17º encontro de folia de Reis e 3º de catira
Diário da Manhã
Publicado em 27 de janeiro de 2018 às 02:08 | Atualizado há 7 anos
Pela terceira vez vamos ter um encontro de catireiros, agora, na Praça da Matriz de Campinas, que se dará neste sábado, dia 27, das 18 às 22 horas. E no domingo, dia 28, no mesmo local, o tradicional Encontro de Folia de Reis, que já somam 17, iniciando com a Missa na Matriz, às 7 horas e indo até a apresentação do último grupo. A Missa terá participação dos foliões e as cantorias e versos são de autoria do vice-presidente da Comissão Goiana de Folclore, professor, folião e antropólogo da UFG, Jadir de Moraes Pessoa. Serão encontros e não concursos, todos os grupos receberão diploma de participação, também os foliões-mirins, que darão continuidade aos grupos.
“Folia de Reis é folclore, é cultura popular, é festa, é manifestação! “Folia de Reis é religiosidade popular, é devoção de casa em casa, é culto ao Menino de Belém!”
“A Folia de Reis é folclore, ela compreende muitos saberes, muitos conhecimentos. O embaixador tem que conhece toda a história, todos os fundamentos para orientar bem a Companhia. Também tem que ter a cabeça bem organizada para sequenciar os versos. Cantar uma segunda voz também supõe um conhecimento profundo da melodia. E a caixa, então? Se não for bem batida atrapalha toda a toada. Do mesmo modo, a Folia de Reis é cultura popular, ela existe para atender a uma necessidade dos moradores. Qual necessidade? A necessidade de renovar a sua fé e a sua devoção. Nós existimos para levar a divindade (Menino Jesus, Maria, José e os três Reis) à casa do morador.”
Regina Lacerda, “Madrinha do Folclore Goiano”: “As folias não são, como se julga, por visão superficial, motivo de diversão com predominância da parte lúdica. São elas um culto que se presta ao Deus nascido. Os foliões, com a sua bandeira à frente (onde está o “registro” dos três Reis do Oriente), fazem suas visitas às casas, relembrando a peregrinação de Gaspar, Baltazar e Melchior, procurando levar a cada família as bênçãos dos céus. As famílias os recebem com devoção e respeito, e sua mensagem manifesta desde o canto da chegada: Senhor dono da casa / Abre a porta, acende a luz. / Recebei os Santos Reis / E o coração de Jesus”.
“A catira ou O catira – A origem mais provável desta dança genuinamente brasileira é o histórico contato entre os descendentes de portugueses e os indígenas no litoral de São Paulo. Os descendentes de portugueses formaram naquela capitania o chamado “caipira paulista” ou simplesmente “caipira”, definido por Antônio Cândido como “o homem dos mínimos vitais”. Ou seja, o caipira é um cidadão do mundo rural, de roças não muito avantajadas, porque ele se contentava com o que encontrava nos rios e nas matas (pesca, caça e coleta). Esse sujeito aprendeu, a seu modo, uma dança indígena chamada “Cateretê”. Gradativamente foi mudando seu nome para “Catiretê”, depois, “Catira”.
Com o surgimento de novas necessidades econômicas, o Caipira se deslocou do litoral rumo ao interior, seguindo o caminho das Bandeiras. Isso quer dizer que o povoador do Brasil Central foi, em grande medida, o caipira paulista. E com ele vieram as manifestações populares que ele ia herdando e transformando. Assim é que chegaram para nós as folias, os mutirões, o cururu, a Catira e um montão de comidas gostosas. É por isso, também, que há duas situações em que a Catira na hora da folga, depois de um dia de mutirão (vem aí o uso da palavra “folguedo” = diversão). A segunda, que ainda acontece bastante, é a Catira acompanhando as folias de casa em casa. Mas, atenção!Quem aprende refaz, ou seja, faz de outro jeito. Por isso é que temos, por exemplo, grupos que intercalam sapateado e palmas e grupos que intercalam sapateado e pandeiro.”
Os encontros estarão sob as responsabilidades do Senhor Prefeito, Iris Rezende Machado, do secretário Municipal de Cultura, Kleber Adorno, da presidente da Comissão Goiana de Folclore, historiadora Izabel Signoreli e do reitor do Santuário Basílica de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Pe. João Otávio Martins. A locução estará a cargo do experiente animador-cantor Adalto Bento Leal. Café e almoço para os participantes.
Contamos com as presenças de todos os afeiçoados das nossas manifestações folclóricas.
Macktub!
(Bariani Ortencio. barianiorten[email protected])