A história da Paraíba de José Octávio de Arruda Mello
Diário da Manhã
Publicado em 16 de abril de 2016 às 02:14 | Atualizado há 9 anosDurante esta Páscoa, deu-nos a honra de visitar Goiânia o escritor potiguar José Octávio de Arruda Mello a caminho da Cidade de Goiás, que ele pretendia conhecer, principalmente pela tradição do Fogaréu.
José Octávio é um notável historiador notabilizando-se pela obra “História da Paraíba – Lutas e Resistência”, Editora Universitária, João Pessoa, 1997, 280 págs.
Na Introdução, Carlos Guilherme Mota, in “A História da Paraíba” assinala: “A História da Paraíba” de José Octávio já pode ser considerada um pequeno clássico da Historiografia daquele Estado, livro que ultrapassa os limites geográficos e geopolítico, e passa a ocupar um lugar de destaque nos estudos históricos de nosso País.
No Prefácio à 1ª edição, Armando Souto Maior proclama:
“A História da Paraíba de José Octávio de Arruda Mello não é obra para ser lida apenas por especialistas. Propositadamente, há, no livro, preocupações didáticas que o tornam capaz de servir de fonte básica para estudantes de nível superior da área de Ciências Humanas.”
A obra se compõe de 7 Capítulos.
No Capítulo I, José Octávio cuida das ‘Origens da Paraíba’, enfocando Pernambuco, Itamaracá, fracassos e êxitos na conquista, os Tabajaras na luta contra os Potiguaras. Geografia e sentido de uma cidade. Economia e organização político-administrativa. Propriedade, escravidão, organização familiar e o papel da Igreja. A submissão dos Potiguaras.
No Capítulo II, José Octávio estuda a Consolidação e Defesa da terra: As invasões holandesas: O comércio internacional: Mar fechado e mar aberto: os holandeses. O apoio judaizante: os Tapuias.Tentativas de desembarque e controle da capital. A (nova) organização política, social e econômica. A administração holandesa. A resistência anti-holandesa: Vidal de Negreiros. Os escravos, penetrações holandesas, e triunfo nativista. Cultura e contribuição holandesas.
No Capítulo III, José Octávio estuda a Intervenção territorial, monopólio e crise do Século XVII ao Século XVIII. Aí estão a extensão da crise e o monopólio. A Questão dos Índios: uma revisão. A Casa da Torre. Os Bandeirantes e Oliveira Ledos na conquista do Sertão. A Resistência Indígena. A Guerra dos Bárbaros. Economia, vilas e cidades do Sertão: Uma sociedade violenta. Monopólio. Companhia do Comércio, e perda da autonomia. Inquisição, e expulsão dos Jesuítas, e crise geral.
No Capítulo IV, o historiador paraibano enfoca um Tempo de muitas Lutas: Ocupação e Integração do Espaço Paraibano: A Função do Brejo. Questões de classe e ideologia liberal na Revolução de 1817. Glória e Desgraça de um Movimento. Confederação do Equador, ou o sacrifício de Frei Caneca (1848-1849): O Rugido democrático da Praia. A Paraíba e a Independência do Brasil – Manoel Carneiro da Cunha. Das Lutas da Regência à Centralização de 1850. Economia e Indicadores sociais na segunda metade do Século XIX. Movimentos Populares: a Rebelião dos de baixo. A Paraíba: Do Império à República: Elite política, Federação e Imprensa. A Abolição pela porta da crise.
No Capítulo V, da República dos Coronéis à Revolução de 30, ou a Ascensão e Declínio das Oligarquias. Oligarquismo e a Política dos Governadores na República. Etapas do Oligarquismo paraibano: Do Venancismo ao Alvarismo. A Igreja e os Movimentos sociais, na República Velha. Economia: o algodão, as ferrovias e a urbanização. Das obras contra a seca. à Década de Vinte. João Pessoa – Um governante contra as Oligarquias. Eleições nacionais, guerra civil e a Revolução de 30.
No Capítulo VI, o historiador potiguar estuda o Estado e a crise social, os Partidos e a Involução Econômica na Paraíba, de 1930 a 1990. A Década de 30: A modernização por via estatal. Refluxo e reorganização administrativa, planejamento, e crise do Estado. Sociedade e movimentos sociais na Paraíba. Um Movimento de impulso: as Ligas Camponesas. Da Luta pela redemocratização aos nossos dias: Reorientação da Igreja. A evolução partidária dos anos Trinta ao Neopopulismo. Evolução, equilíbrio e colapso da economia paraibana.
No Capítulo VII, o ilustre historiador paraibano estuda a Paraíba, como síntese histórica e evolução cultural. Enfoca as suas origens e lutas. Enfoca as conquistas e seu sentido, e a busca da sociedade. Focaliza, a seguir, o rumo do Sertão. O Comércio mascate e o surto algodoeiro. Enfoca, adiante, o empobrecimento da Província, a revolução e o protesto social. Discorre, após, sobre a Revolução de 30, e o modelo estatizante. Discorre, ainda, sobre as Ligas Camponesas e a reorganização administrativa. O Esgotamento do modelo e a crise atual. Enfoca, a seguir, os temas de sociedade e cultura. E, após, enfoca o Estado, suas instituições, as especializações na Cultura, os construtores e as publicações básicas.
(Licínio Barbosa, advogado criminalista, professor emérito da UFG, professor titular da PUC-Goiás, membro titular do IAB-Instituto dos Advogados Brasileiros-Rio/RJ e do IHGG-Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, membro efetivo da Academia Goiana de Letras, Cadeira 35 – E-mail liciniobarbo[email protected])