A história de Goiânia tem sido escrita graças aos feitos destemidos de homens que começaram a trabalhar desde cedo, e acumularam experiências para um dia colocá-las em prática. Tornam-se profissionais respeitados, ajudando a cidade a firmar-se como o pulmão do Brasil. Pedro Alves de Oliveira, nascido em 5 de maio de 1948, ao longo dos anos aprendeu tudo o que seria necessário para tornar-se um empresário de respeito. Um homem que começou do zero e hoje assume posição elevada dentro de sociedade goiana.
Quando ainda menino, de origem humilde, morava com sua avó Cotinha na zona rural do município de Patrocínio, em Minas Gerais. Seus pais se separaram quando ele tinha apenas sete anos e, na hora de ir para a escola, era levado para a roça, frustrando seu desejo de estudar como as outras crianças e tornar-se engenheiro.
Seu padrinho Sebastião, que havia passado em um concurso do Banco do Brasil no Rio de Janeiro, foi para Uberlândia e montou uma casa para sua mãe Piquita e os irmãos solteiros Pedro, Geraldo, Darcy e Maria.
Sebastião foi o pai que a irmandade não tivera, a quem Pedro é eternamente grato, estendendo sua gratidão à mãe, aos demais irmãos e cunhados, que mesmo distantes, sempre torceram por seu sucesso.
Um fato curioso é que a avó não tinha dinheiro para que o menino pagasse a passagem de trem da fazenda à cidade. Como era época de laranjas, Pedro lhe pediu dois sacos dessa fruta, que o tio Nenê colocou no vagão, e ele foi vendendo aos passageiros. Com o dinheiro recebido, pagou a passagem, ainda sobrando um troco. Neste dia, o menino Pedro iniciou sua vida de empresário.
Em Uberlândia, foi matriculado no Grupo Escolar Doutor Duarte. Os primeiros aprendizados foram cantar o Hino Nacional e amar sua pátria.
Pedro sentiu-se na obrigação de trabalhar e começou catando ferro velho para vender em um depósito e depois comprou uma caixa de engraxate. Depois, empregou-se em uma lanchonete, mas, ao fazer entregas, caiu da bicicleta, quebrou o braço e foi dispensado.
Lembrou-se das laranjas e passou a comprá-las de um verdureiro e, à tarde, as oferecia em um carrinho de rolimã na Avenida Vasconcelos Costa. Aos 14 anos, já cursando o ginásio no Colégio Estadual, foi trabalhar na Tinturaria Cometa, buscando e entregando roupas a domicílio para a clientela. Também foi vendedor externo da Carlos Saraiva, mas proposta maior lhe chegou com o convite de seus primos, em Goiânia, para vir trabalhar em uma de suas cerealistas, o que aconteceu em abril de 1966.
Aqui, atuando no escritório, adquiriu noções de contabilidade e organização. Dois anos depois, vendia arroz para mercearias e supermercados, fazendo o que realmente gostava de fazer: vender. Em seguida fundou, juntamente com dois irmãos, a Comercial Patrocínio, na rua do Café, da Cidade Jardim, que não deu certo. Separaram-se e ele criou a empresa individual Pedro Alves de Oliveira Cereais, comprando em 1973 uma pequena cerealista próximo ao Hipódromo da Lagoinha e fundando a Cerealista Lagoinha, produtora do Arroz Lagoinha.
À medida que o ritmo progressista da cidade aumentava, crescia também a necessidade de organização do setor. Então, nos anos 80, iniciou-se no sindicalismo e se elegeu Secretário do Sindicato das Indústrias do Arroz. O jovem Pedro aceitou, mas pediu aos companheiros que o ajudassem na construção da primeira sede própria de um sindicato do Sistema Federação das Indústrias do Estado de Goiás, o Siago (Sindicato das Indústrias do Arroz de Goiás). Atendido, levantou-se na rua T-48, número 60, no Setor Bueno, o edifício Doutor José Aquino Porto, homenageando um mestre e grande amigo.
Após 40 anos de atividade empresarial, se preparou e se formou em Administração de Empresas na Faculdade Alves Faria, em 2004, aos 56 anos.Pedro foi cobrado, com insistência cada vez maior, por presidentes de sindicatos filiados à Fieg para concorrer ao pleito de presidente do Sistema Federação das Indústrias, sendo eleito com 63% dos votos para o mandato de 2010 a 2014 e reeleito por unanimidade para o mandato de 2015 a 2018.
Paralelamente, é representante da FIEG junto ao Conselho Deliberativo do Fomentar, ex-membro da Câmara Setorial de Ministério da Agricultura – DF, Presidente do Conselho Regional do Sesi e Senai, do Conselho Consultivo do IEL e ICQ Brasil em Goiás, Diretor da CNI e membro do Comitê de Apoio à Gestão da CNI – Comag.
Na agropecuária, mantém desde 1983 a fazenda Lagoinha, em Uirapuru – GO, destinada à cria, recria, engorda extensiva de bovinos e confinamento. Também é proprietário das fazendas Ki-Beleza e Goya. Na vida pessoal, seu maior prêmio foi a constituição de sua família, tendo se casado com Suely Parnaíba de Oliveira Castro, sua companheira, amiga e porto seguro, com quem teve três filhos: Fernanda, Renata e Pedro Henrique (in memoriam).
(Wandell Seixas, jornalista voltado para o agro, bacharel em Direito e Economia pela PUC-Goiás, ex-bolsista em cooperativismo agropecuário pela Histadrut, em Tel Aviv, Israel e autor do livro O Agronegócio passa pelo Centro-Oeste)