Brasil

Academia: nota dez, com louvor

Redação DM

Publicado em 12 de maio de 2017 às 02:39 | Atualizado há 8 anos

Memorável a noite de 8 de maio (última segunda-feira). A Academia Goiana de Letras realizou solenidade pela reabertura dos seus trabalhos em sede magnificamente restaurada e até mesmo ampliada. O funcionamento da entidade se tornara praticamente impossibilitado, tal a precariedade das condições provocadas pelos 78 anos de existência da chamada Casa de Colemar. Foram necessários 7 meses de obras de restauração e ampliação, cujo custo foi de 250 mil reais. A presidente da Academia, a poetisa e cronista Lêda Selma de Alencar, teve de se desdobrar no empenho pela obtenção dos recursos. Até o seu esposo José Geraldo e sua filha Cíntia se integraram ao grande esforço. Foi um trabalho de singular grandeza.

A inauguração da nova fase teve a prestigiá-la a presença do governador Marconi Perillo, de dezenas de autoridades representativas da administração estadual e da municipalidade. O chefe do Executivo estadual, entre suas manifestações incluiu a de que a subvenção anual não somente à AGL mas a todas as instituições culturais regularmente estabelecidas, já teve concretizada a autorização oficial para o seu repasse. Essa subvenção está já há 4 anos sem concretude. Tratou-se, pois, de medida expressivamente alvissareira. A indigência de uma instituição como a Academia Goiana de Letras, bem como, naturalmente, de todas as congêneres, poderá deixar de se constituir em um dos aspectos deploráveis da ausência de apoio aos setores literários e artísticos em Goiás. Observou-se naquela noite do dia 8 manifesta euforia pelas novas perspectivas.

Encanta a beleza das novas instalações da AGL. Além da qualidade das obras restauradoras, bem como a adequação de novas instalações, a Casa da Rua 20 que em 1988 o governo Henrique Santillo adquiriu a Colemar Natal e Silva com a finalidade de ser a sede própria tão sonhada pela Academia, está a orgulhar não somente os acadêmicos e sim a todos quantos anelavam por uma Academia representativa da expressão literária goiana. Uma demonstração, verbi gratia, altamente expressiva do apreço da sociedade anhanguerina pelo principal silogeu do seu Estado, foi dada poucos dias antes: na calçada da Rua 20 em frente à Academia reuniram-se centenas de pessoas a fim de ali obter exemplares de obras de autores goianos, ali presentes devidamente autografadas por eles. Foi um espetáculo magnífico e que resultou de uma sugestão do grande escritor Ursulino Leão, o qual distribuiu 60 exemplares dos seus livros. Calculo que cerca de 500 obras, avidamente solicitadas por um público em que se mesclaram leitores de todas idades, foram ali distribuídas. O fato repercutiu tão bem que se vai tornar periódico hábito da Academia.

Faço questão de registrar que a bela noite acadêmica do dia 8 contou com magnífica participação da cantora Maria Eugênia, cuja voz e interpretação, como sempre causaram fortíssima impressão. Trata-se de uma artista perfeita.

A Academia reiniciou ontem à noite as suas atividades regulares. Não foi uma sessão ordinária mas sim de confraternização em que a euforia foi a nota dominante.

A AGL conta ainda com a excelente área limítrofe ou contígua adquirida há poucos anos, por ato autorizativo do prefeito Iris Rezende Machado, ao professor José Augusto Pereira Zeca. A casa ali existente, por absoluta inutilidade, dadas as suas condições extremamente precárias, vai ser demolida a fim de que o respectivo terreno venha a cumprir finalidade útil. Na próxima sessão da Academia o assunto será objeto de definição. Não tenho dúvida de que será mais um passo para a afirmação do engrandecimento da instituição.

 

(Eurico Barbosa, escritor, membro da AGL e da Associação Nacional de Escritores, advogado, jornalista e escreve neste jornal às quartas & sextas-feiras – E-mail: [email protected])


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