Opinião

A sabedoria da lei universal

Redação DM

Publicado em 9 de dezembro de 2015 às 22:26 | Atualizado há 10 anos

Revelam as traições espirituais que o Evangelho, o maior código de ética da humanidade, é um conjunto de normas, saído do coração de Deus e insculpido na mente de toda criatura, independentemente de seu grau evolutivo.  Augustas e soberanas, suas leis universais destinam-se a reger a caminhada evolutiva de todos os orbes e de todos os seres da criação.

Efeito Inteligente de uma Causa Inteligente, hauridas da imensa misericórdia do Supremo Criador, Pai de infinita bondade e extrema misericórdia, elas normatizam harmoniosamente, as relações intrapessoal e interpessoal humanidade, regendo com leveza a sublime sinfonia dos astros que bailam suavemente na imensidão do espaço sideral.

Ninguém foge se exime ou se exclui, por vontade própria ou por orientação de outrem, a este jugo suave, urdido ao influxo do comando da Consciência das consciências. Todos os seres e todos os mundos estão submetidos à soberana vontade da sublime Causa das causas e da Razão das razões.

A misericordiosa abrangência deste fantástico código de ética e de amor universal dá- nos a consciência plena de que somos seres espirituais, estagiando temporariamente, em um corpo físico demandando a plenitude na eternidade. Em verdade, somos seres espirituais imperecíveis, empreendendo uma curta viagem material, pelos tempestuosos e paradoxalmente redentores caminhos da vida temporal. É sabido que, quando na pátria de origem, decidimo-nos incursionar pelo orbe físico, não raro, delineamos, com o auxílio da Divina Providência, a senda da nossa trajetória, para o próximo projeto reencarnatório.

Antes do mergulho na indumentária carnal, planejamos o roteiro, projetamos a caminhada e firmamos com a Espiritualidade, o compromisso que julgamos indissolúvel, de aqui servir, com abnegação e devotamento, a causa do Divino Cordeiro. Em seguida, resolutos, rumamos para o país das sombras, convictos de que poderemos dar um salto de qualidade na caminhada evolutiva, em busca de mais luz.

Quando aqui chegamos, muitas vezes olvidamos o compromisso assumido. Envolvidos na onda vibracional deste sentimento ególatra que escraviza a humanidade, não raro desviamos, para lamentar mais tarde, do caminho que deveríamos percorrer.

A lei do Livre Arbítrio demonstra que a escolha da conduta a ser adotada no percurso da viagem física, tanto na a individualidade, quanto no cenário coletivo, é de nossa inteira e exclusiva responsabilidade. Impossível é transferir para outrem, os compromissos individuais, que assumimos na espiritualidade como tarefas impostergáveis, intransferíveis e de nossa única e exclusiva responsabilidade.

Cada um é responsável por esculpir o próprio destino. Ninguém é culpado pela  desdita ou pelo insucesso de outrem. Compromisso assumido é responsável na tarefa a ser executada tempestivamente. A segura condução do processo intransferível da auto iluminação, é tarefa indelegável destinada a fazer brilhar diante dos homens a própria luz, a centelha divina de cada individualidade. Quem busca a transformação interior através da renovação da mente, há de encontrar o caminho redentor da auto iluminação, visto que “ninguém educa sem se auto educar”.

Cada ser encontra-se plenamente comprometido com o processo transformador de sua própria consciência. É inegável que esta responsabilidade torna-se mais abrangente,  quando extrapola os estreitos limites da individualidade para alcançar os compromissos coletivos das autoridades temporais e daqueles  que exercem a sublime arte da comunicação.

Se não há autoridade por acaso e se o acaso não existe, quem assume poder de mando, ao fazê-lo, contrai o compromisso de prestar contas à sociedade, à Espiritualidade e ao tribunal da própria consciência. Olvidar compromissos espirituais, deixando-se levar pela nefasta influência do passageiro poder temporal, é medida meramente protelatória, para adiar resgate pessoal intransferível. Não é fácil a tarefa das autoridades que exercem poder de mando. Ninguém atravessa incólume a trajetória da caminhada evolutiva ferindo, tangenciando ou burlando a soberana lei do amor universal.

A lei de Causa e Efeito, que imperativa sustenta com equilíbrio, os parâmetros das colunas de débito e crédito da contabilidade espiritual, normatiza o procedimento da justa, misericordiosa, mais implacável Justiça Divina, estratificada nesta sentença crística: “A cada um segundo as suas obras.”

Este tormentoso momento da gloriosa transição planetária recomenda bom senso, cautela e prudência na utilização do pensamento, das palavras e das ações.  O burburinho da reclamação graciosa e improdutiva não acrescenta ao reclamante descauteloso e inconsequente nenhuma gota de simpatia. Nada representa para processo educativo das almas compromissadas com a construção de uma cultura de paz.

Evite, portanto e se possível, entrar nesta onda pessimista do pensamento em desalinho e procure não emitir juízo de valor e muito menos fazer crítica desairosa e improdutiva em desfavor de qualquer autoridade legalmente constituída.

Engrossar as fileiras de uma turba raivosa e enfurecida em tempo de vigilância e oração permanentes a nós nos parece ser uma experiência pouco recomendável a quem deseja contribuir positivamente com a edificação do reino dos Céus no coração da humanidade.

Todavia arrimado na soberana lei do Livre Arbítrio cada um é inteiramente livre, como o vento, como os pássaros e como a garça voando no arrebol, para seguir os ditames de sua própria consciência. Faça o que melhor lhe aprouver. Não se esqueça de passar pela vida urdido o bem, anelando deixar pegadas de amor e um rastro de luz pelos caminhos percorridos. Esteja sempre em paz.

 

(Irani Inácio de Lima, presidente da Associação Jurídico Espírita de Goiás)

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