A “mente” mente, o presente não existe – terceira parte
Redação DM
Publicado em 28 de março de 2018 às 23:14 | Atualizado há 7 anos
O misericordioso leitor compreenderá esta “terceira parte” mesmo não tendo lido as duas primeiras, pois, o escrevinhador tratou de resumi-las aqui, mas, antes, preciso registrar que alguns irritadinhos reclamaram que os meus trocadilhos estão “ficando” irritantes, “repetitivos”, aliás, um cochichou para um “irmão”: “mente daqui, mente de lá, mente que mente, aspas, vírgulas, travessões, todo o tempo, ninguém aguenta!”. Mas, é verdade, é sério, não estou fingindo, representando, rebuscando nada, alguns amigos até falam que me leem como se eu estivesse ali, falando-lhes, aí eu falo, em tom jocoso, que isto prova, incontestavelmente, que não sou um “escritor”, sou, apenas, um escrevinhador, que escritor é Machado de Assis, Monteiro Lobato, Clarice Lispector, Fernando Sabino, Guimarães Rosa, entre tantos, entretanto, é lógico, não sou de ferro, tanto que no artigo “A verdadeira cara do Carabook” – continuação do “A verdadeira face do “Face”, ambos dedicados à minha adorável filha Sarah Kay Batista Gonçalves Dias – brinquei: “Eu não sou um robô”, então, acho que é natural eu me sentir muito feliz com a feliz coincidência da “Carabook” ter se ferrado logo após a publicação do primeiro e, lógico, muitíssimo honrado com os elogios dos amigos, muito obrigado e sempre às ordens e somente com a verdade, nada além da verdade, olha eu tergiversando novamente.
Na “primeira parte”, publicada dia 11 de fevereiro, afirmei que não existe intervalo nenhum entre o futuro e o passado, não existe o tal do presente, quer dizer, não existe nenhum momento ínfimo, nenhum instante, nenhum átimo, entre o passado e o futuro e, pior, nem mesmo o pensamento, esta ferramenta velocíssima da mente, pode captar esta “Coisa”, afinal ela não existe e, na segunda parte, publicada mais de um mês depois, ou seja, dia 19 de março – ambos disponíveis no site deste matutino vanguardista, ou, no Google, o “oráculo do milênio”, basta digitar o título na barra – então, comentei que muitos dizem que o presente é o agora. Ora, ora, ora, aonde, ou, onde está o “agora”? Por fim falei do nosso idioma, da língua portuguesa brasileira, do quanto ela é incrível, sofisticada, a mais linda do planeta, a mais rica, tanto, que ela, apropriadamente, aliás, como enfatizei lá, muitissimamente apropriadamente, denomina esta parte do nosso organismo psicológico de mente, sim, mente, mente do verbo mentir e, lógico, isto é o que a mente faz, quase o tempo todo, coloca-nos num presente inexistente adulterando o mundo externo para conformá-lo, adequá-lo ao nosso mundo interior pois enlouqueceríamos se assim não fosse e é mesmo louvável que ela, lógico, a mente, nos proteja fazendo-nos acreditar no presente, o que não deixa de ser um milagroso, magnífico, incomensurável presente. Até.
(Henrique Dias, jornalista)