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OPINIÃO

Política de investimento nos pequenos municípios brasileiros

Posso lhe assegurar leitor, não existe! A migração para as grandes metrópoles, capitais, mesmo, com a melhoria de conforto nas cidades interioranas, afastadas das metrópoles continua, prossegue incessante inchando, cada vez mais, os centros populosos, por falta de política pública. A migração desencadeia, toda sorte de desafios: favelas, gargalos nas principais vias de transportes, poluição, acidentes permanentes, crime organizado, aumento de meninos abandonados nas ruas, tudo conspirando, para rebaixar a qualidade de vida, em relação à cidade do interior, bem afastada das megalópoles. Contudo, por falta de política calcada na realidade conjuntural, e, pense bem leitor! Há um Ministério das Cidades, a migração do interior, para os grandes centros, prossegue sorrateira, nunca foi interrompida, embora os imensos espaços, ainda, vazios neste país gigante pela própria natureza, a carecer de governantes talhados para à excelência. O próprio crescimento desordenado desencadeia problemas, nem bem resolve uns, afloram muitos outros, o que é próprio do crescimento, mormente, quando improvisado. O processo eleitoreiro, mormente as campanhas nababescas, como as atuais, gera compromissos, estes, promessas, com elas, reivindicações, ora, os centros populosos têm maior poder de pressão, do que os pequenos municípios, por isso, eles acabam abocanhando, quase todo, o orçamento público, enquanto, a corrupção endêmica agarra outra parcela. Dessa forma, milhares de cidades, perdidas no ermo do chão brasileiro, seja por falta de conhecimento político de seus governantes, união por uma causa nobre, seja por falta de poder de barganha, acaba recebendo pouco recurso, ficam estagnadas, chupando os dedos. Em meio a essa parafernália, o Ministério das Cidades pressionado pelas megalópoles, os desafios aumentam sempre, concentra verbas nelas, nem bem apaga um incêndio, avulta-se muitos outros, subtraindo a chance de prosperidades de milhares de pequenas cidades, furtando a oportunidade de vida melhor à maioria de seus moradores. Não obstante, toda sorte de vicissitudes, subsidiando tamanha discrepância, subtraindo força na negociação, avulta-se, ainda, a falta de cultura política, tradição reivindicatória, tanto da parte dos gestores públicos municipais, como da sociedade, suas lideranças informais, e, assim, a inusitada vontade soberana, ou seja, impulso a ação perseverante, que, juntas acabam criando barreiras, cada vez maior, entre estes municípios, e os centros populosos, e, autoridades da órbita federal. Quanto maiores, mais caro ficam as obras de infra-estrutura, maior terá que ser os investimentos. Investimentos atraem ou despertam outros investimentos, de forma que as indústrias de processamento de matérias primas são atraídas, de forma natural induzidas, a se concentrarem, nos centros populosos, forjando, o vai e a volta, caminhada desnecessária, da riqueza, matéria prima, que poderia ser beneficiada na fonte produtora, incorporando valor, gerando emprego, serviços, impostos, acelerando o crescimento da economia municipal, aliviando a capital do congestionamento, e, subsequente poluição, nociva ao meio ambiente e a vida humana. Uma das matérias primas, que mais passeia, é o leite, comum a todo município interiorano, alimento nobre, altamente perecível, quanto menos andar, mais depressa for industrializado, mais qualidade alcançará, na mesa dos consumidores. Marginalizado pelo baixo grau de politização inibidor de iniciativas criadoras, moureja o gestor, o tempo todo, pelejando com os duodécimos, embora, já cativos, mas, a cada época, com menor poder de compra, tanto carcomido pela inflação, como pelo superfaturamento, ou ainda, o endividamento. Absorto, com a administração rotineira, olvida seu próprio poder de pressão, criatividade, no incentivo a melhor exploração dos recursos naturais do município, beneficiando, no local, a riqueza, quase sempre, em profusão, incorporando, com a pesquisa, outras inexploradas. Para quebrar a rotina