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OPINIÃO

A Dilma, a água e as crianças

Assistindo a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos com a minha caçulinha, a Sophia Penellopy, 8 anos, pensei, muitas vezes, na Dilma Rousseff 68 anos, e em como ela estaria, ela que, outro dia, presidia o nosso país, o maior em extensão territorial do Hemisfério Sul e, diga-se de passagem, as melhores “terras” do planeta “Terra” e terras, é bom lembrar também, cuja potencialidade de fertilidade foi enfatizada por Pero Vaz de Caminha, (que nasceu, segundo alguns historiadores em 1450 e morreu em batalha, na Índia em 1.500), em sua famosa carta, considerada a certidão de nascimento do Brasil, aonde menciona que aqui, “tudo que se planta dá” e hoje, é a oitava potência econômica mundial; imensa costa marítima; o Aquífero Guarani; o maior pantanal; o maior rio em volume, o Rio Amazonas, uma das maiores florestas, a Floresta Amazônica; o maior número de minas, ribeirões, riachos, lagos, manguezais e, por incrível que possa parecer e, confesso, me pareceu quando “tomei conhecimento”: O Brasil é um dos cinco países do grupo seletíssimo, entre os mais de duzentos países autossuficiente em água em caso de “crise aguda”  – e perdoe-me misericordioso leitor por pôr este travessão, no entanto, não me contenho e, como tornou-se práxis, aproveito o ensejo para mencionar que, conforme defendi na série de oito capítulos, intitulada: “A Água” – publicada aqui, neste matutino vanguardista em 2012 – a água não é nem insípida, nem incolor e nem inodora como aprendemos na escola e que, uma gota de água, se a situação continuar assim, logo-logo valerá mais do que um grama de ouro e se isto ocorrer, Deus nos livre e guarde, à nós e às nossas crianças, por quanto haveremos de vender o quilo ou a tonelada das nossas sementes como o arroz, o feijão, a soja, o milho, o caju, a laranja, as carnes, entre milhares de produtos que exportamos, sim, porque, quando exportamos tais produtos exportamos, também, lógico, embutidos neles, transubstanciada neles, como quiserem, bilhões e bilhões, ou melhor, trilhões e trilhões de litros de água – então, voltando à “presidenta” – aonde quer que ela esteja – agora destituída de todos aqueles privilégios, palácio, chácara, avião, as forças armadas – porque, como presidente, ou presidenta, (afinal, nenhum idioma “segue”, inexoravelmente, regras sintáticas e morfológicas), além de ser “  Chefe”  do Executivo  é, também, “Chefe”  das Forças Armadas – enfim, assistindo a tal cerimônia de abertura, pensei em tudo isso, na pessoa, na mulher, na cidadã, na brasileira Dilma Rousseff, que sonhava, esperava ansiosamente e, certamente, contava os dias, as horas, para que a cerimônia ocorresse e, não somente porque é o maior evento televisivo do planeta, que ocorre somente de quatro em quatro anos, com aproximadamente quatro dos sete bilhões de seres humanos como telespectadores, com, lógico também, projeção imediata do Brasil e do seu governo no planeta por inúmeros dias, mas, mais, muito mais, afinal ela é filha de Deus e tem ego, alimenta-o, como todos nós, coitadinha, morria de vontade de receber os seus “colegas”, premières, reis, presidentes, inclusive o Barack Obama que, “por sinal” e para “pôr sinal”, compareceu à cerimônia e, então, esta senhora, que muito jovem ingressou num movimento revolucionário para lutar contra o governo alcunhado de “ditadura militar” – ora, ora, o “governo” não “funcionou normalmente”, inclusive, com as “velhas raposas”, figurinhas tarimbadas e carimbadas da nossa “atual” Câmara e Senado?– então, essa senhora, outrora uma mocinha, arriscando a própria vida e a dos outros, até de crianças, lógico, assaltou banco para angariar dinheiro para o tal movimento, evidentemente, com a maior das boas intensões e patriotismo, até acredito e sei, aliás, tenho certeza absoluta, ela é uma mulher de muitas histórias, muitas “viagens”, muitas experiências, mas, venhamos e convenhamos, essa experiência, de estar agora lá, aonde quer que esteja, desprivilegiada, destituída, “ré”, não nos faz compreender melhor aquele ditado: “aqui se faz e aqui se paga” e sentir, achar “bom demais da conta” sermos simplesmente mortais eleitores?

(Henrique Dias, jornalista)

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