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OPINIÃO

Brasil e os anjos da solidariedade

Nos dias atuais vivemos mergulhados em uma infinidade tribulações e preocupações, quase todas oriundas das situações financeiras deficitárias e, como tem sido em nosso país, das insatisfações em relação ao momento político, bem como das decepções com aqueles que equivocadamente confiamos e elegemos para ocupação de um cargo no exercício de seu mandato outorgado por nós, porém, não estão correspondendo conforme nossas expectativas anteriores. Com a globalização, a imprensa e as redes sociais nos conectam ao assunto mais latente no Brasil de agora, tanto que Aedes Aegipty e outros incômodos já não são os principais temas tratadas nos grupos presenciais ou virtuais. A participação popular é importante e necessária, precisamos ficar atentos, porém, devemos confiar mais na justiça do país e acreditar que tudo será resolvido da melhor maneira possível a favor da nação. O Brasil não pode parar, temos que contribuir para a retomada do caminho certo de acordo com a democracia.
Nossa gente é pacífica e tem fé, entretanto, faltam orações e solidariedade entre nós. Estamos na Semana Santa e lembro-me que muitas tradições mudaram. Em outros tempos, vivíamos mais intensamente a Paixão de Cristo, era um período de muito respeito e orações, relembrávamos com mais fervor o tempo de sofrimento e peregrinações de Jesus até sua aclamação no domingo de ramos como rei e em seguida, sua condenação e crucificação após a traição de Judas, tudo isso nos conduzia para uma vivência mais cristã durante o ano inteiro. Agora, para muitos é apenas mais um feriado como outro qualquer. Todo cristão, naturalmente sente a sensação que tem o dever de ajudar o próximo, porém, muitas vezes não sabe bem como agir quando precisa ser solidário e não percebe que grandes ajudas podem surgir de pequenas atitudes. Nem sempre é fácil abandonar o desejo de reconhecimento quando atua no amparo a um irmão e esquece que devemos ajudar o próximo sem esperar recompensas. A verdadeira solidariedade entre as pessoas encontra-se na cooperação mútua, com menos egoísmo e egocentrismo é se colocar no lugar do outro e procurar compreender suas necessidades. Grandes mobilizações eventuais de solidariedade são importantes, principalmente em ocasiões de acidentes e catástrofes naturais que provocam sofrimentos coletivos, mas os pequenos gestos individuais ou em pequenos grupos fazem muita diferença na vida de muitos famintos, desabrigados, marginalizados ou doentes nas filas de hospitais. Hoje presto homenagens aos diversos grupos de voluntários que trabalham desinteressadamente para fazer o bem, como faz “os anjos da solidariedade” que atua no Hospital Araújo Jorge e o pequeno grupo, do qual participa a jovem Amanda, a quem parabenizo juntamente com sua equipe que vi no Hospital das Clínicas distribuindo alimentos (pão, café e suco) e levando uma mensagem para o alimento do espírito. Não conheço em nosso calendário um dia especial para comemorarmos as ações de solidariedade, mas, ela não pode esperar uma data para acontecer porque todos os dias são dias de solidariedade. Esses bons hábitos são refletidos no espelho da alma, pois, o sentimento de gratidão e esperança que as pessoas ajudadas por aquele voluntário celebram, é sentido também pela pessoa que o ajudou. Contribuir para o próximo sem esperar absolutamente nada em troca, é um estado de doação plena, esse é o pagamento para alguém que valoriza as coisas essenciais da vida. Praticar a solidariedade ensina que a experiência da vida é o tempo todo única, porque nós podemos nos transformar e evoluir a cada minuto. E isso se torna ainda mais intenso quando contribuímos para o desenvolvimento daqueles que nos cercam.
Viver em comunidade requer mais consciência, desejar bom dia, pedir desculpas, procurar compreender mais, perdoar e sorrir, é bom e sempre ajuda. Precisamos de muito trabalho, educação e orações para que as próximas gerações encontrem o caminho perdido. Somente alcançaremos um mundo de paz, harmonia e amor com que tanto sonhamos, se o moldarmos a partir de pequenos gestos de compreensão, solidariedade, respeito, ternura, fraternidade, benevolência, indulgência e perdão, dia a dia. Deixo uma proposta para todos os cristãos do Brasil: “Neste feriado santo, relaxemos um pouco em relação as nossas preocupações políticas e financeiras e nos dediquemos mais em nossa espiritualidade com orações renovando nossos corações com a Páscoa de Cristo e seu renascimento em nossas famílias e com ele renovemos nossas esperanças de paz e harmonia para todos os brasileiros.”

(Natal Alves França Pereira, servidor público, graduado em Ciências Contábeis, filiado à Associação Goiana de Imprensa)

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