persistente, terá que promover o mencionado choque de consciência, aquele da arraia elétrica, ou do aguilhão atirado pelo moscardo, que tanto aludia, na antiguidade, Sócrates. Entretanto, no mundo atual, era da transitoriedade, as coisas acontecem num piscar e fechar de olhos, o estado possui dispositivos especiais, basta, então, as lideranças acioná-los. O meio que já deveria ser usual, corrente, mas ainda não prova ser, é a interação: União, estado, município, por meio do artigo 174 da constituição: planejamento controle e avaliação. Para tanto, é preciso cutucar o estado, por meio de seus organismos afins, para que promova, acione, essa viva interação, Município, Estado, União e vice-versa, fazendo brotar, o benfazejo estalo de consciência, na municipalidade. Onde buscar os recursos financeiros para os, até agora, esquecidos, pouco reivindicados, investimentos? O País vive as conseqüência das gastanças excessivas da senhora Presidenta. Por oportuno leitor, minha indagação, como ficaria sua situação financeira gastando, ano todo, mais do que ganha, solapando sua própria economia? Creio que, em estado de insolvência! Esta, pois, a situação financeira atual da nação, insolvente perante seu povo e o mundo, cenário agravado, ainda mais, com o escândalo do Petrolão, descrédito inibindo possíveis investidores. Portanto, recursos financeiros no curto prazo, creio, não têm, no entanto, com o já mencionado planejamento, eles podem ser postulados, no médio e longo prazo, afinal, são arrecadados, tanto nos centros populosos, como nos milhares de municípios esquecidos, na imensidão do território nacional. Por isto leitor, é tempo de planejar, planejar é encurtar distâncias, racionalizar o pouco, para conseguir o muito. Fosse, nossa sociedade politizada, estaria ela, há bastante tempo, despertando, com o mencionado aguilhão, as lideranças interioranas, para esse nobre objetivo, grandioso mesmo! Pois, além de desafogar as grandes metrópoles do maldito inchamento, crescimento desordenado, afetando abruptamente a qualidade de vida, de toda sorte de moradores, inibiria, ou mesmo reverteria o fluxo migratório, faria renascer o crescimento econômico, progresso, bem estar, nas pequenas cidades, com o processamento de toda, ou boa parcela da matéria prima, na própria fonte produtora abrindo oportunidade, para ocupação da mão de obra ociosa, ou semi-ociosa, acomodada por displicência, falta de ingerência cidadã, catalisando o cumprimento das obrigações consubstanciadas ao trabalho, trabalho este, imprescindível ao orçamento familiar, mais do que isso, um eleito de Deus, pois, ao saciar a fome, alimenta, também, espiritualmente, preenchendo os espaços vazios da mente, mente vazia oficina do diabo. Mais de seis milhões de jovens, maioria naqueles centros populosos, sendo mutilados pelas drogas, por isso, é ele, mais do que tudo, bálsamo para a vida saudável. A matéria prima, ali produzida, ali, processada, agregaria mais valor à região geradora da riqueza, infundindo, maior oportunidade de crescimento, aos setores primário, secundário e terciário, quase sempre, esquecidos, com uma possível mudança de atitude de seus gestores, influenciados, orientados, pela interação supracitada. Ação ativa, incisiva, em busca de um mundo melhor, para seus munícipes. Em pouco tempo leitor, a carruagem dourada, desta feita, com recursos substanciais do BNDES e FCO, este, via Banco do Brasil, estaria abarrotada, com impostos, fundos financeiros, de todos patrícios. Todavia, você terá que estar sempre vigilante, alerta, para que não sejam superfaturados, pelos maus representantes, inimigos da república, tal qual, noticiou o “fantástico”, na Câmara Municipal de Roraima. Assim, como o preço da liberdade é a eterna vigilância, o preço da transparência, parcimônia, na administração pública, carece de sua incessante, eterna, vigilância, no controle externo da República, para que seja, realmente, a república ideal de todos brasileiros.

(Josias Luiz Guimarães, veterinário pela UFMG, pós-graduado em filosofia política, pela PUC- GO, produtor rural)

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