A importância da fisioterapia no parto natural
Redação DM
Publicado em 23 de fevereiro de 2018 às 22:30 | Atualizado há 7 anosO processo de nascimento de uma criança é considerado um fenômeno complexo e importante para a mulher e família, a assistência à mulher durante o parto permanece como objeto de grande medicalização e, embora, a hospitalização tenha representado a queda da mortalidade materna e neonatal, o cenário de nascimento transformou-se rapidamente, tornando-se desconhecido para as mulheres e mais conveniente e asséptico para os profissionais de saúde. (SOUZA, 2012)
No que tange a temática do alívio da dor à parturiente, os usos dos métodos não farmacológicos são propostos como uma opção para substituição de anestésicos e analgésicos durante o trabalho de parto e parto. Nesta perspectiva, estes cuidados são incentivados através da recomendação da prática de algumas ações não farmacológicas, como liberdade de adotar posturas e posições variadas, deambulação, respiração ritmada e ofegante, comandos verbais e relaxamento, banhos de chuveiro e de imersão, toque e massagens e o uso da bola. (SILVA, 2011). Estas práticas têm a finalidade de tornar o parto o mais natural possível, diminuindo as intervenções, cesarianas desnecessárias e a administração de fármacos.
No parto natural não se tem a utilização de medicamento como na cesárea, o que prejudica o bebê. No trabalho de parto, a fisioterapia tem como principal objetivo minimizar as dores sem o uso de fármacos. São feitos exercícios que facilitam a descida do bebe, promovendo maior relaxamento da musculatura da vagina, como massagem vaginal, banhos quentes, massagens relaxantes, entre outros recursos.
O ideal e a gestante procurar a fisioterapia no primeiro trimestre, o trabalho de preparação para o parto se dá principalmente pelo estímulo à conscientização da musculatura do assoalho pélvico, associado à respiração, o papel do profissional é oferecer a melhor opção, mostrar casos, explicar a importância da naturalidade do parto.
O fisioterapeuta, que tem como função avaliar e monitorar as alterações físicas enfocando a manutenção do bem-estar da parturiente e do bebê, tanto na primeira quanto na segunda fase do trabalho de parto. No desempenho dos cuidados com as parturientes, é recomendada a adoção de tecnologias não farmacológicas e não invasivas para o alívio da dor, dentre elas podemos citar a eletroestimulação nervosa transcutânea (TENS), a hidroterapia, a cinesioterapia, a crioterápica, a massoterapia, as técnicas respiratórias e de relaxamento. (SOUZA, 2010)
Previne disfunções comumente encontradas nas gestantes, como a incontinência urinária, que pode ser feito exercícios de contração e relaxamento, pode se usar bola suíça, o exercício de Kegel, que consiste em levantar o quadril e contrair a musculatura pélvica, por 10 segundos e relaxar voltando a posição original, pode usar pesinhos vaginais, alongamento – massagem perineal, usando um óleo vegetal, empurra a musculatura da vagina em direção ao anus e abre para as laterais. E para evitar as dores articulares que mais acometem as gestantes como, a lombar e sacro ilíaca, fazer exercícios (abdômen, glúteos, quadríceps, região torácica) e alongamentos (região lombar, parte posterior das pernas, peitorais). É importante preparar o corpo para o parto, assim, o mesmo evoluirá mais rapidamente, com alívio da dor.
As posições que favorecem o parto natural e diminuem a dor são: posturas verticais, sentada, ajoelhada, de cócoras e em quatro apoios. O parto de cócoras é ótimo porque a posição facilita a saída do bebê, abre mais espaço na pelve e é menos dolorosa, outra tão boa quanto, e a de quatro apoios, facilita a saída do bebe e não tem perigo de lacerar a vagina até o anus, a parturiente pode ficar no colchão ou até mesmo no chão, a posição que achar melhor. Exercícios respiratórios têm a função de reduzir a sensação dolorosa, melhorar os níveis de saturação sanguínea. Estimular a deambulação da parturiente é uma pratica eficiente para facilitar o trabalho de parto.
As vantagens são inúmeras. Só de ter alguém ao lado para orientar, esclarecer e tranquilizar já é um bom começo, as vantagens de um bom relacionamento do profissional com a parturiente é fundamental, para um bom preparo durante o pré-natal, parto e puerpério, pois a falta de informação e acompanhamento pode gerar situações desagradáveis e traumas.
(Amanda Alves Martins, acadêmica de Fisioterapia 8º período e integrante da Lasm – Fesgo / Lorena Gonçalves Leal, docente do curso de Enfermagem e coordenadora da Lasm – Fesgo)