Opinião

1968, o ano que não terminou. 50 anos! Um tributo a Yuri Gagarin

Diário da Manhã

Publicado em 19 de janeiro de 2018 às 23:52 | Atualizado há 7 anos

Um dos gran­des so­nhos do ho­mem é do­mi­nar o es­pa­ço. Já na mi­to­lo­gia gre­ga con­ta­va-se a his­tó­ria de Íca­ro, um jo­vem pre­so no la­bi­rin­to do Mi­no­tau­ro cu­ja úni­ca sa­í­da era su­pe­rar a gra­vi­da­de se “agar­ran­do” ao ar.

Ou­tro que em­pol­gou o ima­gi­ná­rio po­pu­lar foi o fran­cês Jú­lio Ver­ne com seu li­vro de 1865, so­bre ho­mens que vi­a­jam a lua usan­do um gi­gan­tes­co ca­nhão. A his­tó­ria não pas­sa­va de de­va­nei­os do es­cri­tor, mas ins­pi­rou os pri­mei­ros es­tu­dos so­bre fo­gue­tes.

En­tre­tan­to com o fim da Se­gun­da Guer­ra Mun­di­al, em 1945, emer­ge no mun­do ou­tro con­fli­to. A dis­pu­ta da he­ge­mo­nia po­lí­ti­ca, en­tre o blo­co ca­pi­ta­lis­ta li­de­ra­do pe­los EUA e o blo­co so­ci­a­lis­ta li­de­ra­do pe­la Uni­ão So­vi­é­ti­ca, cria-se a Guer­ra Fria.

Nes­te en­se­jo, a cor­ri­da es­pa­cial to­ma con­tor­nos ini­ma­gi­ná­veis pa­ra hu­ma­ni­da­de, ex­tra­po­lan­do os li­mi­tes do pla­ne­ta. En­fim o ho­mem al­can­çou o es­pa­ço.

O ini­ma­gi­ná­vel ocor­re, em 1961, com o as­tro­nau­ta so­vi­é­ti­co Yu­ri Ga­ga­rin abor­do da ne­ve es­pa­cial Vos­tok 1 ór­bi­ta a ter­ra, sen­do o pri­mei­ro ho­mem no es­pa­ço.

Pi­lo­to mi­li­tar gra­du­a­do pe­la es­co­la de Sa­ra­tov em 1955, e pe­la uni­da­de de trei­na­men­to de ca­ças Vo­ros­hi­lov Chka­lovsk foi se­le­ci­o­na­do co­mo cos­mo­nau­ta pa­ra ta­ma­nha fa­ça­nha.

A pro­e­za ocor­reu em 12 de abril de 1961. A mis­são lan­ça­da do Cos­mó­dro­mo de Baiko­nur du­rou uma ho­ra e qua­ren­ta e oi­to mi­nu­tos e cons­ti­tu­iu em uma vol­ta em ór­bi­ta da ter­ra a 315 km de al­ti­tu­de. Ao olhar pe­la ja­ne­la da na­ve, Ga­ga­rin cons­ta­tou fas­ci­na­do: “A Ter­ra é azul”.

A pro­e­za so­vi­é­ti­ca con­fir­mou o pi­o­nei­ris­mo no es­pa­ço lan­çan­do o pri­mei­ro sa­té­li­te, o Sput­nik, em 1957, e no mes­mo ano co­lo­ca­ram em ór­bi­ta o pri­mei­ro ser vi­vo, a ca­de­la Laika, e em 1961 en­vi­a­ram o pri­mei­ro ho­mem, Yu­ri Ga­ga­rin.

Iro­ni­ca­men­te Ga­ga­rin mor­reu em 1968 em um trei­na­men­to co­mum du­ran­te um voo de ja­to. Não viu a con­quis­ta do ho­mem à lua pe­los nor­te-ame­ri­ca­nos, em 1969 com Neil Ar­mos­trong, co­mo tam­bém não viu o fim da Guer­ra Fria, em 1989.

Ho­je a am­bi­ção hu­ma­na é con­quis­tar Mar­te. O so­nho es­pa­cial per­ma­ne­ce vi­vo na men­te de inú­me­ros ho­mens e mu­lhe­res.

Nos­sa tec­no­lo­gia avan­çou enor­me­men­te, mas o fei­to do pi­lo­to rus­so Yu­ri Ga­ga­rin é um dos mai­o­res acon­te­ci­men­tos da his­tó­ria hu­ma­na.

 

(Hen­ri­que Mat­thi­e­sen, ba­cha­rel em Di­rei­to e jor­na­lis­ta)

 


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