Opinião

A eficácia do sentimento de gratidão

Redação

Publicado em 13 de junho de 2015 às 02:35 | Atualizado há 10 anos

A gratidão é um sentimento nobre e pouco cultivado pelas consciências que ainda não se despertaram para perceber e sentir a excelência e a magnitude da dura realidade existencial dos dias que correm. É extremamente importante ser grato ao Criador dos mundos e Grande Arquiteto do Universo pelo dom precioso da própria vida e por tantas outras bênçãos recebidas.

Ocorre que o ser humano divorciado de sua essência espiritual se compraz muito mais em reclamar do em que agradecer.  De frágil sensibilidade olvida que naturalmente a ingratidão quase sempre traz em sua bagagem resquícios do torpe e intolerável sentimento de injustiça.

Modelo e guia perfeito da humanidade Jesus de Nazaré trazia em sua muito bem urdida e veneranda personalidade a essência pura deste nobre e sublime sentimento muito próprio das almas iluminadas.  Emulado por ele certa feita exarou com humildade e sabedoria sentença norteadora da conduta humana vazada nos seguintes termos: “Tive fome e me destes de comer;  tive sede e me destes de beber; tive necessidade de abrigo e me abrigastes;  estive nu e me vestistes; estive doente e fostes me visitar; estive na prisão e viestes me ver.”

Quem já foi visitado pela bênção da dor física ou moral pode avaliar a dimensão e a extraordinária importância dos benefícios ofertados por uma visita fraterna e solidária durante a convalescência.  Estando a braços com a presença inevitável da dor que ampara e redime com a qual “Deus marca na terra os seus eleitos”, o espírito humano que ainda estagia no orbe em meio a tantas dificuldades, incoerências, paradoxos e contradições, acaba se tornando mais sensível. E a sensibilidade é campo fértil para se vivenciar em sua maior pureza o nobre sentimento da solidariedade e da gratidão.

A partir da experiência vivenciada em uma enfermidade pessoal quando o indivíduo aprisionado à cadeia aconchegante de seu próprio domicílio familiar sente na própria pela as dificuldades quase invencíveis da dor ele pode despertar. Se desperto assume de imediato o impostergável compromisso de conhecer sua nova realidade existencial. Reitera a própria conduta e incorporado à sua nova realidade existencial o nobre sentimento de gratidão.

Embalado por este impostergável compromisso de ser grato e solidário o sentimento  da fraternidade invade o ser compelindo-o a ir ao encontro do infortúnio oculto para graciosamente oferecer o singelo contributo do socorro emergencial. A gratidão emerge de íntimo como uma fonte de luz desejosa de iluminar e fazer brilhar a própria luz. Quem assim age ao influxo deste nobre sentimento de solidariedade está a serviço do amor universal que um dia, ao depois de banir definitivamente o orgulho, o egoísmo e a vaidade, da face da terra haverá de unir todas as criaturas.

Enquanto isso alguns poucos desavisados ousam inadvertidamente censurar a gratidão este gesto singelo e humano que emerge dos recônditos da alma, faz vir a lume palavras elogiosas exalçando a fraterna atitude de quem sabe ser grato.  Elogios estimuladores hauridos da força vibrante de nobres sentimentos, se verdadeiros e sinceros contribuem eficazmente para consolidar nossas conquista no cenário da eterna gratidão. Ser grato é prova incontestável de grandeza moral.

A alma grande e generosa revestida com a túnica da humildade e da grandeza moral percebe que a gratidão sintetiza da gentileza e da amorosidade. Os seres que ainda jornadeiam temporariamente na face escura deste planeta formoso em busca de mais luz trazem consigo nuances peculiares de sua própria inferioridade moral. Não raramente percebem a eficácia e a grandeza do sublime sentimento da gratidão. A espontânea e generosa manifestação de gratidão que registra com singeleza e simplicidade a comovedora mensagem do reconhecimento é dever impostergável da alma nobre e generosa.

O nosso é o dever impostergável de nos colocarmos como instrumento do bem servir, equidistante  do fuxico, das intrigas, do rancor, do ressentimento, do ódio, da mágoa, da mentira e de tantas outras invirtudes que infelicitam a humanidade. Gratificado e reconhecido valemo-nos da oportunidade ofertada por este valioso veículo de comunicação para endereçar ao Diário da Manhã o penhor da nossa gratidão e de nosso eterno reconhecimento pelo espaço que generosamente nos concede.

Estamos absolutamente convencidos de que a gratidão é um sentimento que integra, honra e dignifica as relações humanas solidárias e bem sucedidas. Ser grato é um gesto de independência e nobreza de caráter de que deseja se afasta definitivamente da vaga comum e estéril da improdutiva discussão que leva ao tenebroso cenário que fomenta a intriga, o desaire, o fuxico e a discórdia. Que os urdidores do bem, do amor e da caridade se alistem no exército dos que já se compromissaram com a construção de uma cultura de paz e harmonia na mente em o coração da humanidade.

 

(Irani Inácio de Lima, advogado e espírita. [email protected])

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