A ‘geografia poética’ de Ronaldo Mousinho – III
Redação DM
Publicado em 21 de maio de 2016 às 02:51 | Atualizado há 9 anosAntonio Carlos Sampaio
(União – PI)
“Planalto Central”
“Orvalhos em folhas vibrantes/ Oh! Que cerrado fenomenal;/ Encantado nuvens irradiantes/ Nos lagos do Planalto Central.”
“Água em clima tão soberano:/ Produção fértil em afã riqueza/ Em festas ao cosmos todo ano,/ Restam safras divinas às mesas…/”.
“Ciclo construtivo dos continentes:/ As aves entusiasmadas cantam:/ Anunciando saudade em repentes!”
“Em pujante verde nesses temporais,/ Parques chuvosos à terra encantam!/ Glória aos céus!/ Raios multicores vitais!”
Maria de Jesus Evangelista
(Nascida no PI)
“Um Pássaro na Chuva”
“Entretanto cantavas./ Não Águia romântica./ Não solitário Condor./ Preso do inexorável,/ forças amarras, vences em voos, asas, iluminadas:/
és Albatroz!/”
“Símbolo doloroso da dualidade humana”./ Teu universo literário te sustém, te revela./ Versos verlaineanos…”/
“Todos te embalam na alegria mais pura./ Lavada pela chuva que cai/ a praça é convite a viagens./ E voas aos sons alegres dos que te amam./”
“Roubaram-me o verbo,/ mas ouço a todos./ Do mais fundo percebo teu grito/ sobre o mar que a chuva ara em festa:/ “Il pleut dans mon coeur”/ antes da aceitação extensiva/ “Comme il pleut sur la ville”./
“Praça Vermelha” das gentes/ nas homenagens ao seu Poeta,/ vaste oiseau sob chuva, que lava e ilumina/ as suas grandes asas para os braços amigos./ “D’où vient cette douceur?”
MARIA VANILDES ALVES
(Natural de Oeiras – PI)
“Os Muros”
“Como grandes paredes das prisões,/ Lá estão eles, os muros, erguidos,…/Absurdos, surdos, mudos, parados/ Nas ruas, praças, cidades e avenidas/”
“São paredes, são cercas, são grades!/Que nos oprimem e separam-nos de nós,/ Como que enclausurados nos cárceres,/ do lado de fora da vida, sem vida, sem voz!”
“Encarcerados, fora do mundo, que mundo!…/ Distante, cansados, abafados, isolados/ De nós mesmos, presos pelo muros/ arquitetados, formados, bem armados/”
“Dentro de nós, enquanto nos vemos confinados/ Pelo medo que se diluem lagrimas corriqueiras/ sufocadas entre as paredes de concretos armado,/ Que nos prendem, nos sufocam por inteiro.”
“Isolados de nós mesmos, é preciso fugir…/ fugir do vazio, tirar a máscara, romper as grades!/ cortar o laço e rasgar o véu que nos cobriu,/ Enquanto uma nova vida se refaz…”
“Sem vazio, sem medo, sem muro formado,/ Livre para a vida, livre para o amor/ Que toca o peito do bem amado/ E faz quebrar os muros de concreto armado.”
RONALDO ALVES MOUSINHO
(GUADALUPE – PI)
“Delírio ou Lógica?”
“Ainda andamos a esmo,/ em existência mesquinha./ Quase larva somos,/ antes mesmo da morte física./ Delírios melancólicos/ ou paranoia demoníaca,/ é a lógica vulgar a guiar-nos./ Mas a matéria já libertou sua energia e abriu caminhos aos planetas.”
“Conhece-te a ti mesmo! Concitou-nos Sócrates,/ e o espírito humano fatigou-se do positivismo filosófico/ que até então direciona e explica limitadamente nossas ações./ Saiamos do primarismo binário, da lógica do sim ou não./ Para o raciocínio analógico,/ da superlógica, da intuição do sim e do não;/ ao principio das Ligações não Causais,/ da Jubilação dos Acasos e da Doutrina da Sincronicidade.”
“Passemos do estado de sono e vigília/ para o da Superconciência,/ da Psicologia dos estados superiores,/ onde a Inteligência cintila,/ iluminando ainda coisas escondidas do Universo,”
“Já é hora de vislumbrarmos a força Vril,/ A reveladora da Cosmogonia,/ dos segredos das pirâmides, das figuras de Nasca/ e dos gigantes da Ilha de Páscoa.”
(Licínio Barbosa, advogado criminalista, professor emérito da UFG, professor titular da PUC-Goiás, membro titular do IAB-Instituto dos Advogados Brasileiros-Rio/RJ, e do IHGG-Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, membro efetivo da Academia Goiana de Letras, Cadeira 35 – E-mail liciniobarbo[email protected])