A Hippie e seus Impactos
Redação DM
Publicado em 10 de fevereiro de 2018 às 23:35 | Atualizado há 7 anos
A Feira Hippie impacta nos aspectos social, econômico, político e cultural na vida do goiano. Com o título de maior feira aberta da América Latina, a mais de quatro décadas está presente nos domingos. Iniciou-se nas imediações do Mutirama. Atualmente localizada na Praça do Trabalhador, próximo à antiga Estação Ferroviária. Sobressai como grande polo comercial e turístico. Com mais de dez mil feirantes cadastrados. Oferta variedade relevante de produtos industrializados e artesanais. A culinária também é destaque. Na semana, são várias dezenas de ônibus em excursão, trazendo consumidores de todas as partes do Brasil, com o intuito de comprar para revender em suas cidades. No entanto, o visitante, o consumidor e o feirante não contam com as condições adequadas para usufruírem o local, com bem-estar e tranquilidade.
Como ponto crítico, na Feira, vejo destacar-se o aspecto da infraestrutura. A insuficiência de sanitários públicos é um dos ofensores a se enumerar. Não queira ser acometido por um desarranjo intestinal ali. As condições térmicas e a deficiência na segurança são outros dois pontos cruciais a ater-se. A presença de policiamento é rarefeita. Em época de chuvas, a situação torna-se mais tensa ainda! Em troca de ideias com populares, durante o final de uma tarde de domingo, fui alertado referente a inexistência de lixeiras. Resíduos são dispensados por toda a Praça. Reporto estes fatos como frequentador e articulista. As barracas, como são hoje, contempladas a partir da rampa sul do Terminal Rodoviário, causam poluição visual.
Cabe a cada um de nós, cidadãos, sinalizar oportunidades para melhorar o local e a Feira. O atendimento descontraído associado ao bom preço e às várias opções para a forma de pagamento, são excelentes atrativos diferenciadores. Em conversa com o senhor Adão Leite, 62 anos de idade, comerciante de peças íntimas, este assegurou-me que há um projeto de revitalização, idealizado por integrantes da Feira Hippie, que contempla a criação de banheiros e adequação da Praça, para prática de esportes, e outras atividades culturais. Mas, este é um projeto que se comenta a respeito, desde 2013.
A Rádio Hippie presta serviços muito importantes, de utilidade pública, anunciando crianças e documentos desaparecidos. Promove a interação e sorteios de prêmios. Posiciona-se como agente orientador para o público, no que refere-se à medidas comportamentais que acarretam benefícios a própria segurança e de seus pertences. Além do mais, agracia ouvidos com a programação musical, incluindo boa diversidade de novos artistas locais.
A Associação dos Feirantes em parceria com a Prefeitura de Goiânia e Câmara dos Vereadores, necessitam implementar com urgência, uma ação efetiva, em prol do desenvolvimento deste ambiente expressivo para a economia do Estado. O horário de montagem das barracas é regulamentado. Mas, não é cumprido. Lucas Neves, 25 anos de idade, montador de barracas, confirmou-me que este acordo não é observado. Na prática, estas, começam a ser preparadas na noite de sexta-feira. Sendo que o Código de Posturas do Município define que a montagem seja realizada a partir das 14 h de sábado. Enfatizo que a mobilidade é bastante comprometida na região, devido ao desvio no trânsito de veículos e passeios bloqueados. Moradores locais, disseram-me que o ruído dos trabalhadores nas madrugadas, atrapalha o sono. Lembrando que são quase sete mil barracas. Além de considerável número de ambulantes irregulares. O negócio próspero é aquele que favorece todas as partes envolvidas. Com apenas alguns ajustes, a Feira Hippie tornará referência em estrutura comercial ao ar livre, para o mundo! Este mosaico requer pequenos, mas, essenciais arremates.
(Ronaldo Marinho. Escritor – Gestor)