A correta e elegante “socialite carioca” Mirtia Gallotti
Redação DM
Publicado em 26 de fevereiro de 2018 às 21:46 | Atualizado há 7 anos
Conheci Mirtia Gallotti em outubro de 1990, num dos famosos cineminhas do emblemático Harry Stone, na cabine do ex-“Le Meridien”, hoje Hilton, no Rio de Janeiro. O filme era “Ghost”. Ela estava em companhia da Vânia Badin madrasta/mãe da muito querida amiga de primeira hora Mirna Bandeira de Mello. Eu fui levado pela eleganterrima Isabel Reis Velloso, casada com o ex-ministro Reis Velloso, irmã do sempre amado e importantesimo colunista Zozimo Barrozo do Amaral, que era hostess do “Chá e Simpatia” – o mais elegante salão de chá que o Rio de Janeiro já viu. Localizado na varanda do restaurante “Le Pré Catelan”, sob a maestria do grande chef francês Gaston Lenotre, com vista deslumbrante para todo o mar de Copacabana – já que ficava no impactante Rio Palace, hoje Sofitel,, no final do posto 6 – em Copacabana, que pertence ao grande polvo hoteleiro chamado Accor. O Sofitel aliás, comandado pela grande classe do príncipe francês marroquino chamado Phillipe Seigle, esta atualmente fechado. Passa por ampla reforma para ser o primeiro “6 estrelas” do Brasil. Credenciais não lhe faltam pois quando o grande mecenas da hotelaria carioca José Carlos Ourivio – dono da poderosa Veplan-Residencia – construiu seu modelar hotel com todos ricos detalhes de verdadeira obra de arte, como se fosse para si. Voltando a querida Mirtia Gallotti. Depois disso só fui reencontra-la em 1997 em Nova Iorque quando ela estava hospeda no “Delmonico”, o hotel preferido de 9 entre 10 cariocas badalados. Pela bela localização Park com 58 e também pelo preço. Ali estavam também hospedadas na ocasião as famosasHelô Guinle e Maria Thereza Williams – única filha da muito icônica Maria Cecília Fontes – que marcou época no Rio de então – com sua espetacular casa fazenda na Floresta da Tijuca, onde o presidente Roosevelt almoçou em sua rápida passagem pelo Rio de Janeiro no primeiro governo de Getúlio Vargas. Helo Guinle, a propósito, nascida Veiga, foi a maior e mais ardilosa alpinista social que o Brasil já teve nos últimos tempos. Filha de um administrador da poderosa e sempre icônica família Guinle e deslumbrada por tudo o que ela representa, meteu na cabeça, por toda lei, que queria ser uma Guinle… e conseguiu. Estudou na Europa e nos Estados Unidos em boas escolas, onde se refinou e traquejou. Na volta envolveu-se com uma rica e inteligente mulher masculinizada da sociedade carioca chamada Rutinha de Oliveira. Depois aproximou-se como se fosse uma secretária de todas as horas da insuspeita e eleganterrima Dona Heloísa Cresta Guinle, que teve 10 filhos e ocupava uma linda cobertura no icônico Parque Guinle, por obra e graça de Sérgio Bernardes. Seu marido Eduardo Guinle é um dos três filhos do construtor do majestoso Palácio das Laranjeiras, também Eduardo Guinle – considerado o nosso Versalhes… Agora por favor não me perguntem como é por quê??? Eis que aparece Heloísa Veiga casada com Eduardo Guinle Filho passando oportunamente a ser chamada socialmente de Helo Guinle, o que mais almejava na vida… Badalou-se às turras com figuras da mais tradicional sociedade carioca. Mais jovem que o marido andava sempre na frente dele nos lugares públicos. Traquejada tinha uma boa conversa e um sorriso lindo e cativante. Quase nunca recebeu em casa. Morava de aluguel no Chopin antes de passar uma longa temporada no Copacabana Palace – cujo dono era tio do seu marido. Lá ela enganou todo mundo com sua terrível lábia de alpinista oferecendo jantares memoráveis no famoso “Bife