Opinião

Jataí, “Cidade Abelha”, 121 anos

Diário da Manhã

Publicado em 26 de maio de 2016 às 02:35 | Atualizado há 9 anos

Maio é o mês das mães, noivas, flores e da “Cidade Abelha”, antonomásia da minha querida Jataí, palavra derivada do indígena jati, pertinente à abelha que elabora mel homônimo de especial doçura. Parcimoniosa, dizem, a produção desse mel, tanto que raramente encontrado e sempre em pequenas porções. Jati se traduz também por jatobá. Poder-se-ia, pois, apelidar o meu berço de “Cidade dos Jatobás”. Em livro e em textos por mim assinados em alguns órgãos da imprensa a adjetivei de “Terra da Peroba-Rosa”, “Terra da Harpa”, “Cidade dos Lagos”, nessa ordem, e finalmente, “Terra da Banana-da-Terra Mais Saborosa da Terra”. Às vezes, por brincadeira, dou-lhe o  título de “Londrina do Sudoeste” ou “Paris”. Dona Ilsa, minha esposa,  ao perceber que me ponho a escrever sobre Jataí, ela diz: “Lá vem você com sua peroba-rosa.” Para dizê-lo tenho razões, pois nesse bendito terreno abundava esse madeiro(ignoro se ainda o faz em expressiva quantidade). Caminhões carregados de toras partiam da região de Perolândia (terra da peroba), distrito da Colmeia que se emancipou, rumo  aos canteiros da gigantesca obra do presidente Kubitschek, Brasília, por ele ao Toniquinho e ao mundo prometida na abertura da sua triunfante campanha eleitoral,  dia 4 de abril de 1955, primeiro ano da boa gestão do jovem prefeito Luziano Ferreira de Carvalho, eleito dia 3 de outubro de 1954, empossado dia 31.1.55, orador extraordinário, nascido no Dia de Tiradentes de 1927 (Juscelino, por sua vez, foi eleito dia 3.10.1955 e governou de 31.1.1956 a 31.1.1961; mudou a Capital 21.4. 1960. JK viveu de 12.9.02 a 22.8.76. Ninguém me convence que foi assassinado).

Farta a produção de banana-da-terra nas terras de Jataí e o prestígio do seu sabor alcançava pontos distantes. Pelo que me consta, não existem mais ali, em quantia considerável, essas frutas que marcaram os pagos apiários.

Na Colmeia se ouvem harpas obedientes ao comando de Joaquim Luis e do ex-vereador Mauro da Costa Lima, apelidado Jesus do Jonas, meu parente do lado Franco. Os imortais da Academia Goiana de Letras, Basileu Toledo França e José Godoy Garcia, ambos de saudosa memória, tiveram a dádiva de nascer nesse lugar abençoado por Deus. Apreciável  me seria mencionar todos os que laboram na seara cultural dos jatobás,mas me olvidaria de alguns, o que seria lamentável.

Humberto Machado, prefeito de primeira grandeza (vive seu quarto mandato nesse cargo e teve um de vice-prefeito), construiu lagos que ampliaram a beleza da urbe.

Dois museus, um centro de convenções, o Centro Cultural Basileu Toledo França que aloja a Biblioteca Dante Mosconi, Lago e Museu JK (projeto arquitetônico do meu sobrinho-irmão Rafael Júnior), Cidade Universitária Joaé Cruciano de Araújo (projeto arquitetônico idem) no qual se levanta, com galhardia, a única Universidade Federal do vasto Sudoeste.

Saúdo a doce e encantadora Jataí. Saúdo seus três filhos governadores: José Feliciano (em memória), Jerônimo Santan (Rondônia) e Maguito Vilela. Saúdo seus três filhos presidentes da Assembleia: Feliciano (em memória e já citado), Luziano Ferreira de Carvalho e Sídney Ferreira (em memória) e em nome deles todos os homens e mulheres que, na militância política, honraram e honram a nossa amada Jataí. Saúdo o delegado de polícia dos mais ilustres de Goiás, Luziano Severino de Carvalho. Com lágrimas de saudade, penso nos meus pais, nos meus irmãos Renato e Ernesto. Saudade de parentes e amigos que Deus recolheu.

31 de maio de 1895, a sede do município, criado dia 29 de julho de 1882 (dois dias depois – 31.7.1882 – a vila de Rio Verde se elevou à cidade, instalada dia 5.11.1888), sobe à condição de cidade.

Dedico esta mensagem de sincero amor ao torrão onde nasci (31.7.1944), ao advogado Nivaldo Souza Moraes, vereador mais votado na sexta legislatura (escolhida em 1966),  autor do projeto que estabeleceu feriado o dia 31 de maio (Nivaldo se elegeu pelo MDB, partido que ele serviu com coragem e amor).

Parabéns, minha idolatrada “Cidade Abelha”!

 

(Filadelfo Borges de Lima, mora  em Rio Verde desde 1973, autor de vários livros, titular da Cadeira 1 da “Academia Rio-Verdense de Letras, Artes e Ofícios” (cadeira cujo patrono é César Bastos), maçom 33, aposentado no Fisco estadual)

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