A atuação municipalista
Diário da Manhã
Publicado em 24 de março de 2017 às 02:46 | Atualizado há 8 anosPor mais que um líder nacional seja atuante e se esforce para se fazer presente em cada canto do País, dificilmente vamos encontrar, nos Municípios, algum indivíduo que já tenha tido a oportunidade de apertar a mão do Presidente da República e lhe cobrar pessoalmente o atendimento de suas necessidades. Da mesma forma, mesmo os Governadores mais próximos ao povo não estão acessíveis igualmente aos moradores de todos os municípios. No entanto, nas pequenas e médias cidades do País, que são a maioria entre os mais de cinco mil municípios, não é raro encontrar um Prefeito que ouve demandas da população em qualquer lugar, e tem que respondê-las, mesmo fora do horário de expediente. Isso porque o Prefeito e os Vereadores são os agentes políticos mais próximos da população, e as pessoas, antes de viverem em fronteiras de Estados ou países, vivem em um município.
Por isso, desde o meu primeiro mandato na Câmara, que começou em 1987, tenho prezado por uma atuação municipalista. Todas as semanas, faço questão de visitar minhas bases no Estado de Goiás, e sempre ouço dos Prefeitos e dos líderes municipais o desejo de verem o povo do seu município sendo atendido como merece. Muitas vezes, por mais que o prefeito tenha boa vontade, ele não é capaz de transformar os seus compromissos em realidade, pois esbarra na falta de recursos e na burocracia de um país que ainda concentra boa parte dos impostos dos contribuintes apenas nas mãos da União.
Faço questão de ressaltar as iniciativas que demonstram respeito para com os municípios e seu povo, que são os mais afetados nos momentos de crise, como este que estamos vivendo. Na semana passada, por exemplo, tive o prazer de participar, ao lado de outros congressistas e de dezenas de prefeitos goianos, junto ao ministro da Educação, Mendonça Filho, de um evento de liberação de recursos federais da ordem de mais de R$ 130 milhões, destinados a obras e equipamentos para as escolas. O evento foi realizado na cidade de Rio Verde.
Mais importante que a liberação de recursos por si só, no entanto, foi o posicionamento do Ministro, que se mostrou sensível às demandas municipalistas. Segundo ele, será rompida essa lógica perversa, que perdurou durante muito tempo, de centralizar as decisões em Brasília e fechar as portas aos municípios. O ministro, que é Parlamentar do Congresso, ainda afirmou que o Governo quer ter os municípios ao lado para ter efetividade nas políticas públicas. Esse posicionamento vai exatamente ao encontro daquilo que defendemos como um modelo de gestão realmente efetivo para a vida das pessoas.
No entanto, é preciso destacar que a destinação de recursos federais, unicamente, não resolve o problema que atinge os municípios brasileiros. Tão logo consigamos superar essa crise, que é a nossa principal prioridade no momento, vamos seguir defendendo a discussão de um novo pacto federativo, que redistribua melhor os recursos dos contribuintes e garanta que os benefícios cheguem onde a população precisa deles.
Neste caso, caberá à população cobrar de seus líderes a aplicação desse montante maior de recursos. E, como já foi dito, na maior parte dos municípios, essa cobrança é feita no dia a dia.
(Roberto Balestra, deputado federal pelo Partido Progressista)