Opinião

38 anos de jornalismo, otimismo e informação 

Redação DM

Publicado em 17 de outubro de 2016 às 21:20 | Atualizado há 9 anos

Bom dia! Furtei esse título aí de cima, do muito saudoso colunista Ibrahim Sued – que despedia dos seus leitores de O Globo – onde escreveu por mais de 40 anos – com esse sábio bordão que ele criou. Conhecido pelo apelido de Turco, Sued revolucionou o colunismo social brasileiro – incentivado pelo seu pai-patrão Roberto Marinho – que o tirou de um pequeno jornal – A Vanguarda – e o levou para as páginas do ascendente O Globo, em 1953. Ibrahim era super criativo, bem humorado e otimista em suas impagáveis colunas usando expressões que figuravam no cotidiano dos seus amados leitores como: “Os cães ladram e a caravana passa, esquia de casaca”, “cavalo não desce escada”, “domingo dia de pernas de fora” “ela passou e me deu aquele alô – mais negro que a asa da graúna” – e por ai vai.

Mas o que realmente o consagrou foi suas famosas e polêmicas listas das “10 Mais Elegantes do Brasil” – introduzidas primeiramente por Maneco Muller – o célebre Jacinto de Thormes – em 1943 no Diário Carioca – do grande editorialista José Eduardo de Macedo Soares – que demolia numa só penada deputados, senadores e até ministros – e do seu pupilo Horácio de Carvalho Júnior – o primeiro marido da também e muito saudosa Senhora – a muito chique e superlativa – Lily de Carvalho Marinho.

Pois bem em São Paulo quem dava as cartas – nos anos dourados de 1950 – eram Marcelino de Carvalho e Jerry – pseudônimo de Cornélio Procópio de Araújo Carvalho – primeiro marido da também saudosa Lúcia Scarpa Comenale Pinto de Souza – amiga muito próxima da francesa – de Nice – viúva Condessa Annie Álvares Penteado – pais da nossa Celita Procópio de Carvalho – a atual toda poderosa da Faap.

Seguidos pelo grande mestre da Folha de S. Paulo – José Tavares de Miranda – considerado unânimimente – o papa do colunismo desse grande país chamado São Paulo. Tive a honra e o privilégio de conhecê-lo em 1982 quando fui pela primeira vez em SP. Levado pela jovem socialite Marininha Felfeli – que conheci meses antes no Rio de Janeiro apresentado pelo amigo irmão Eduardo Drumond de Sued – filho do IS – na piscina do Copacabana Palace – onde me encontrava hospedado a convite de José Eduardo Guinle, filho caçula do grande gentleman Octavio Guinle – construtor do hotel. Marininha aliás tinha, ou melhor tem, um apartamento no Chopin – festejado prédio ao lado do Copa – que funciona como um elegantérrimo playground dos moradores do famoso edifício.

Fiquei deverasmente encantado com a simplicidade e descontração da redação do célebre 425 da Alameda Barão de Limeira. No fundo da sala pontificavam três elegantes criaturas – o velho e sereno Tavares de Miranda com suas duas afinadas assistentes – Iná de Oliveira Ribeiro – sua cunhada – e Ana Elisa Tavares de Miranda – sua filha. Aquilo me tocou tanto que me marcou para o resto da vida profissional. A classe, a categoria e sobretudo a simplicidade do maior colunista da capital bandeirante, que enxia uma página inteira com notícias do high de SP e do Brasil com o maior charme e simpatia.

Aliás, antes de assinar pela primeira vez JM, que aconteceu no dia 11 de setembro de 1978, num extinto e pequeno jornal semanário em Goiânia – onde resido. Enviava regularmente como informante – via Correios – notícias da sociedade goianiense para nosso sempre saudoso Tavares, que as publicava todas sem ao menos me conhecer, checar e nem tão pouco saber quem eu era…

A bem pouco tempo quando estive na Folha para apertar a mão do nosso sempre bravo e capaz Otavio Frias de Oliveira Filho e em outra ocasião em palestra mais prolongada com o chefe de redação, o tarimbado jovem e muito elegante Sergio Dávila – percebi que o estilo do jornal continua o mesmo. O prédio, os móveis e a simplicidade de tudo e de todos… Sobretudo a indescritivel eficiente conduta da secretária Kelli – uma afro descendente de quatro costados, com notável postura digno de uma real princesa. Tudo isso me encantou.

Não posso me esquecer – jamais em tempo algum – da inovadora colunista Joyce Pascowitch, que sucedeu mestre Tavares. Lembro-me bem dela como editora da Around – house organ do nigth club Gallery – que abalou às estruturas da noite paulistana – uma releitura do super incônico Vogue – dos anos dourados carioca.

