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OPINIÃO

Uma análise sistemática e psicológica sobre o amor e a liberdade

“Conheceis a verdade e a verdade vos libertará”, podemos assim afirmar; pratiqueis o amor e ele vos libertará.

A discussão em relação ao amor e liberdade é resultado de grandes obras literárias que buscam um conceito “real” sobre os temas. O ser humano perdido a tantos conceitos busca incansavelmente uma lógica para viver o amor e a liberdade plena. Muitas vezes, em vão.

Ignorando sua liberdade o Ser sonha em um dia ser livre. Sabemos que tal liberdade só é possível se houver responsabilidade, pois podemos afirmar que somente há amor e liberdade quando se é responsável por si mesmo.

Não se pode ser livre ignorando a responsabilidade que cada tem sobre si mesmo. Somos, portanto, cem por cento responsável por tudo que nos ocorre em nossa vida. “Somos nós mesmos que fazemos os nossos caminhos e depois os denominamos de fatalidade”. Fazer os outros felizes e seguros é missão impossível de realizar. E todas as vezes que buscamos viver na ilusão, sofremos as devidas consequências.

Muitos jovens, principalmente, acreditam que são livres para fazerem o que bem entendem, ignorando que aquele que assim vive é um escravo de suas ilusões ou vive em função de seu ego. Como nos lembra Paulo – O Apóstolo de Deus: “Tudo é permitido; mas nem tudo nos convém”.

Ser livre implica ter a determinação para responder pelas consequências das atitudes adotadas.

Ser livre é assumir as experiências pessoais, para atingir uma real compreensão dos acertos e dos desenganos.

Ser livre é decidir por si mesmo para onde ir e descobrir a razão do próprio querer.

Não existem “vítimas da fatalidade”, nós é que somos os promotores do nosso destino. Somos herdeiros de nossos próprios atos.

O indivíduo que não aceita a liberdade por seus atos e, consequentemente, cria álibis e recorre a dissimulações, culpando os outros, é imaturo e prisioneiro de si mesmo.

O amor ao contrário do que se pensa ou vive, é libertação, é desprendimento; somente aquele que aprende a libertar de si mesmo é capaz de conquistar e viver o amor com liberdade. Onde começa o amor e termina o interesse? Perguntei certa vez a mim mesmo. Minha intuição assim respondeu: Onde começa o amor, termina o interesse. Portanto, aquele que precisa da presença do outro para amar, vive a ilusão do amor material, da ilusão do amor eterno no outro. Projeta no outro o desejo que tem de amar a si mesmo. Assim temos que para amar o próximo necessário se faz que aprendamos a amar a nós mesmos, como nos sugere o segundo mandamento de Jesus: “Amar ao próximo como a ti mesmo”.

Necessitar de amor, desejar consideração ou procurar segurança é desejo natural e válido. Para evoluirmos espiritualmente de forma harmônica com as pessoas, devemos desenvolver o amor incondicional, a capacidade de admitir erros, a liberdade de assumir nossos atos e, acima de tudo, a compreensão incondicional dos outros.

Aquele que experimenta o amor em si mesmo, sente-se livre e tem a sensação de liberdade, respeitando esta sensação no ato da escolha, para fazê-la com maturidade. Sabendo que maturidade pouco tem haver com a idade; mas, principalmente, com as experiências vividas com responsabilidade durante sua caminhada terrena. Estejamos, portanto, conscientes que as dificuldades não existem fora, e sim dentro de nós mesmos. Quanto mais percebemos esta realidade, mais aperfeiçoamos o amor e a liberdade que é experimentada sem brutalidade.

A verdadeira liberdade de experimentar o amor consiste em estimular entre as pessoas a independência e a individualidade, nada se pedindo em troca. Ninguém deve se sentir responsável pela vida do outro, pois a compulsão de quer controlar a vida alheia é fruto de nosso orgulho.

O ser amadurecido tem a habilidade perceptiva de diagnosticar os processos pelos quais a evolução age em nós, portanto, não controla, mas sim coopera com o amor e com a liberdade das leis naturais.

Finalmente, sabemos que muitos de nos convivemos, com indivíduos que tentam cuidar de nosso desenvolvimento espiritual, impondo controle excessivo e disciplina perfeccionistas, não respeitando, porém, os limites de nossa compreensão e percepção da vida. “São censuradores morais, incapazes de compreender as dificuldades alheias, pois não entendem que cada alma apenas pode amadurecer de acordo com seu potencial interno”. Assim, a verdadeira liberdade de quem cultiva o amor proposto pelo Mestre, consiste em respeitar a individualidade de cada irmão de caminhada, levantando um braço para que sua mão possa segurar naquele que se encontra em posição “superior” e abaixando o outro para que sua outra mão possa erguer um irmão necessitado.

Somos livres para amar, portanto, não neguemos a nós mesmos esta liberdade, exercendo-a com responsabilidade e, principalmente, com ousadia, pois somente aqueles que ousam são livres e aqueles que se libertam estão prontos para amar.

(José Geraldo Rabelo, psicólogo holístico, psicoterapeuta espiritualista, parapsicólogo, filósofo clínico, especialista em família, depressão, dependência química e alcoolismo, escritor e palestrante. E-mails.:[email protected] e/[email protected])

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