas, o que impacta na eficiência da retenção. Conhecimento guardado não tem grande valor. Apenas quando o associamos a uma ação, ele começa a gerar algum resultado prático.
Portanto, é preciso projetar experiências que tenham o intuito de estimular as outras fases do aprendizado e sejam oportunidades para que outras habilidades sejam desenvolvidas. Algumas delas são frequentemente exigidas no mercado de trabalho e na vida, mas pouco desenvolvidas na escola, como: autonomia, trabalho em grupo, colaboração, iniciativa, criatividade, senso crítico, resolução de problemas e tomada de decisões rápidas com poucas informações.
Com ou sem tecnologia, o importante é arquitetar uma experiência que marque a memória dos estudantes. Agora, pare um momento e reflita. Quais são os momentos que mais marcaram você na época da escola? Você estava copiando algo do quadro ou ouvindo o professor? Provavelmente você se lembra de uma apresentação, de um jogo, de uma feira de ciências, de um debate, de uma gincana ou de uma peça de teatro.
