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OPINIÃO

A lei do mercado entre as pessoas

Daniel de Melo Costa ,Especial para Opinião Pública

Se uma cidade é composta cem por cento por ignorantes, vamos ter ignorância. A lei de mercado é a lei que define a sociedade, é aquilo que se quer, que se procura. Suponhamos que eu esteja em uma cidade em que a grande maioria das pessoas gostam de ouvir funk ou forró. Suponhamos que essa maioria gire en torno de uns 95% (noventa e cinco por cento). Então eu resolvo abrir uma boate que só toque blues. O que vai acontecer? A boate vai fechar, porque as pessoas dessa cidade não gostam de blues, preferem ir em uma boate que toque funk. Assim funciona a lei do mercado. Para a lei do mercado não importa se blues é bom ou não, o que importa é o que se procura. Aqueles que gostam de funk vão se sobressair na cidade, pois é o que o povo de lá gosta. Se uma pessoa se candidatar a prefeito da cidade e for pró funk, ela vai se eleger. Se uma pessoa abrir uma loja que venda roupas estilo funk, ela vai ganhar muito dinheiro. Por que isso acontece? Porque é isso o que as pessoas procuram! Existe algo de errado com blues? Nada, mas para as pessoas da cidade, funk é a música que comanda. Assim também acontece com as pessoas.

A sociedade tende a criar ídolos, pessoas a serem admiradas e outras a serem esquecidas. Criam uma espécie de lei de mercado entre pessoas. Fulano é simpático, ciclano é antipático. Fulano é chique, ciclano é brega. Mas isso é algo puramente subjetivo. Já disse em outras oportunidades sobre a inversão de valores da sociedade. Geralmente pessoas sem caráter, falsas, maldosas são vistas como exemplos a serem seguidos e pessoas honestas são vistas como otárias. Eis um exemplo de lei de mercado. A sociedade cria um grande palco de ilusões, pois o dinheiro, o poder e o sucesso estão necessariamente ligados a lei de mercado, ou seja ao que as pessoas procuram (seja isso bom ou não). Lei essa que só existe devido a nossa condição humana de dependermos uns dos outros para sobreviver e assim terminamos ficando a mercê da ditadura de uma maioria. Deus ensina que não devemos ter acepção de pessoas.

(Daniel de Melo Costa, servidor público, 35 anos)

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