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OPINIÃO

A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las

Por título um pensamento de Aristóteles, cuja incomensurável inteligência e sabedoria figura como a ponta de um novelo que nos remete a um interior perscrutador instalado no laboratório incorpóreo da ideia ou, como queiram, e mais simplificadamente, do raciocínio, convido-o a refletirmos juntos.

Ainda por inspiração desse e nesse douto e sempre atual filósofo grego, ajuízo e alinho, ao final do parágrafo, uma pérola que se faz atualizadíssima à medida que vão refulgindo as conexões torpes que surgem delibando a república, exibindo por estrelários os palacianos de todos os sexos adornados de estrelas vermelhas tremelicantes e não tremulantes, uma chama que queima por ignomínia e, como acólitos, satélites pusilânimes sem órbita e flamejo: “O menor desvio inicial da verdade multiplica-se ao infinito à medida que avança.”

Aristóteles, em minha humilde mas temerária reflexão, era muito mais do que um filósofo. Também descubro nele a condição de vidente que publicou com séculos de antecedência o que atualmente conferimos na petrorroubalheira. Eis o vaticínio luminar por ele produzido: “No fundo de um buraco ou de um poço, acontece descobrir-se as estrelas.”

Os fatos que vivenciamos presentemente nos remetem a outros saberes e sábios, ligando-nos ao pensar de um mestre oriental que continua fazendo escola, Confúcio, cuja capacidade de alcançar a alma fazia vibrar o espírito de seus discípulos e que ainda hoje nos arrebata em ondas para um prosseguir virtuoso.

O grande mestre e sábio Confúcio legou-nos, dentre tantas pérolas filosofais, lições atualíssimas, dentre elas a que aqui reporto: “Se queres conhecer o passado, examina o presente que é o resultado; se queres conhecer o futuro, examina o presente que é a causa.”

A generosidade oriental é orvalhada de pétalas que indicam o caminho para que cada ser humano posicione-se diante das fraquezas e pequenezas humanas e, sobretudo, e acima de tudo, de como situar-se.

A assertiva do refletido na sabedoria desse genial filósofo é pedra de toque no diferenciado comportamento entre orientais e ocidentais. A história recente aponta para o juízo de valores que nos distanciam nas práticas aplicadas nas ações públicas. A justiça e a moral, assim como o ouro é sempre ouro ou o sol é sempre sol, necessariamente deveriam equivaler-se. Penso. E aqui cabe uma observação para afastar equívoco. O penso aludido trata-se do emitir juízo e não o do claudicar.

Com o pensar ressalvado peregrinamos para ilustrar com mais uma lição do sábio Confúcio, que com sua infinita genialidade nos alimenta e nos acena para um caminhar seguro: “Quando encontramos pessoas de valor, devemos pensar em como podemos ser iguais a elas. Quando, ao contrário, encontramos pessoas sem caráter, devemos nos voltar para o nosso interior e examinar o que se passa lá dentro.”

Refletimos e nos perguntamos sempre sobre os valores pessoais que nos são passados diariamente, em especial daqueles investidos em togas, ternos, batinas, no branco, na farda e em tantas outras ricas vestes que contrastam com a vestimenta do brasileiro ser humano comum. Serão eles imortais e nós simples mortais?

Há um ditado popular bem popular e bem antigo que diz: “não é o hábito que faz o monge.” Mas, queiramos nós ou não, é comum e bastante conhecido o juízo que alguns personagens, atores do cenário refletido no palco dos imortais, fazem e ou julgam a si ou de si mesmo. Uns: “Penso que sou Deus.” Outros: “Tenho certeza que sou Deus.”

Reflito: “Aguardem. A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las. A colheita vem!”

(Miron Parreira Veloso, jornalista, radialista, escritor, bel. C.Contábeis, gestor público. Livro pub. Gestão Pública – Prática e Teoria (UEG))

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