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Agricultura: uma ameaça ao Cerrado

O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul e ocupa cerca de 22% do território nacional, e dentre os biomas brasileiros, é o que mais tem sofrido com o uso da terra para a produção agricola.

Nos últimos anos, temos perdido grande parte do Cerrado para a agricultura. Em nosso país é enorme a pressão exercida pela expansão da demanda de alimentos e outros produtos agrícolas, e, para expandir a produção alimentícia, são necessárias mais áreas cultiváveis, o que implica em mais perdas, tanto dos recursos naturais como do próprio bioma em termos de dimensão.

Infelizmente essa ocupação tem ocorrido sem um adequado planejamento: os cerrados são vistos pelos empresários e agricultores apenas como um chão a ser ocupado. Os principais tipos de agricultura que vem crescendo e tomando os espaços desse bioma é a produção de soja, milho, algodão e cana-de-açúcar.  Podemos citar tambem a pecuária extensiva e a abertura de estradas, que tem como princípio a retida da vegetação nativa.

A manutenção desse tipo de atividade desenvolveu-se dependente do uso de fertilizantes e agrotóxicos, os quais causam um prejuízo enorme para o meio ambiente e principalmente para a biodiversidade local, contaminando o solo e a água. E quando nos damos conta de que essa situação se implica ao Cerrado, a preocupação aumenta ainda mais, já que a biodiversidade encontrada nesse bioma é uma das mais ricas do planeta.

Esse manejo, cada vez mais intenso, vem causando mudanças na estrutura e funcionamento desse ecossistema, acarretando um empobrecimento biológico, que se manifesta na extinção de espécies, perda da capacidade produtiva do solo, alteração dos ciclos biogeoquímicos e proliferação de espécies exóticas. A degradação do solo é a principal ameaça ambiental, pois grande parte dele está fortemente susceptível à erosão.

Revela-se necessário a implantação de políticas de manejo e desenvolvimento sustentável da agricultura,  tanto em nível de produção agrícola e cultivo quanto em pesquisas científicas, na qual incluiria investimentos em tecnologias poupadoras de recursos, o apoio à pesquisa de metodologias "biossustentáveis", o treinamento da mão de obra e a educação geral da população.

(Wallyson Martins da Cruz, graduando em Ciências Biológicas - Faculdade Araguaia. E-mail: [email protected])

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