A juventude tem que viver
Diário da Manhã
Publicado em 3 de maio de 2016 às 01:42 | Atualizado há 9 anos“Entre 2004 e 2014, 53% (11.674) das vítimas de homicídio no Estado tinham entre 15 e 29 anos de idade, segundo o Atlas da Violência 2016. Nesse mesmo período foram executadas 21.742 pessoas no total em Goiás.” Esse foi o início de matéria recém publicada num importante jornal da capital.
Como ex-secretário municipal de juventude e atual superintendente da área em Goiânia lido de perto com o desafio constante de contribuir para a construção de uma sociedade mais justa. Uma sociedade que garanta, especialmente, aos nossos jovens os seus direitos.
Posso afirmar, mesmo sem a reportagem ter esmiuçado os dados divulgados, que desses jovens mortos, mais da metade eram negros ou moradores da periferia, seja em Goiânia ou no interior do nosso Estado. Isso prova que as políticas públicas voltadas para essa parcela da juventude precisam ser aperfeiçoadas e ampliadas.
A nossa Constituição Cidadã prevê que as crianças e adolescentes devem ser tratados como prioridade pelo setor público, mas isso ainda não é realidade no Brasil. Políticas educacionais e a promoção de saúde para esse público aumentaram sim nos últimos anos, mas é necessário um maior fortalecimento dos conselhos que fazem a defesa de crianças e adolescentes, e, sobretudo, o fortalecimento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Acreditando na força da gestão participativa criamos em 2015 o Conselho Municipal de Juventude, e hoje estamos focados na ampliação do programa Juventude Viva, que reúne ações de prevenção para reduzir a vulnerabilidade de jovens negros em situações de violência física e simbólica, a partir da criação de oportunidades de inclusão social e autonomia para os jovens entre 15 e 29 anos. Bem como atuamos fortemente na concretização do projeto Estação Juventude, na perspectiva de emancipar a juventude através do conhecimento.
Devemos somar esforços para que a juventude viva!
(Luiz Inácio Neto, superintendente Municipal de Juventude)