Joyce – com todo aval do principe de Gales na época – Otávio Frias Filho, diretor de redação do jornal – revolucionou de tal maneira o linguajar do colunismo, cujas as expressões lançadas por ela tornou-se bordão do high paulistano. Ela quem introduziu o elegante marketing das grandes griffes no Brasil como Montblanc, Hermenegildo Zegna, Louis Vuiton usados pelos yuppies – palavra americana para denominar jovens self made mens em ascenção social pelo próprio esforço como foi o caso dos banqueiros André Esteves, Edmar Cid Ferreira e Daniel Dantas lamentavelmente investigados e condenados – por mal versação do vil metal… Assim como João Paulo Lehman, Carlos Alberto Sicupira – regiamente casado com uma elegante carioca, Guinle de Paula Machado – e Marcel Telles donos da Ambev, Heinz Lojas Americanas – e outros ricos empreendimentos – que rendundaram na maior fortuna brasileira e um das maiores do mundo. Comenta-se que o bravo Sicupira manobrava caminhões da Brahma e Antarctica em Brasilía – numa boa – para dar exemplo aos seus afinados funcionários… Ainda na lista incensada da sempre tarimbada Joyce Pascowitch – estão: João Dória Júnior – o prefeito eleito de SP, em consagrada votação articulada pelos principes do PSDB – o governador paulista Geraldo Alkimim e o super bem articulado governador de Goiás – Marconi Perillo. Sem falar no ultra publicitário baiano Nizan Guanaes e tantos outros de igual prestígio.

A providencial ideia de trazer essas estreladas griffes internacionais para o Brasil – deve-se primeiro ao ex-presidente Collor – que fez a reabertura do portos da modernidade – que com inegável incentivo de Joyce Pascowitch e da muito saudosa e arrojada empresária Eliana Tranchesi – da impagável Daslu. Aliás acompanhei toda toda a história do auge dessa loja, que pelo andar da carruagem não mais veremos nada igual de tão chique – nestas terra de Cabral. Em 1999 – quando logo veio a tão esperada Daslu Homem – soube numa entrevista do colega Cesar Giobbi que os da imprensa tinham 20% de desconto na loja. No inicio de dezembro daquele ano embevecido pela magia da Oscar Freire – lembrei dessa providencial promoção. Não fiz de rogado entrei na H Stern loja da qual era cliente nos artigos de couro pedi o fone  emprestado e mandei um fio para a sempre gentil Donata Meirelles – braço direito e esquerdo da Eliana Tranchesi – solicitando o providencial desconto. Ela aquiesceu no ato. Tomei um taxi correndo para Vila Nova da Conceição, quando comprei o meu primeiro Ferragamo – que tenho até hoje – para estrear com o pé direito – a entrada do ano 2000.

Isso tudo que falei ai em cima é para dizer que não precisa ser rico, passar por cima dos outros, ter inveja e cobiça para entrar no mundo do glamour e das pessoas de bem.

Temos que ter honestidade, caráter, honradez, transparência. E sobretudo amor a Deus e ao próximo. Que coisa mais triste essa insana atitude de muito de nossos homens de entrar para política para se dar bem. Que coisa horrível!!!

Por isso que o Brasil se encontra em situação das mais calamitosas, canibalesca até – de tanto desmando – desfaçatez, mentiras.

Agora eu me pergunto em honra de quê e de quem? Para que tantos bens materiais se quando morremos levávamos apenas um pequeno chumaço de algodão no nariz? kkk  Claro que não se usa isso mais… mas está valendo como lembrança.

Vocês nunca ouviram falar um senão de Ibrahim Sued e dos seus lindos filhos Eduardo e Isabel Perrin – agora primeira dama da Provence, pois seu marido François Perrin – é o herdeiro e dono da famosa vinícola Chateneuf du Pape. De Maneco Muller e seus filhos Maneco e Paula Nabuco. De Stella e Roberto Marinho – como dos seus alinhados e ultra discretos filhos Roberto Irineu, João Roberto(o que mais parece com sempre louvado pai) e José Roberto Marinho. Da sempre linda por dentro e por fora Dona Dagmar Arruda Camargo e do simplérrimo e homem do mundo – Otávio Frias de Oliveira – e seu lindo quarteto de rebentos Maria Helena(médica) Otavio Filho, Maria Cristina e Luiz Frias. Aliás quem leu o espetacular livro “A trajetoria de Otavio Frias de Oliveira” – se ecanta e se emociona em ver o pequeno Otávio Filho grudado todo o tempo no pai passando admiração e lealdade a olhos vistos ao seu heroi. Luizinho Frias com apenas 18 anos militava bravamente na reestruturação dos classificados e publicidade perdendo aulas na universidade, para apoiar o pai e aprendendo com ele, pois os três meninos eram filhos temporões e Seu Frias tinha pressa em passar seu legado para deixar a imbatível Folha de S. Paulo no que é hoje – orgulhosamente o segundo jornal mais lido das Américas – ficando atrás somente do New York Times. Ana Cristina Frias editora de Mercado – filha dedicada fez questão que seus extremosos pais ficassem em sua casa – para cuidar deles – agradecida – até  o fim. Agora eu pergunto esclarecidos leitores – isso tem preço?

 

(Jota Mape, jornalista e relações públicas graduado pela UFG, presta seus serviços na Comunicação Setorial da Secima e atua informalmente mercado de antiguidades e raridades decorativas. e-mail: [email protected])

 


Leia também

Siga o Diário da Manhã no Google Notícias e fique sempre por dentro

edição
do dia

Impresso do dia

últimas
notícias