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Reciclar e reaproveitar, imperativo de ordem mundial

A qualidade e a preservação da vida humana dependem diretamente da conservação do meio ambiente e a sociedade, como um todo, precisa se conscientizar disso. O mundo evolui, mas a consciência ambiental, embora muito se tenha avançado, não avançou na mesma velocidade e apesar de muitos organismos nacionais e internacionais buscarem soluções sustentáveis para o nosso planeta, por não serem ações integradas, não contribuem de forma muito efetiva para o meio ambiente equilibrado e saudável, além disso, muitas delas são reféns de interferências políticas e econômicas, perdendo todo o seu propósito quando são cooptadas por interesses dominantes. A humanidade sofre com o caos estabelecido pelos conflitos sociais e, ainda os ecológicos, que talvez sejam o maior desafio apresentado a ela em todos os tempos de sua vivência neste planeta. Precisamos solucionar melhor o problema do lixo, principalmente, dos chamados resíduos sólidos.

Os resíduos sólidos são todos os restos sólidos ou semissólidos das atividades humanas ou não-humanas, que embora possam não apresentar utilidade para a atividade-fim de onde foram gerados, podem virar insumos para outras atividades. Não ocorrendo reciclagem e reaproveitamento, os problemas com o lixo são iniciados desde a geração e vão até a sua deposição final (muitos deles indo parar nos lagos, rios e mares), provocando uma série de dificuldades como mau cheiro e doenças. Na grande maioria das cidades, os aterros sanitários existentes não tratam devidamente o líquido tóxico que se origina com a decomposição orgânica do lixo, mais conhecido como chorume. Este líquido pode contaminar o solo, os lençóis freáticos. Já os gases produzidos com a decomposição orgânica são liberados no meio ambiente sem o menor controle. A falta de educação, de conscientização da população em geral acerca da importância de reduzir a produção de resíduos sólidos e do seu descarte correto, parece ser um dos grandes problemas a serem superados para melhoria da qualidade ambiental. Analisando os impactos e custos sociais e ambientais, bem como a viabilidade econômica da reciclagem, é possível perceber os possíveis resultados positivos para quem nela trabalha e para o bem estar futuro da humanidade. Entretanto, é necessário mais conscientização e um alerta geral no sentido da produção e consumo em massa de materiais que trarão problemas de acúmulo de resíduos. O mais razoável seria reduzir sua geração na origem para então minimizar o consumo de matérias-primas, energia, água etc., que não precisariam então retornar ao ciclo. Essa redução, de forma mais acentuada, só será possível no futuro, se as gerações jovens de hoje forem educadas para alcançá-la. Enquanto isso não acontece, separar os resíduos domésticos, atualmente, pode representar para o moderno cidadão urbano, o comportamento mais adequado em termos ambientais. É imperativa uma reeducação global, objetivando condutas mais civilizadas em relação ao meio ambiente, fazendo o homem entender que ele faz parte desse universo, que para usufruir do bônus, tem que cumprir com o ônus. A tomada de consciência deve partir de uma nova ordem mundial, onde o homem perceba que preservar o meio ambiente é preservar a humanidade. Diferentemente do que se pensava em outros tempos, quando os resíduos eram definidos como algo que não apresentava utilidade e nem valor comercial, agora, entende-se que a maior parte desses materiais pode ser aproveitada para algum outro fim, seja de forma direta, como na utilização das aparas de embalagens laminadas descartadas pelas indústrias na confecção de placas e compensados, ou de forma indireta, por exemplo, como combustível para geração de energia que é usada em diversos processos. Nos processos industriais os resíduos são definidos como “matéria-prima e insumos não convertidos em produto”, logo sua geração significa perda de lucro para a indústria e, por isso, tecnologias e processos que visem à diminuição dessas perdas ou reaproveitamento dos resíduos são cada vez mais visados.

São muitos os impactos causados ao meio ambiente pelo atual padrão de consumo que vigora em nossa sociedade consumista, que, não leva em consideração as limitações dos recursos naturais existentes. O aumento da produção de resíduos sólidos é diretamente proporcional ao aumento do consumo; e o impacto ambiental, causado por essa sociedade, levou o mundo a abrir os olhos e buscar soluções para o problema dos resíduos sólidos, encarando como uma preocupação mundial, principalmente os domiciliares, que veem aumentando dia a dia e não têm um gerenciamento adequado, além da falta de áreas apropriadas para sua destinação final. A má gestão dos resíduos sólidos tem forte contribuição nas significativas mudanças climáticas que vem atingindo o nosso planeta. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as atuais e futuras gerações. Por tudo isso, a prevenção e a precaução são instrumentos indispensáveis para o enfrentamento do problema dos resíduos sólidos na busca de um meio ambiente saudável. É notória a preocupação mundial com a degradação do meio ambiente. Os recursos naturais são esgotáveis e a população mundial atual já está sofrendo as consequências dessa devastação irresponsável que o planeta sofreu nos últimos séculos. Dessa forma, além da preocupação com o hoje, há a preocupação com as gerações futuras. O assunto, tão abrangente e extenso, abordado aqui pela ótica de um leigo e de maneira superficial é tema de estudos e pesquisas aprofundadas por especialistas e, segundo Ferreira (2003, p.31): “O princípio da precaução não significa a prostração diante do medo, não elimina a audácia saudável, mas se materializa na busca da segurança do meio ambiente e da continuidade de vida.’’

(Natal Alves França Pereira, servidor público, graduado em Ciências Contábeis, filiado à Associação Goiana de Imprensa)

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