A relevância da política como “ciência de governo”
Diário da Manhã
Publicado em 15 de setembro de 2018 às 22:44 | Atualizado há 7 anos
“[…] o homem é naturalmente um animal político […]”
Aristóteles
Neste período, em que se aproximam as eleições em nível nacional, nossa atenção se volta aos valores e relevância da política do nosso país. Pela experiência que tenho no meu exercício político, em que legislei na Câmara Municipal de Goiânia, sinto-me apta a escrever sobre este tema, que hora aflige todos nós brasileiros, tendo e vista a proximidade das eleições.
É imprescindível considerar um conceito básico de política. Conforme definição corrente, “política é a Ciência do governo dos povos”. Nesta ideia podemos fazer uma reflexão acerca da política, com enfoque na ética. Nenhuma profissão é mais nobre do que a política, porque quem a exerce assume responsabilidades só compatíveis com grandes qualidades morais e de competência. A atividade política só se justifica se o político tiver espírito republicano, ou seja, se as suas ações, além de buscarem a conquista do poder, forem dirigidas para o bem público, que não é fácil definir, mas que é preciso sempre buscar. Um bem público que variará de acordo com a ideologia ou os valores de cada político, mas o qual se espera que ele busque com prudência e coragem. E nenhuma profissão é mais importante, porque o político pode ter uma boa ou má influência sobre a vida das pessoas, maior do que a de qualquer outra profissão.
A ética da política não pode ser diferente da ética da vida pessoal. E além de observar os princípios gerais, como não matar ou não roubar, o político deve mostrar ao povo que o elegeu sua capacidade de defender o bem comum e o bem estar de toda a sociedade, sem se preocupar com o simples exercício do poder. Além de não distinguir, de qualquer forma, os demais membros da sociedade, deve ser capaz de mostrar a esses membros que assume a responsabilidade pela consecução deste objetivo. Exerce assim, o que se convencionou chamar da “ética da responsabilidade”. E a ética da responsabilidade leva em consideração as consequências das decisões que o político adota. Em muitas ocasiões, o político pode ser colocado frente aos dilemas morais para tomar decisões. Mas, o político ciente de sua obrigação com a ética da responsabilidade, sabe que não deve subverter seus valores e, muito menos aqueles que apresentou para seus eleitores.
Com o avanço da crise do sistema político na percepção dos cidadãos comuns, há que se encontrarem formas de esclarecer o que significa, não só o governo, mas o que significam os parlamentos. A representação política deve estar mais próxima dos eleitores. Uma política capaz de mobilizar a sociedade e promover um debate mais fecundo de enfrentamento aos problemas cotidianos. O fortalecimento das atribuições do legislativo não se faz pela ideia de que ele seja um mero “despachante” do Poder Executivo, tendo em vista que o parlamentar estadual e Federal é um representante do povo que elabora as leis, mediante as necessidades da população. Isto demonstra o valor e a qualidade da democracia, representada pela presença do deputado estadual e federal, na dinâmica da política.
A maioria dos deputados possui alguns redutos eleitorais, onde concentram a maior parte de suas votações, o que revela a importância da sua atuação em termos espaciais. Em larga medida, os eleitores passam a ver, em determinado deputado, o representante do seu bairro, de sua localidade, de sua comunidade. Neste contexto o desempenho desse parlamentar está legitimamente atrelado à elaboração dos Projetos de Leis, que contemplam as políticas públicas e serviços, mediante as necessidades da população. Além, é claro, de fiscalizar a execução das Leis e ações do executivo. Aqui podemos citar as áreas de atuação que envolvem o legislativo e o executivo. Por exemplo, a Política de Educação, Política de Saúde, Política Cultural que compreende a proteção do patrimônio artístico-cultural, Política Ambiental, etc. Mas uma questão muito atual e muito triste, está angustiando a população, principalmente as mulheres. Tendo em vista as atrocidades cometidas pelo feminicídio. A violência contra as mulheres está se alastrando em nossa sociedade, no seio da família. Isto precisa ter um basta e só será possível com a implementação de políticas estabelecidas pelo governo, por meio dos parlamentares. Políticas de combate à violência, de forma mais rígida e profícua. Neste contexto precisamos buscar o parlamentar que defenda esta ideia e por ela lute nas Câmaras estaduais e federais. Aqui abro um parêntese para que se dê espaço nos parlamentos às mulheres, sobretudo, àquelas que encampam projetos “em defesa da mulher”. Nós mulheres precisamos voltar os nossos olhos para os fatos catastróficos da nossa sociedade e nos unirmos para encontrar caminhos que eliminem de vez com o feminicídio. E o nosso respaldo é a política.
Faltando menos de um mês para as eleições é de suma importância a reflexão que aqui faço, sobre o que representa para a sociedade o efetivo desempenho dos nossos parlamentares, principalmente porque as leis maiores são constituídas em âmbito nacional.
Este é um pleito no qual escolheremos os membros que comporão a maior classe política brasileira, com os inúmeros deputados, que serão eleitos para representarem cada estado do nosso país. A política é necessária e não pode ter uma conotação negativa no processo. Neste momento em que manifestamos apoio a um candidato específico, vou sugerir um voto. Vote em alguém que você conheça; que tem as mãos limpas; alguém que possa dar o respaldo da verdade; da coerência; da sinceridade e do amor a nossa cidade e nosso estado. E se ele/ela for eleito, que você ajude a construir nele/nela uma sensação de liderança e representatividade para perdurar além do período de campanha.
Esta é a minha sincera expressão sobre a política que hora se nos apresenta, com a relevância para os parlamentares, pois, os destinos do povo brasileiro devem ser orientados pelas escolhas de cada eleitor, tendo em vista que são esses eleitores que escolhem os representantes políticos, que viabilizarão os benefícios para a comunidade a qual pertence.
Que as nossas preferências sejam encaminhadas por Deus, aliadas ao nosso conhecimento e consciência política.
(Célia Valadão, superintendente de Habitação e Regularização Fundiária, cantora e bacharel em Direito)