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OPINIÃO

Brasil não precisa de novas áreas para produzir

Se no passado a implantação de lavouras e pastagens praticamente em todo o País exigia desmatamento desmedido, hoje a produção ocupa lugar através dos índices de produtividade. A medida exige do produtor menos área, mas ele terá, todavia, que utilizar métodos de correção de solo com a adubagem, sementes melhoradas, uso de drones para evitar desperdícios de fertilizantes, água, recursos humanos mais habilitados, entre outros itens.

A eficiência dos brasileiros na produção de grãos e oleaginosas é considerada da maior relevância pelos agropecuaristas atualizados. E eles se disseminam rapidamente. O presidente do Grupo Agroceres, Fernando Antônio Pereira, tem uma abordagem específica. Os desafios e perspectivas do mercado de grãos para a cadeia produtiva de suínos merecem de sua parte um capítulo especial.

A “eficiência” é didaticamente explicada por ele. Segundo Fernando Pereira “os produtores de grãos não precisam crescer a área agrícola, mas apenas trabalhar os índices de produtividade existentes”. A produção brasileira cresceu mais de 166%, índice considerado notável pelo líder do Grupo Agroceres. Esses índices são obtidos com o uso da tecnologia, uso maior de insumos, entre eles sementes melhoradas, fertilizantes, corretivos e defensivos agrícolas.

As perspectivas brasileiras são positivas, o que ele atribui a alguns fatores. Entre eles, o crescimento da renda da população nos países em fase de desenvolvimento, maior consumo de alimentos, urbanização acelerada na China, onde ocorre forte migração do campo para as cidades. “São mais de 20 milhões de pessoas migrando a cada ano”, salienta.

Os fundos de investimentos em commodities agrícolas favorecem a cadeia do agronegócio do Brasil, “porque esses papéis interferem nos preços, constituem novidades no setor”, observa. O bio-combustível e o petróleo ao apresentarem alterações os preços, o milho, entre outros grãos para biocombustíveis, sobem ou baixam, porque estão interligados no contexto, esclarece. A explosão demográfica é outro item que favorece a quem produz alimentos.

São poucas as áreas agricultáveis disponíveis no mundo e o Brasil dispõe de mais de 400 milhões de hectares disponíveis, além de áreas e pastagens não utilizáveis. Sem estabelecer euforia, Fernando Pereira traça um perfil positivo para a produção agropecuária. Com relação ao milho, por exemplo, a produção mundial é de 839,7 milhões de toneladas. Para a soja, a produção é de 267,6 milhões de toneladas.

O consumo mundial de milho é de 853,8 milhões de toneladas e de 261,0 milhões de toneladas para a soja.

O risco de desabastecimento é zero em sua opinião e sua perspectiva é a de que o volume de exportações será o principal determinante de preço no mercado interno. Ele vê possibilidade de alguma queda de demanda internacional para alimentação animal. Há ainda a possibilidade de aumento inflacionário, ameaçando o crescimento nacional, estimado em 4%.

(Wandell Seixas, jornalista voltado para o agro, bacharel em Direito e Economia pela PUC-Goiás, ex-bolsista em cooperativismo agropecuário pela Histradut, em Tel Aviv, Israel, e autor do livro O Agronegócio passa pelo Centro-Oeste)

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