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OPINIÃO

Novo Coronelismo sem “Pirâmide do Poder”

Assim como um novo cangaço, existente sobretudo no Ceará, dotado de violência inusitada, há um novo coronelismo no Brasil, sem certas características do anterior, sem ostentar, por exemplo, a estranha ‘pirâmide do poder do coronel’, típica de certo período da Velha República (1889-1930), quando dito coronelismo teria se reduzido. O antigo, de tão forte e vigoroso, tinha sua pirâmide com os requisitos de sustentação.

Eis a velha pirâmide.

Certamente a ‘pirâmide’ do poder do coronel de nossos dias, se é que existe, teria outro formato, em dimensão maior, capaz de caber a dinheirama de ordem pública e os novos elementos que haveriam de compô-la, agora mais urbanizados e sofisticados pelo Poder Legislativo, onde, além de diferentes em outros aspectos, tem nova nomenclatura, mostrando que o novo coronelismo, embora tenha formação e origem histórico-psicológica no antigo, está mais dissimulado e enganoso, parecendo civilizado, na verdade não passando de coisa velha com roupa nova, pai e mãe do fingimento, dando impressão de nem existir. O certo é que, além de mais rico em dinheiro público e astúcia estratégica, consegue se esconder em conceitos ou falácias como a do Centrão et caterva, onde até o racismo estrutural-institucionalizado está mais sutil. Eis como a velha pirâmide do ‘poder dos coronéis’ desapareceu.

O antigo coronelismo era mais rural e dos pequenos municípios onde o ‘coronel’ era dono de terras e líder absoluto da grande família onde reinava e formava as conhecidas oligarquias, mandando e desmandando, desse contexto nascendo suas características básicas, quais sejam: voto de cabresto, fraude eleitoral, política do café-com-leite e a famosa política dos governadores com sua troca de favores, atual toma-lá-dá-cá, muito visível entre o presidente Jair Bolsonaro e o pessoal do tal Centrão, para não dizer Direitona ou ‘Bolsolão’, constituído de aproximados 200 deputados federais, donos da chave do cofre e dos proveitos ou lucros das emendas e farras parlamentares, dentre outras ‘dádivas’ características do coronelismo, como disse, habilíssimo em se disfarçar nas trevas da hipocrisia.

Notem que já são mais de 30 anos de centrão, direitona-bolsolão, coonestando e ‘servindo’ a todos os governos, mesmo os que dele alegam divergir, como o populista e negacionista Bolsonaro, induvidosamente fraco e inábil, tipo ‘caso perdido’, a tal ponto de se tornar refém do Poder Legislativo, sobretudo da Câmara Federal, onde os ‘novos coronéis’, além de manter os ‘fragmentos’ do antigo, fazem a farra com o dinheiro público em bilhões! Nunca se viu de maneira igual!

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