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OPINIÃO

No País, alta do PIB fica abaixo da expectativa

O Ins­ti­tu­to Bra­si­lei­ro de Ge­o­gra­fia e Es­ta­tís­ti­ca (IB­GE) in­for­mou no ul­ti­mo fim de se­ma­na que o Pro­du­to In­ter­no Bru­to (PIB) cres­ceu 0,1% no tri­mes­tre pas­sa­do e fi­cou pra­ti­ca­men­te es­tá­vel em re­la­ção aos três mes­es ime­di­a­ta­men­te an­te­rio­res. O re­sul­ta­do veio um pou­co abai­xo do que o es­pe­ra­do pe­los ana­lis­tas, que es­pe­ra­vam um cres­ci­men­to de 0,3%. Em va­lo­res cor­ren­tes, o PIB to­ta­li­zou R$ 1,641 tri­lhão.

A prin­ci­pal dú­vi­da de eco­no­mis­tas é so­bre a ca­pa­ci­da­de do pa­ís em man­ter a tra­je­tó­ria de re­cu­pe­ra­ção, em meio a in­cer­te­zas em re­la­ção à di­nâ­mi­ca das con­tas pú­bli­cas, ou se­ja, o que po­de vol­tar a dis­pa­rar ju­ros, o câm­bio e a in­fla­ção. O go­ver­no bra­si­lei­ro en­fren­ta di­fi­cul­da­des em pa­ra co­lo­car em prá­ti­ca me­di­das de con­ten­ção ao au­men­to das des­pe­sas. Um dos com­po­nen­tes do cres­ci­men­to sus­ten­tá­vel, se­gun­do eco­no­mis­tas, é a con­fi­an­ça do em­pre­sa­ri­a­do. Ape­sar de ain­da sen­ti­rem os sin­to­mas da re­ces­são eco­nô­mi­ca, o se­tor em­pre­sa­ri­al tem si­do oti­mis­ta.

A Agro­pe­cu­á­ria re­gis­trou que­da de 3,0%, a In­dús­tria te­ve cres­ci­men­to de 0,8% e os Ser­vi­ços au­men­ta­ram em 0,6%. Den­tre as ati­vi­da­des in­dus­tri­ais, hou­ve cres­ci­men­to de 1,4% nas In­dús­tri­as de trans­for­ma­ção (in­dús­tri­as de bens e con­su­mo) e va­ri­a­ção po­si­ti­va de 0,2% nas In­dús­tri­as ex­tra­ti­vas - que re­ti­ram ma­té­ria-pri­ma (ve­ge­tal ou mi­ne­ral). Apre­sen­ta­ram re­sul­ta­do po­si­ti­vo o Co­mér­cio (1,6%), as Ati­vi­da­des imo­bi­liá­rias (0,9%), as Ou­tras ati­vi­da­des de ser­vi­ços (0,2%). O PIB no acu­mu­la­do do ano até o ter­cei­ro tri­mes­tre de 2017 cres­ceu 0,6% em re­la­ção a igual pe­rí­o­do de 2016.

Da­dos da Pes­qui­sa Na­ci­o­nal por Amos­tra de Do­mi­cí­li­os Con­tí­nua (Pnad Con­tí­nua), di­vul­ga­da pe­lo IB­GE e tra­ba­lha­da pe­lo Ins­ti­tu­to Mau­ro Bor­ges (IMB), mos­tram que a ta­xa de de­sem­pre­go caiu em Go­i­ás no ter­cei­ro tri­mes­tre, re­pe­tin­do o que já ha­via acon­te­ci­do nos dois tri­mes­tres an­te­rio­res. Es­ti­ma­da em 9,2%, é a sé­ti­ma me­nor do Pa­ís, com re­du­ção de 1,8% em re­la­ção ao mes­mo pe­rí­o­do do ano pas­sa­do. Con­for­me des­ta­ca a pes­qui­sa, is­so sig­ni­fi­ca que exis­tem 60 mil pes­so­as a me­nos na fi­la de es­pe­ra por uma va­ga de tra­ba­lho.

O Ca­das­tro Ge­ral de Em­pre­ga­dos e De­sem­pre­ga­dos (Ca­ged), do Mi­nis­té­rio do Tra­ba­lho e Em­pre­go, di­vul­gou re­cen­te­men­te que Go­i­ás ge­rou, de ja­nei­ro a ou­tu­bro, 44.967 no­vos pos­tos de tra­ba­lho. O Es­ta­do tem o quar­to mai­or sal­do do Pa­ís, atrás ape­nas de São Pau­lo, Mi­nas Ge­ra­is e San­ta Ca­ta­ri­na. Em ter­mos pro­por­ci­o­nais, Go­i­ás es­tá em ter­cei­ro lu­gar, com cres­ci­men­to de 3,79%.

Go­i­ás tem mui­tas pers­pec­ti­vas eco­nô­mi­cas fa­vo­rá­veis ao in­ves­ti­men­to. Nas du­as úl­ti­mas dé­ca­das, Go­i­ás con­se­guiu atra­ir pa­ra o Es­ta­do cin­co das mai­o­res mon­ta­do­ras de ve­í­cu­los do mun­do. Mit­su­bis­hi, John De­e­re, Su­zuki e Hyun­dai se ins­ta­la­ram nas ci­da­des de Ca­ta­lão e Aná­po­lis, e re­a­li­za­ram, nos úl­ti­mos anos, in­ves­ti­men­tos de mais de R$ 2,4 bi­lhões. Apa­re­ci­da de Go­i­â­nia, por exem­plo, es­tá for­ta­le­cen­do sua vo­ca­ção eco­nô­mi­ca pa­ra a in­dús­tria e co­mér­cio e es­tá ge­ran­do em­pre­gos. A ci­da­de pos­sui cin­co po­los in­dus­tri­ais e ocu­pa o ter­cei­ro lu­gar no ranking dos mu­ni­cí­pios go­i­a­nos com mai­or PIB e tem des­per­ta­do in­te­res­se de em­pre­sas mul­ti­na­cio­nais.

O cam­po mer­ca­do­ló­gi­co tem mu­da­do e se en­con­tra aber­to à ino­va­ção, a jus­ti­ça tri­bu­tá­ria, a pro­du­ti­vi­da­de, a com­pe­ti­ti­vi­da­de e ao de­sen­vol­vi­men­to eco­nô­mi­co, etc. Pa­ra Go­i­ás, exis­tem dois ce­ná­rios pro­vá­veis, mas que de­pen­de­rão de de­ci­sões go­ver­na­men­tais, tan­to a ní­vel na­ci­o­nal co­mo es­ta­du­al: a for­ma co­mo se­rão apli­ca­das as re­for­mas ado­ta­das pe­lo go­ver­no fe­de­ral e as po­lí­ti­cas pú­bli­cas de atra­ti­vi­da­de de no­vos in­ves­ti­men­tos pa­ra o Es­ta­do.

(Mai­o­ne Pa­dei­ro, pre­si­den­te da ala jo­vem da As­so­cia­ção Co­mer­cial e In­dus­tri­al de Apa­re­ci­da de Go­i­â­nia (Aci­ag Jo­vem), ar­ti­cu­lis­ta,co­men­da­dor, mem­bro do Fó­rum Jo­vem de Li­de­ran­ças Em­pre­sa­ri­ais de Go­i­ás e su­per­vi­sor do Pro­gra­ma Go­i­ás na Fren­te Re­gi­ão Me­tro­po­li­ta­na. E-mail: mai­onysou­sa@hot­mail.com)

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