Opinião

A importância da ação de práticas de conciliação e mediação de conflitos

Diário da Manhã

Publicado em 29 de janeiro de 2018 às 23:03 | Atualizado há 7 anos

A cri­a­ção e ado­ção de prá­ti­cas que pro­por­ci­o­nam a for­ma­ção de um am­bi­en­te de tra­ba­lho pro­du­ti­vo é ca­da vez mais ne­ces­sá­rio no mun­do dos ne­gó­ci­os. Pen­san­do nis­so, cor­po­ra­ções tem pro­cu­ra­do ado­tar uma me­di­a­ção em­pre­sa­ri­al co­mo no­va pos­si­bi­li­da­de de se re­sol­ver con­fli­tos in­ter­nos e ge­ren­ci­ar cri­ses co­mo téc­ni­cas es­pe­cí­fi­cas pa­ra ca­da ca­so. O atu­al Có­di­go de Pro­ces­so Ci­vil (CPC) trou­xe ino­va­ção, in­se­rin­do Nor­mas Fun­da­men­tais do Pro­ces­so Ci­vil, pri­vi­le­gi­an­do di­rei­tos so­ci­ais, co­mo por exem­plo, a uti­li­za­ção dos Mei­os Ade­qua­dos de So­lu­ção de Con­fli­tos co­mo a Con­ci­li­a­ção e a Me­di­a­ção. Pes­qui­sas re­ve­lam que as em­pre­sas per­dem cer­ca de 12 % de sua pro­du­ti­vi­da­de ten­tan­do ge­ren­ci­ar cri­ses exis­ten­tes que, ape­sar de co­muns, de­se­qui­li­bram o ge­ram pre­ju­í­zos.

Pou­cos es­ta­dos da Fe­de­ra­ção as ins­ti­tu­í­ram. Go­i­ás, por exem­plo, ain­da não pos­sui uma le­gis­la­ção tra­tan­do da cri­a­ção da­que­la es­tru­tu­ra ad­mi­nis­tra­ti­va, não ob­stan­te já te­rem si­do tra­ta­ti­vas téc­ni­cas pa­ra ela­bo­ra­ção do pro­je­to. E é nes­te con­tex­to que es­tá in­se­ri­da a Pri­mei­ra Câ­ma­ra de Con­ci­li­a­ção e Me­di­a­ção – Cen­tro de Re­so­lu­ção de Con­fli­tos Fi­nan­cei­ros e Am­bien­tais (1ª CCM-CRCF), cri­a­da com o apoio da As­so­cia­ção dos Ban­cos (Asban) e que tem co­mo mis­são a pa­ci­fi­ca­ção de con­fli­tos. Si­tu­a­ções de con­fli­tos am­bien­tais tam­bém pas­sam a con­tar com a me­di­a­ção e con­ci­li­a­ção do di­rei­to am­bien­tal, atra­vés da Câ­ma­ra de Con­ci­li­a­ção e Me­di­a­ção.

A Con­ci­li­a­ção é uma for­ma de re­so­lu­ção de con­fli­tos, on­de um ter­cei­ro, neu­tro e im­par­ci­al, cha­ma­do con­ci­li­a­dor, fa­ci­li­ta a co­mu­ni­ca­ção en­tre pes­so­as que man­tém uma re­la­ção pon­tu­al na bus­ca de seus in­te­res­ses e na iden­ti­fi­ca­ção de su­as ques­tões, atra­vés de sua ori­en­ta­ção pes­so­al e di­re­ta, bus­can­do um acor­do sa­tis­fa­tó­rio pa­ra am­bas.

O atu­al CPC e a Lei de Me­di­a­ção am­pliou o aces­so à Jus­ti­ça, in­cor­po­ran­do uma mu­dan­ça cul­tu­ral nas prá­ti­cas ju­di­ci­á­rias. Ad­vo­ga­dos e ma­gis­tra­dos de­vem bus­car a re­so­lu­ção das de­man­das pe­los mei­os ade­qua­dos de so­lu­ção de con­fli­tos, des­ta­can­do-se a Con­ci­li­a­ção e Me­di­a­ção co­mo ins­tru­men­tos de apli­ca­ção do Po­der Ju­di­ci­á­rio. O in­cen­ti­vo à con­ci­li­a­ção e a me­di­a­ção é uma for­ma de com­ba­te ao ex­ces­so de li­ti­gio­si­da­de. Não se tra­ta de de­sa­cre­di­tar a Jus­ti­ça es­ta­tal, mas de com­ba­ter a li­ti­gio­si­da­de que do­mi­na a so­ci­e­da­de con­tem­po­râ­nea, que acre­di­ta na ju­ris­di­ção co­mo a úni­ca fer­ra­men­ta pa­ci­fi­ca­do­ra de con­fli­tos, ele­van­do a um nú­me­ro mai­or de pro­ces­sos afo­ra­dos, que su­pe­ra a ca­pa­ci­da­de de va­zão dos ór­gã­os e es­tru­tu­ras do ser­vi­ço ju­di­ci­á­rio dis­po­ní­vel.

A ad­mi­nis­tra­ção ade­qua­da de um con­fli­to é tão im­por­tan­te pa­ra a sa­ú­de de uma em­pre­sa, que cor­po­ra­ções bus­cam me­di­a­do­res pa­ra ge­rir os efei­tos da­no­sos da cri­se e po­ten­ci­a­li­zar os efei­tos pro­du­ti­vos que po­dem ser ge­ra­dos pe­la con­du­ção téc­ni­ca de um me­di­a­dor ca­pa­ci­ta­do. A me­di­a­ção é tão im­por­tan­te que, além de pre­ser­var os la­ços en­tre em­pre­sas, for­ne­ce­do­res e cli­en­tes, pro­por­ci­o­na con­si­de­rá­vel eco­no­mia pa­ra a cor­po­ra­ção que, atra­vés de seus ad­vo­ga­dos, re­sol­ve ques­tões con­fli­tuo­sas sem a ne­ces­si­da­de de ju­di­cia­li­za­ção, po­ten­ci­a­li­zan­do sua pro­du­ti­vi­da­de e com­pe­ti­ti­vi­da­de no mer­ca­do fi­nan­cei­ro. Cri­ses bem ge­ren­ci­a­das não atra­pa­lham no bom re­la­ci­o­na­men­to e na le­al­da­de com con­su­mi­do­res de bens e ser­vi­ços.

 

(Ro­ber­to Hi­da­si, ad­vo­ga­do am­bien­tal)

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