A sociedade brasileira precisa mesmo é de mais desunião, não união
Redação DM
Publicado em 22 de setembro de 2018 às 23:41 | Atualizado há 7 anos
Nesse momento de embates, a maioria das pessoas, candidatos, políticos, “politicamente corretos”, falam que precisamos de união, fraternidade, coletivismo. Já eu acho que precisamos é da desunião mesmo.
“União” é um modo de dizer : não há princípios absolutos, temos de relativizar tudo, com base no consenso. O “consenso” baseia-se numa “média” do ser humano. Só que esta média do ser humano é preguiçosa, acomodada, não gosta de trabalhar, não gosta de estudar, tem raiva/inveja de quem quer evoluir, gosta de curtir, do prazer, não gosta da disciplina, dos limites, da contenção, da ordem, da hierarquia, do maior poder de quem tem mais méritos.
Isso pode parecer escandaloso, mas reflete a opinião de muitos filósofos da política, inclusive um dos maiores deles, Platão e sua República, Agostinho e sua Cidade de Deus, Carl Schmitt e seu “Romantismo Político”, Hayek e seu Caminho da Escravidão, etc. Dizem o óbvio : um indivíduo moral vale mais do que uma turba dissoluta.
Então, se o consenso não presta, que princípio devemos seguir ? O da Evolução. O problema é que muitos evoluem, se tornam mais fortes, ricos, poderosos, começam a pisar nos que estão em baixo.
Aí o pessoal do “consenso” chega e diz: tá vendo? Precisamos do Estado para contermos os mais fortes. Os do consenso ( esquerda) tomam o Estado, mas logo logo os mais fortes, inteligentes, ricos, arrumam um jeito de se aboletarem também no colo do Estado, tipo Odebrecht JBs , Bancos, etc.
Quando o Estado for fraco e o mercado forte, a transparência e a concorrência irão eliminar os “evoluídos do mal”, isso porque o que mais alimenta esses “superiores escrotos” é justamente o Estado.
O problema é que, para se chegar lá é preciso desmontar e libertar o Estado que os esquerdistas consensuais e os evoluídos/superiores escrotos dominaram, e não querem largar.
Aí entraria o Bolsonaro, o único que prega a desunião. Mas o que garante que ele não pegue tanto poder e instaure uma ditadura? Duas coisas : parece que ele não entrou neste esquema suga-Estado desta esquerda/direita aí acima. E a coisa principal, ele parece ser honesto, parece ser cristão.
O cristianismo genuíno me parece ser um desses Princípios q pode substituir- e tem sim de lutar abertamente contra – o relativismo consensual porque não freia a evolução de ninguém. Ao mesmo tempo em q não freia a Evolução, ele tem regras eficazes para combater a maldade dos evoluídos. Isso porque a base da evolução cristã é o amor e por causa disso o cristão evoluído não pisa nos outros.
A política, o Estado, a esquerda são contrários a um Princípio Organizador. Têm a ilusão de que, de um Colegiado, contrário a esse Princípio, irá surgir, automaticamente, exatamente um Princípio Organizador.Acham que o “consenso” gera Princípios. Quando o “colegiado” é, na verdade, o princípio de alguém disfarçado de “consenso”. Por isso q o esquerdismo, estatismo, na verdade, degeneram sempre no domínio das Maiores Autoridades
A “massa” inconformada , revoltada, ( estimulada e armada pela Esquerda – vide as milícias de Chaves ) , não adere às normas de Meritocracia Liberal ou Governo da Moralidade, não aceita os “ricos”, os “patrões”, os “coxinhas”. Essa massa precisa de força para conte-la. “Evangelho” não penetra seu primitivismo pulsional. Sem contraposição de um governo mais forte, degenera em Cuba, Venezuela. A Esquerda, Ciro, PTLulaHaddad, talvez até Marina , irão ter de promover milícias populares armadas para manter o funcionamento do comunismo, pois o sistema PT/Lula já não funciona mais, esgotou a Sociedade. Bolsonaro, ao tentar armar a população anticomunista (facilitação para porte de armas), talvez esteja pensando nisso.
A sociedade tem buscado no candidato Bolsonaro não um elemento propriamente “gestor do Estado”, mas sim um elemento garantidor de um Princípio Moral, um elemento dentro do Governo para fazer face à crescente dissolução da Moral dentro do Governo. Esta dissolução vem sendo progressiva, na medida em que o Governo, cada vez mais, vem sendo tomado por aqueles preguiçosos, oportunistas, frustrados, velhacos, ressentidos, raivosos, revoltados contra a Autoridade e a Moral, pervertidos e desviantes, desorganizados e dissolutos, que por incompetência e frouxidão não tem nada a fazer dentro da Sociedade Civil e, dentro do Estado, dentro da Política, colocam-se à margem dela. Esta última tem-se visto, portanto, cada vez mais como vítima de uma turba dissoluta que vem tomando o Estado. O problema, portanto, é muito mais Moral do que Econômico ou Político-Gerencial.
Em suma : É impossível estabelecer a ordem política sobre uma base consensual. É preciso da Autoridade do Ser Superior. Não “superior” em força, inteligência, dinheiro,poder; mas Superior em Moral, cuja base última é o Amor.
(Marcelo Caixeta, médico psiquiatra)