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OPINIÃO

Chega de esgotos fecais nos rios

Quem, de manhã, ou à tardezinha, caminhar descendo a BR-153 e adentrar o Bosque Cajueiro, logo encontrará a usina que iluminou a cidade de Goiânia, ou olhando para o céu não se decepcionará, porque enxergará os céus com sua imensidão sem contaminação e corrupção, pois verá um bando de aves silvestres de garças e paturis nas liberdades do dia a dia. Sabe-se que um sozinho não faz verão. Mas se o pedestre tiver sobre a ponte do rio Meia Ponte e olhar atenciosamente para baixo, ele vai ver um rio como está, aves viventes no meio de esgotos, urinas e dejetos fecais, inclusive cágados e capivaras que saem à noite atrás da alimentação. O Rio Meia Ponte se encontra dentro de nossa querida Goiânia, hoje rio de esgoto e depósito de animais mortos, colchões, pedaços de sofá, pneus jogados pelos moradores ribeirinhos, mas se você estiver se dirigindo sobre a ponte do Rio Meia Ponte, infelizmente você estará preso a própria liberdade e deixará de ver os dois lados da BR-153, onde estão três bosques de cajueiros e outras árvores frutíferas projeto criado por um velho sem remuneração.  Simplesmente ele diz: cada um pode fazer a sua parte, cujos bosques poderão ser cartões postais na entrada de Goiânia, e caso um vereador queira fazer, do projeto para ser levado ao poder executivo para benefício desse rio e outros entretenimentos à comunidade local. Todos os bosques Cajueiros contam com belas coberturas vegetais e com árvores frutíferas, que alimentam os pássaros e os homens com suas famílias. Quando visitam os bosques e colhem todos os anos sacolas de cajus, amoras, mangas, pitangas e de outras árvores crescendo que logo produzirão os gostosos frutos da natureza, e igualmente contemplar as belas manhãs ou à tardezinha ver centenas de garças e paturis sob o céu voando. Vindo à Goiânia ou vice e versa de Hidrolândia estampando gratuitamente seu glamour e de outros que se juntam aos grupos na forma do “v”, indo alimentar os peixes nos lagos nas proximidades de Hidrolândia, enquanto outras velhas garças arriscam voos sobre os caminhos ecológicos do Rio Meia Ponte sobrevoando os bosques Cajueiros e pousam nas pedras pontiagudas da cachoeira das águas quando caem e ficam da cor do leite. Ledo engano, ela volta à sua cor natural escura pela contaminação. Mesmo assim os pássaros não se dão por vencidos enquanto nós esperamos dias melhores para o Rio Meia Ponte até hoje ignorado pelos homens, que destruíram toda as coisas da fauna e da flora, sabendo que poucos viventes que ele tem, por isso todas as manhãs novamente garças e paturis se juntam, batem suas asas à procura de alimentos em Hidrolândia. À tarde, novamente juntam e voam em direção à sua Moradia, no rio João Leite e Clube Jaó, enquanto   nas proximidades da cachoeira, da ex usina de Goiânia é notável o número de pássaros, garças e paturis, ora sobre as pedras, ora mergulhando a beira do rio a procura de peixes para se alimentar. Os peixes tentam se sobrepor a cachoeira para desovar rio acima. Devemos imaginar que ao fundarem Goiânia o Rio Meia Ponte deveria ter sido tombado como patrimônio da Humanidade, enquanto os governos brasileiros continuam preferindo fazer vista grossa os esgotos e dejetos fecais continuem a contaminar o Rio Meia Ponte.

(João Caetano de Almeida lavrador, ambientalista, ativista, incentivador das mangueiras nas praças. Criador dos Bosques Cajueiros I, II e III e o quarto em formação na BR-153, entrada de Goiânia)

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