Opinião

A incrível capacidade do ser humano de reinventar-se

Redação DM

Publicado em 15 de setembro de 2020 às 11:07 | Atualizado há 5 anos


A capacidade de se reinventar é intrínseca ao ser humano, mesmo que ele a desconheça por nunca ter necessitado lançar mão dela na sua vida. Essa capacidade está associada à necessidade de sobrevivência. Somos seres adaptáveis, que nos comportamos conforme o ambiente, a partir da observação e análise para saber do que teremos de necessidade para estar nele, quais as condições desse ambiente e o que precisaremos para nele sobreviver. A partir dessa reflexão, quero convidá-los a pensar sobre um ter
mo: flexibilidade, flexibilidade cognitiva.

Ser flexível é conseguir ser adaptável ao ambiente e às condições nele existentes. É ser capaz de não engessar o pensamento, de desconstruir padrões, verdades, para se abrir a novas possibilidades, novos conceitos, novos modelos. E para isso temos que exercitar nosso olhar frente às circunstâncias, temos que trabalhar em nós essa habilidade, desenvolvê-la no dia a dia para que, sem perder nossas raízes, possamos acompanhar as mudanças num processo de desconstrução e construção.

O ser humano que adquire essa capacidade sobrevive com mais facilidade a qualquer situação e aprende a extrair dela aspectos positivos, capazes de ressignificar sua vida. Reinventar-se não é deixar de ser você mesmo, nem abandonar sua essência, todas as experiências anteriores te compõem. Reinventar é fazer novo: “Eis que faço novas todas as coisas”! Já nos ensinava Jesus.

É transformação.

É conseguir romper com o velho, tirando as lições dele para dar roupagem nova às atitudes, escolhas, decisões e ações. As pessoas que enfrentam melhor as intempéries da vida são as que conseguem se adaptar às mudanças de forma maleável, com criatividade, atentas ao que acontece ao seu redor para não deixar escapar nenhuma oportunidade. É quem consegue se desvencilhar de velhos hábitos e adotam novos para crescerem com o momento. Em tempos como os que estamos vivendo, está sendo necessária muita desconstrução por parte de todos nós e flexibilidade para nos adaptarmos a tudo que foi posto.


A Escola tem sido esse lugar de desconstrução e construção sem perder sua função. Professores reinventaram seus papéis, alunos e famílias também o fizeram. E há um lado bom nisso! Nós, humanos, estamos mais completos, adquirimos capacidades que não tínhamos desenvolvido ainda, encontramos novos caminhos para chegarmos onde é necessário. Nos conhecemos mais. Habilidades foram adquiridas.

Se soubermos aproveitar as lições que esse tempo está nos oferecendo, dele tiraremos grandes aprendizados e evoluíremos como pessoas, sendo capazes de suportar os ventos fortes, nos envergando, sem quebrar. Por isso esteja atento às mudanças e em um processo de aperfeiçoamento pessoal, de trabalhar o eu interior, invista em ser resiliente e não tenha medo de dobrar-se de vez em quando. Não enrijeça seu pensamento, abra-se ao novo e acolha o que ele traz de bom. Adaptabilidade, flexibilidade, nos permite viver e acompanhar todas as mudanças de forma leve.

E o bom da vida é não sermos imutáveis, afinal “tudo muda o tempo todo no mundo”…e por que então haveríamos de sermos os mesmos? “É preciso muita ousadia para chegar às alturas e, ao mesmo tempo , muita profundidade para agarrar-se ao chão.”(lição do bambu chinês)

Lillian Maris Donzelli Cavalcante é psicóloga e coordenadora pedagógica do Colégio Agostiniano Nossa Senhora de Fátima



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