Alex Preto e Anderson Mateus, orgulho da raça

Negro é a cor do vencedor

O dia 13 de maio é uma ficção que não colou no calendário

Preto sim, e com muito orgulho, no painel das categorias e um sorriso operário

Talentoso, gostoso, professor, juiz, capacitado

Trabalhar, buscar, ocupar seu espaço com dignidade

Dupla vencedora mostrando que muitas vezes o preconceito não é racial:

É social…

Alex e Anderson, tal qual Pelé e tantos outros campeões da sua raça

Plantar, colher, vencer, regar, ser importante

O valor não está expresso na epiderme e sim no caráter e talento

Admirável mundo ébano, dois irmãos, duas imagens e dois talentos raros

Voz de comando, biografia exemplar, dupla animada, jamais negada

Seria a cor uma proposta saborosa desta gente tão talentosa?

Lei Afonso Arinos, preconceitos, separações, divagações sociais

Só não vou rimar racismo com ci-nismo…

Um é juiz de futebol e todos esportes; e o outro professor no denso campo das atividades

Deus não tem divisão, coloração; só amor…

E o dia 13 de maio é uma data fechada na gaveta da alforria.

Alex Preto e Anderson Mateus, orgulho de uma raça unida, querida

A lei é clara, a categoria é rara

Seria o tecido social uma metáfora que não vingou?

Dois irmãos campeões, provando que o sangue subverte os códigos

O caráter vence a falsa transparência; o amor é a identidade humana

Essa gente bacana que ama e trabalha, vence e convence

Só somos escravos de nossas dúvidas…

O Brasil é mulato: o país é Damangueira, gente festeira; e Alex Preto, verdadeiro

Orgulho de uma raça, sem medo, pecado social refeito

Pegadas na areia de uma nação miscigenada, amada, tateando segredos

Somos todos filhos de um mesmo Pai,

Inquilinos da sabedoria:

Pois o preconceito é uma calça surrada que não desfia o tecido social…

Professor Alex Preto e juiz Anderson Mateus, orgulhos de uma raça

Provando que todo ser humano é igual e todo preconceito é banal.

(José Carlos Vieira, escritor, jorna-lista do Jornal Folha da Cidade, Rio Verde. E-mail [email protected])