A Polícia Federal e a “Operação Carne Fraca”
Redação DM
Publicado em 21 de março de 2017 às 02:41 | Atualizado há 8 anos
Como estarão o cantor Roberto Carlos, o ator Toni Ramos, a apresentadora Fátima Bernardes, o empresário Abílio Diniz, os diretores e acionistas das empresas propagandeadas, aliás, como será que estará o “filhinho do papai”?
Nas comemorações dos ês anos da “Operação Lava Jato”, sexta, dia 17, a Polícia Federal mobilizou 1.000 agentes para realizarem a maior operação da sua história, sob codinome “Carne Fraca”, que fechará a boca dos imbecis que viviem dizendo que a PF só se preocupava com a “Lava- Jato”. Foram presos diretores e funcionários das, cerca de 20 empresas, em inúmeros estados, inclusive Goiás e São Paulo, os presos, estariam, provavelmente, envolvidos na venda, aqui e no exterior, de carne podre “batizada” com produtos ácidos que disfarçam o gosto e o cheiro da podridão. Lembrei-me do escândalo do ácido no leite, na década passada e da Deuzenir, mãe da minha caçula, a Sophia Penellopy que, na primeira vez que visitou a Espanha, em 2004, ligou-me, para dizer, gargalhando, que lá, açougue é “chamado”, ou, conhecido como carniceria.
Eu estou preocupadíssimo porque a primeira empresa, no ranking das tais 20 envolvidas, com milhares de funcionários, exporta para 150 países, fatura 170 bilhões – cento e setenta bilhões – e, pior, muito pior, enquanto escrevo, as suas ações, não as adulterações, os seus papéis na Bolsa de Valores de São Paulo estão despencando e fazendo despecar a “banca” – e olha que eu escrevo, lógico, estas linhas, no começo da tarde de sexta-feira!
Os mais velhos diziam que salsicha e leis, nós “engolimos” porque não vemos fazer. Eu fico me perguntando, eu que sou apenas um microempresário, quase falido, como é que as tais empresas, com tantas câmeras, funcionários, inspetores, fiscais, gerentes, diretores, como é possível que, toneladas e toneladas de carnes podres tenham sido, em diversos frigoríficos no Brasil, adulteradas com substâncias cancerígenas, debaixo dos narizes dessa gente e, pior, como o “negócio” prosperou por tantos anos movimentando tantos bilhões? É a carne dessa gente é fraca mesmo, porque as suas ambições não tem limites. Bem, agora é treinar na cadeia, as suas carnes e espíritos, para não chocarem-se tanto, com o inferno. Até.
(Henrique Dias, jornalista)