Isto é com você
Diário da Manhã
Publicado em 15 de janeiro de 2017 às 00:08 | Atualizado há 8 anos
A essência da alma humana se assemelha à energia de um puro cristal. No entanto, sua limpidez está constantemente exposta à contaminação das emoções negativas, constantemente emitidas pelas pessoas. Esses venenos mentais nos atingem através do apego, da raiva e da ignorância, além de outras emoções às quais nos expomos.
Mathieu Ricard, no livro Como lidar com as emoções, de Daniel Goleman, Ed. Campus p. 90, diz: “Essencialmente, a emoção destrutiva – que também é chamada de fator mental obscurecedor ou aflitivo – é algo que impede a mente de comprovar a realidade como ela é. Na emoção destrutiva sempre haverá uma lacuna entre o que parece e o que é.”
Quando as emoções estão contaminadas por uma emoção negativa temos imagens distorcidas das coisas e das pessoas e ficamos impedidos de equilibrar as qualidades positivas e negativas. Quando movidos pelo apego excessivo, pela aversão ou pelo ressentimento, ficamos rígidos, amarrados às nossas ideias fixas, tornando-nos intolerantes e sem perspectivas.
Não nos dispomos às mudanças quando ficamos presos aos hábitos negativos e perdemos a habilidade de nos mover em direção a novas possibilidades. Isso acontece porque as emoções negativas inflam o ego e criam exageros que acabam por desencadear separações, ciúmes, inveja, baixa autoestima e doenças físicas.
As emoções positivas geram estados mentais construtivos como o amor-próprio e a boa autoestima; também são fortalecidos os sentimentos de integridade, solidariedade, generosidade e compaixão.
Essa ocorrência nos torna empáticos com sabedoria, capazes de perceber a nós mesmos e aos outros, ao mesmo tempo, e de agir de acordo com as reais necessidades da situação. Desenvolve nossa inteligência emocional, que é a capacidade de criar motivações para si próprio; de persistir num objetivo, apesar dos percalços; de controlar os impulsos e saber aguardar a satisfação dos anseios.
Desenvolvendo a autoconsciência, identificaremos o sentimento quando ele surgir e teremos habilidade para discernir as emoções construtivas das negativas.
Como vemos, a qualidade das emoções e pensamentos interfere na saúde, mudando a biologia, segundo o neurocientista Deepack Chopra.
Ele afirma que “nossas células estão constantemente bisbilhotando nossos pensamentos e sendo modificadas por eles. Um surto de depressão pode arrasar o sistema imunológico; apaixonar-se, ao contrário, pode fortificá-lo tremendamente. A alegria e a realização nos mantém saudáveis e prolongam a vida. A recordação de uma situação estressante, que não passa de um fio de pensamento, libera o mesmo fluxo de hormônios destrutivos que o estresse.
“Quem está deprimido por causa da perda de um emprego, projeta tristeza por toda parte do corpo. A produção de neurotransmissores por parte do cérebro reduz-se; o nível de hormônio baixa; o ciclo do sono é interrompido; os receptores neuropeptídicos, na superfície externa das células da pele tornam-se distorcidos; as plaquetas sanguíneas ficam mais viscosas e mais propensas a formar grumos; até as lágrimas contém traços químicos diferentes das lágrimas de alegria.”
Todo esse perfil bioquímico será drasticamente alterado quando a pessoa encontrar uma nova posição. Isso reforça a grande necessidade de usar a consciência para criar os corpos que realmente desejamos.
O processo de envelhecimento tem que ser combatido a cada dia. Shakespeare não estava sendo metafórico quando disse: “Nós somos feitos da mesma matéria dos sonhos.”
Você quer saber como está seu corpo hoje? Lembre-se do que pensou ontem.
Quer saber como estará seu corpo amanhã? Olhe seus pensamentos hoje.
Ou você abre seu coração ou algum cardiologista o fará por você. Isto é com você!
(Elzi Nascimento, psicóloga clínica e escritora / Elzita Melo Quinta, pedagoga, especialista em Educação e escritora. São responsáveis pelo Blog Espírita: luzesdoconsolador.com. Elas escrevem no DM aos domingos – E-mail: [email protected] / (062) 3251 8867)