Brasil

A verdade sobre a sede da AGL

Redação DM

Publicado em 3 de dezembro de 2015 às 22:35 | Atualizado há 10 anos

O jornalista Ulisses Aesse, em seu sempre interessante Café da Manhã, inseriu na coluna, no último dia 23, esta nota:

“A Academia Goiana de Letras (AGL) ganhou há anos uma casa ao lado de sua sede, do então prefeito de Goiânia, Iris Rezende. Passados anos, e põe anos nisso, até hoje nada foi feito no local. Aliás, a falta de iniciativa na entidade, em relação a este tema, é cavalar.”

Quem passou essa informação ao colunista desconhece completamente os fatos. A verdade é esta:

Em 2008 o prefeito Iris Rezende Machado encaminhou à Câmara Municipal projeto de Lei por meio do qual se autorizava ao Executivo a doação de 350 mil reais “destinados à ampliação da sede da Academia Goiana de Letras”. Logo em seguida a entidade recebeu tal verba, que foi depositada no Banco do Brasil. Quando desse recebimento estava na presidência da AGL o acadêmico Luiz Augusto Sampaio. Como este, por motivo de saúde, renunciou ao cargo, coube a mim, como Primeiro Secretário assumir a direção do sodalício. Poucos dias após essa assunção comparecemos a cartório o professor e causídico José Augusto Pereira Zeca, proprietário do imóvel que a AGL adquiriu para ampliação da sua sede (nos termos da lei autorizativa da doação); e eu, como representante dela, para outorga da escritura de compra e venda. Esta foi lavrada e o vendedor recebeu os 350 mil reais.

Sublinha-se que esse era o único imóvel que podia ser adquirido pela AGL, porquanto, se a finalidade era a ampliação da sede, não havia outro confrontante que se interessasse por alienar o seu imóvel.

Na propriedade adquirida existe uma casa absolutamente inaproveitável, tal a precariedade do seu estado. Não se prestando a nenhuma destinação, o único destino que se lhe reserva é o da demolição total. Praticamente a AGL conta somente com o terreno respectivo.

Obviamente, para a construção de um prédio que signifique a ampliação da sede da entidade, são necessários recursos financeiros de que ela evidentemente não dispõe. Da aquisição para cá todos os presidentes da AGL envidaram esforços a fim de obter a indispensável ajuda do poder público, vendo-se frustrados os seus empenhos. Mesmo assim, em sua gestão, o presidente Getúlio Targino encaminhou à Agetop excelente projeto pelo qual o arquiteto que o fez nada cobrou. Esse órgão do Estado tem, pois, nos seus departamentos competentes, todos os elementos para execução da obra. Há uma promessa do governador Marconi Perillo de realizá-la. A AGL confia no compromisso do chefe do Executivo goiano.

A presidente Lêda Selma, sucessora, como se sabe, de Targino vem atuando com enorme empenho no objetivo de a Academia ter sede condigna. Confiante na palavra do governador, sua expectativa é a de que, já em 2016, que está tão próximo, no primeiro semestre ocorra o início da construção de um prédio de quatro andares no local da casa a ser demolida. Quanto a ser a demolição o único destino que essa casa pode ter, valho-me desta oportunidade para convidar não apenas o jornalista e amigo Ulisses Aesse como também a todos profissionais da imprensa goiana que se interessarem por ver in loco as condições do imóvel, a fazer uma visita à nossa Academia, onde tudo lhes será mostrado.

Por fim, quero acentuar um ponto que ainda virá a ser pormenorizadamente por mim informado: a situação de indigência em que vive a Academia Goiana de Letras.

 

(Eurico Barbosa, escritor, membro da AGL e da Associação Nacional de Escritores, advogado, jornalista e escreve neste jornal às quartas & sextas-feiras – E-mail: [email protected])


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