de Ouro”. Ficou viúva mudando para o morro idem, em Botafogo, onde ocupou apartamento em lindo e famoso prédio que pertenceu à saudosa e também instigante Embaixatriz Yvonne Giglioli. Depois Helo Guinle muito esperta pulou de paraquedas no rico terreiro da eleganterrima e muito generosa viúva Lily Lemb de Carvalho que junto com um restritissimo grupo de amigos enfiou na cabeça da sensível e carente viúva que ela deveria casar-se com ultra poderoso mogul da mídia – o naturalmente “gentleman” e crédulo Roberto Marinho. Tanto é verdade que a primeira vez que abriu-se os herméticos e históricos portões da mansão do Cosme Velho na nova era Lily Marinho foram justamente para essa Senhora velha de guerra, Helo Guinle, com um estupendo almoço reunindo as cabeças coroadas femininas do verdadeiro “high” carioca. Para finalizar essa parte, chorou tantas pitangas nos ouvidos do sempre bondoso Doutor Roberto Marinho – que ganhou dele em comodato “ad perpetum”, uma bela cobertura em São Conrado com todas taxas mensalmente pagas… Heloísa Veiga Guinle morreu só e triste com alta depressao sob os cuidados de uma próxima e fanhosa cuidadora – que herdou tudo que Helo Guinle possuía, menos logicamente, o belo apartamento do sempre gentil Doutor Marinho… Voltando a minha sempre querida Mirtia Gallotti em Nova Iorque. Éramos vizinhos lá. Ela no Delmonico eu no “The Peninsula”, na Quinta Avenida, como convidado, obviamente. Mirtia é uma notável companheira de viagem. Alegre, jovial, educada, extrovertida. Encontramos varias vezes em NY. Ela me convidava para bons restaurantes. Eu retribuía a altura. No novo “Le Cirque”, do New York Palace, no “Circo” versão mais simples do primeiro, tudo a convite do eleganterrimo Mr Maccioni. Jantamos também no novo, na época “Cafe Boulud”, do chef frances craque Daniel Boulud. Depois mudou-se para onde era o “Le Cirque” original, num elegantíssimo hotel no Upper East Side. Depois voltando a ele gloriosamente, como dono e senhor… Fomos a Paris e Londres juntos. A mesma alegria e festa de sempre… Quando ia ao Rio Mirtia me recebia para jantar no celebrado Antiquários, restaurante eleganterrimo decorado pelo talento português do muito saudoso Pedro Leitão. Agora ela passou de armas e bagagens para o “Gero”, em Ipanema. A primeira e última vez que lá pisei os pés, foi há três anos quando o lindo e único filho de Mrs Gallotti, o brilhante criminalista Luciano Saldanha Coelho nos recebeu para um opíparo almoço de domingo. Casado com a televisiva da “Globo News”, a ultra simpática, linda e competente, Maria Beltrão que levou com ela o brilhante jornalista Jorge Bastos Moreno, do jornal “O Globo” – recentemente falecido. A última vez que vi a sempre querida e muito simpática Mirtia Gallotti foi há quase dois anos na mansão palácio da eleganterrima amiga comum Maria Alice de Araújo Pinho, no Jardim Botânico, que recebe todos os sábados para cineminha, e que cinema(!) seguida de belo jantar em mesa única regiamente posta digna de um czar de todas as Rússias!!! Mirtia Gallotti nasceu no Rio Grande do Sul de uma tradicional família de origem alemã. Casou em primeiras núpcias com o deputado federal Saldanha Coelho. Casou-se novamente com o importante e famoso executivo internacional Antônio Gallotti presidente da canadense Brascran, que administrava várias empresas. Inclusive a Light, que tinha a concessão para explorar a energia elétrica desde o início de 1900 no Rio de Janeiro. O casal reinava absoluto na cobertura daquele lindo e alto edifício ao lado do Country, em Ipanema recebendo para grandes e inesquecíveis reuniões sociais…
(Jota Mape, jornalista)