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OPINIÃO

Nômades Globais

Existem novos grupos de profissionais mundiais e multiculturais no mercado de trabalho. Eles podem acelerar o crescimento das empresas e  representam atualmente de 10 a 15% de sua força de trabalho. Eles exercem um impacto imenso na economia, contribuindo diretamente com 20% do total da receita. Estou falando dos profissionais mais jovens (as gerações X e Y), que irão impulsionar os resultados, o crescimento, e a nova onda de lucratividade dos mercados emergentes; são os novos nômades globais.

Vivemos hoje um mundo sem fronteiras, e em razão de sua fundamental importância, os CEOS, executivos e diretores de Recursos Humanos, precisam aprender a atraírem, envolver e motivarem os integrantes destes grupos. (relativamente pequenos), uma vez que todos estão à procura deles. Métodos tradicionais de gestão precisam serem revistos,afinados,segundo o novo compasso que exige uma nova forma de trabalho, novas negociações de emprego e, uma avaliação crítica de gestão do desempenho e dos talentos.

Por nômades entendemos: adj.m. adj.f. s.m e s.f. Diz-se de ou aquele que não tem habitação fixa. Diz-se das tribos ou etnias que não se fixam em lugares...

O ritmo de crescimento tanto das populações quanto das tecnologias popular produziu mudanças culturais e sociais através das gerações. Isso não só permitiu às novas gerações (nômades globais), imporem e desenvolverem suas próprias idéias, mas também, adotarem e rotularem as mudanças por meio de novas linguagens, moda, músicas, arte e todo modo como usariam estas tecnologias. Pela primeira vez temos atualmente um número de gerações distintas coexistindo e, também, reinventando suas diferenças. Mesmo tendo algumas variações nas datas das épocas, hoje o mercado de trabalho se divide em gerações: as que nasceram antes de 1945 (tradicionalistas);nasceram entre 1945 e 1960(Baby Boomers);nasceram depois de 1960 e antes de 1983 (X);nasceram depois de 1983 e antes de 2000(Y).

Baby Boomers - são os filhos do pós-Segunda Guerra Mundial, tiveram uma educação universitária de massa,presenciaram o nascimento do “rock and roll”, e das relações permissivas graças à “pílula”, questionaram a guerra do Vietnã, bomba atômica, censura à imprensa, criando uma visão idealista de um mundo unidos pelo amor(na comoção do Woodstock), acreditando que o mundo poderia ser salvo ao som de : “All you need is Love”(você só precisa de amor).A grande maioria já aposentaram.

Geração X - entraram no mercado de trabalho na época da desregulamentação da crença nas forças do mercado e a elevação da prosperidade resultante dos avanços tecnológicos. Essa nova força de trabalho comprometeu sua lealdade com as novas publicações de TI, novas atividades bancárias e serviços profissionalizantes, foram estigmatizados como os “yuppies(profissionais urbanos em ascensão profissional), “dinkies”( casais sem ilhos dedicados à carreira profissional), e seus sucedâneos, ou seja: carros, telefones celulares e apartamentos na cidade. Foram os precursores da “internet”, mas, também o rompimento da bolha das empresas “ponto.com”.

Geração Y – esse grupo são as pessoas que estão entrando agora no mercado de trabalho, alguns os rotulam de “Geração Ecológica”, “Nativos Digitais”, ou os “Milênios”, eles exibem valores e comportamentos diferentes das gerações anteriores. São extremamente confiantes, criativos, e com uma visão mundial. Garanto que não é exagero da mídia, mas, a história tem mostrado que sempre houve choque de gerações(como os tumultos estudantis em Paris em 1968). Agora, neste século, as coisas são diferentes. A motivação e a energia desta geração são mundiais, seus integrantes são preocupados com questões ambientais e colocam o trabalho em um contexto social de modo que não vivem mais para trabalhar (a filosofia dos baby boomers), mas, em vez disso, “trabalhar para viver”. São eles em particular que estão alimentando  o surgimento de um número de “nômades globais”, na medida em que entram no mercado de trabalho nacional ou internacional, porque estão começando com uma nova mentalidade significativamente diferente. Eles são sim, diferentes! Nem melhor ou pior,mas diferentes! Para eles o ritmo de mudança é visto como uma nova oportunidade de aprenderem; o tempo deles é “AGORA”.

