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OPINIÃO

Sim, existe uma maneira eficaz de avaliarmos as pessoas, sem magoá-las. Ela é conhecida, na maioria das organizações, como Feedback

“Gostaria que você soubesse que existe dentro de si uma força capaz de mudar sua vida, basta que lute e aguarde um novo amanhecer.”
Margaret Thatcher

Sejamos francos, quem já não ouviu falar que algum colega terminou seu treinamento e não foi contratado(a), porque seu feedback foi negativo, ao contrário de muitos que conseguiram uma vaga porque seu feedback foi positivo.
Feedback é uma palavra em inglês que significa retroalimentação. Embora o conceito de feedback, num sentido restrito, refira-se simplesmente ao retorno de informações do efeito para a causa de um fenômeno, nas organizações, refere-se a toda informação (positiva ou negativa) que recebemos do ambiente de trabalho: chefes, colegas, subordinados. Elas servem de mecanismos de correção de nossa rota profissional (aptidões para o referido cargo).
Pasmem, em plena atualidade, algumas organizações desconhecem este nome, e o que é pior, não sabem como aplicá-lo. Lembram da música do Zeca Pagodinho?:
– Você sabe o que é feedback?:
– Nunca vi, nem ouvi, eu só ouço falar!
Triste não? – nas organizações, geralmente quando falamos em feedback, lembramos sempre daquele momento solene em que somos chamados na sala do gerente, coordenador ou supervisor e ficamos sabendo do resultado de nossa avaliação de desempenho profissional. O cenário: alguns, com expressão de decepção, outros, uma ligeira satisfação. Tem aqueles que perguntando como foi a sua avaliação, dizem que não entenderam alguns aspectos de melhoria do seu perfil.
Em qualquer organização, um funcionário só saberá se está atingindo as expectativas do cargo, se seus colegas ou superiores lhe disserem. E isso precisa ser dito com clareza, franqueza e, em conjunto, com um “mapeamento de competências” já elaborado.
Vamos recordar: eu disse em textos anteriores sobre os quatro passos da comunicação eficaz. Pois bem! Comunicação eficaz implica numa combinação de falar bem e de ouvir bem. É pela comunicação, que são gerados bons produtos, aproximando nossos objetivos pessoais com os da empresa em que trabalhamos.
Muitas organizações, não entendem que o profissional só gera bons resultados se estiver bem, e para que isso ocorra, faz-se necessário uma boa comunicação. Não faz sentido estar em uma organização se não existe transferência de informações.
É por isso que se deve demandar tempo na elaboração e preparação de uma comunicação eficiente. Só assim, podemos ter sucesso na interação e execução do ato comunicativo e ter um feedback verdadeiro.
Jesus Cristo abordava as pessoas com técnicas psicológicas que estamos apenas começando a entender. Ele ao invés de mostrar-se superior, dando palestras eruditas baseadas no seu conhecimento teológico, humildemente dizia o que queria através de simples histórias. Falava de um modo que levava as pessoas a ouvirem, porque sabia o que as fazia querer escutar. Jesus foi um poderoso comunicador, porque compreendia o que a psicologia está nos ensinado hoje. Não foi à toa que escolheu 12 apóstolos diferentes em seus perfis, e soube trabalhá-los.
Nada disso adiantaria se não soubéssemos qual a importância do feddback:
O feedback é um nutriente essencial para a vida da organização. Não conseguimos ficar mais do que alguns minuto sem ar, alguns dias sem água, e poucas semanas sem comida. Esses são os três nutrientes fisiológicos mais importantes para os seres humanos.Com feedback as organizações criam meios de selecionar a comunicação. Sabemos que um dos meios mais eficazes de comunicação é a presença pessoal, o contato físico, duas pessoas conversando em qualquer lugar.
Outro fator importante no feedback, é a comunicação interna, ela precisa ser clara e objetiva. Em 1920, o sociólogo Elton Mayo já alertava que “para o bem da humanidade e da produtividade, o ser humano não podia ser encarado pelos gestores como uma extensão das máquinas”.
Ele precisa ser utilizado de forma estruturado e oportuno, para que possa ser acelerado o processo de mudança e auxiliar os indivíduos na aquisição de comportamentos mais assertivos dentro da organização.
Entretanto, quem é capaz de dar feedback?
Alguns autores consideram que oferecer feedback eficiente é uma das técnicas mais poderosos da comunicação. Quando melhoramos nossa habilidade de feedback, estabelecemos um processo de compreensão, respeito e confiança em uma relação. E esse é o poder que esse conceito tem.
Quem gosta de lidar com pessoas, sempre atualizando seus conhecimentos nesta área comportamental e conhecendo as dimensões que o feedback alcança e seus resultados positivos para ambas as partes, tem praticamente metade do caminho percorrido.
Feedback é técnica, por isso, ela precisa ser praticada e planejada; afinal de contas, quem recebe precisa estar preparado(a) para saber quais seus pontos fortes ou fracos que deverão serem melhorados ou reforçados.
Estou falando de dimensões que nos dará uma visão geral, uma perspectiva abrangente, do perfil daqueles que estão sendo avaliados no feedback; e estas, são: elaboração de um plano de feedback, ser específico no assunto, foco no comportamento a ser avaliado (feedback não lida com atitudes, personalidades ou preconceitos), escolha do melhor local e hora, saber descrever os sentimentos, e o mais importante “saber ouvir”.
Metaforicamente, as pessoas sentem o feedback como um balde, ele enche ou esvazia conforme o momento. O balde de feedback, está localizado em nossos corações e todas as vezes que alguém oferece qualquer tipo de feedback, positivo ou negativo, este vai direto para dentro do balde. Agora, existe um pequeno problema, esse balde contém furos. Quando alguém nos dá um feedback, ele vai para o balde, e as pessoas reagem de diferentes maneiras.
O problema é que o feedback vai embora por causa dos furos. Se qualquer pessoa não receber nenhum retorno adicional, o balde acaba ficando vazio com o tempo. E, estes furos, podem ter sido feitos pelas próprias pessoas, e outros podem ter sido feitos por outras pessoas.
São as fontes internas (organização), e externas (pais, amigos, chefes, colegas de trabalho) que nos revela aonde os furos vão parar em nossos baldes.
Por isso, caros leitores, quando você for dar um feedback, todo cuidado é pouco com relação às “Críticas”, embora ouvir seja uma arte, não significa que você tem que concordar com a opinião alheia. Apenas se esforce para entender o porquê dela. Um aviso: “Faça da crítica um remédio e não um veneno”; o bom feedback agradece.

(Cezar Tadeu S. Veiga, bel. Administração de Empresas, docente universitário, especialista em Gestão de Pessoas. Site: www.formador.com.br – 99063173 e 99080218)

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