A Geração Y cresceu com as mudanças climáticas, aquecimento global e as imagens da pobreza do Terceiro Mundo. Eles se sentem socialmente responsáveis para fazerem as necessárias mudanças por seus colegas do mundo. Estão conectados por novos estilos de músicas, vídeos e paixões. Através do intermédio do fluxo de vídeos on-line, podem ver os danos criados pelo avanço das atividades comerciais. E isso se torna pessoal - eles vivenciaram mais colapsos familiares do que qualquer outra geração. Ou seja, uma nova “Ética Social” que precisa ser revista. Os indivíduos desse grupo muitas vezes provêm de famílias de nacionalidades “mistas” em termos de pais e avós. Muitos foram mandados para uma educação privada em faculdades internacionais, ou migraram para um novo ambiente estudantil em um país diferente, normalmente com a exigência de outro  idioma; daí : “Nômades Globais”. É por isso que as empresas precisam ter “valores interessantes”, sobre o seu ambiente de trabalho, e a sociedade em si. Elas precisam ser avançadas e criativas. Nesse novo ambiente, não é de surpreender que os “Innocent Drinks” – uma nova marca de sucos que virou fenômeno na Inglaterra – como as novas pesquisas médicas sobre o câncer tenham se tornado os maiores focos de atração de talentos de elite dos formandos da Inglaterra. Essa geração busca um trabalho com uma “Missão”.

Tudo que eu falo acima sobre as organizações passam a serem questionadas, se os modelos tradicionais de estrutura hierárquica são tão relevantes no “novo normal”. Nos últimos 25 anos, a grande maioria das empresas adotaram outra estrutura organizacional típica: funcional ou geográfica. O modelo funcional é baseado em conhecimentos especializados em determinadas disciplinas e processos empresariais, que dão suporte às estratégias da empresa.( a conhecida divisão operacional). Atualmente, a nova reestruturação está sendo substituída por um planejamento da força de trabalho com base nos fatos – ou seja, não só em termos de efetivos, mas também,em termos de capacidade, isto é: novas habilidades, Competências e produtividade.Vamos acrescentar a isso uma mudança na liderança e nas novas competências comerciais, com mais ênfase no desenvolvimento dos relacionamentos, na consciência multicultural e execução de novas estratégias.

Na década de 90, começou a ser verificado uma importância crescente com relação aos talentos fundamentais na condução do sucesso das empresas. Estas habilidades dos talentos mudaram de habilidades artesanais acumuladas com o tempo(era muito comum técnicos e engenheiros precisarem de uma experiência vocacional de três a quatro anos, para acumular qualificações educacionais) para as habilidades com computadores, telecomunicações e de atendimento ao cliente, o que aliás, todas elas transferíveis. Para muitos integrantes da “Geração Y”, isso ofereceu uma plataforma para ganhar a confiança ao lidarem com diferentes culturas, identificar um maior sentido de objetivos por meio do voluntariado e tomar as decisões independentes, em contato com escolhas financeiras difíceis para a sobrevivência.

Pergunto: É difícil administrar essa salada de gerações? Principalmente a Y? Não, não é! Para que nós administradores possamos conseguir pleno acesso a esses novos talentos, é importante entrarmos em sintonia com a energia e a vibração que eles possuem; criando uma imagem atraente e uma nova mentalidade global. Para esta geração: novos contratos com funções específicas e locais de seu interesse. Planos de carreira definidos e “Mapeados”, avaliações semestrais, flexibilidades nas ações (principalmente em torno do equilíbrio vida pessoal-profissão),instruções e prazos bem definidos, apoiados por um bom programa de boas-vindas e finalmente: Criar  uma boa rede de relacionamentos.

Queridos leitores; o mercado de trabalho hoje é essa realidade! Vamos à luta!

(Cezar Tadeu S.Veiga. Especialista Andragógico em Gestão de Pessoas. Pós-Graduado em Docência Universitária)

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