Análise lógica e coerente
Diário da Manhã
Publicado em 10 de fevereiro de 2018 às 23:22 | Atualizado há 7 anos
Em relação ao progresso que possa ser conquistado pelo Espírito, podemos analisá-lo sob três aspectos.
O período material, no qual a influência da matéria predomina. Nesta fase ela exerce grande controle sobre o Espírito. É quando os seres se entregam às paixões, ao ponto de acharem que a vida não tem sentido se não se aquecerem nos ímpetos do desejo.
Investem criatividade, imaginação, tempo, dinheiro, saúde, na busca de tão necessária e vital atividade. Aqui, a sensualidade exige atendimento e custa muito caro, em todos os sentidos. Ligados aos bens temporais, são completamente refratários às ideias espirituais.
O segundo período é o de equilíbrio. É quando as influências da matéria e do Espírito se equiparam. Sujeito aos interesses materiais, o ser pressente e deseja alimentar a sua alma, que anseia por ideias consistentes, se nutre de boas leituras, busca conversação edificante, trabalha consigo mesmo, procura valorizar seu tempo em algo construtivo.
Nesses dois primeiros períodos o Espírito está sujeito à reencarnação, que poderá ocorrer em mundos inferiores ou médios.
O terceiro período é o espiritual. É quando o Espírito domina a matéria e não mais precisa reencarnar em corpos perecíveis. Até o seu trabalho é inteiramente espiritual. Não trabalha materialmente. Este é o estado dos Espíritos nos mundos superiores.
A facilidade com que certas pessoas aceitam as ideias espíritas, das quais, parece, têm a intuição, indica que pertencem ao segundo período; mas entre estes e os outros há uma multidão de graus que o Espírito transpõe tanto mais rapidamente quanto mais próximo do período espiritual.
É assim que, de um mundo material como a Terra, pode ir habitar um mundo superior, como Júpiter, por exemplo, conforme relata Allan Kardec na Revista Espírita, Jornal de Estudos Psicológicos. Mas isso só acontece se o avanço moral e espiritual for suficiente para o dispensar de passar pelos graus intermediários.
Depende, pois, do homem, deixar a Terra sem retorno, como mundo de expiação e prova para ele, ou a ela não voltar senão em missão. Informação trazida através de uma mensagem recebida por via mediúnica, constante da Revista Espírita de fevereiro de 1864, recebida na Sociedade Espírita de Paris pela médium Srta. A.C.
Na referida fonte, Allan Kardec, ao explanar sobre os limites da reencarnação, esclarece: A reencarnação é necessária enquanto a matéria domina o Espírito. Mas, desde que o Espírito encarnado chegou a dominar a matéria e a anular os efeitos de sua reação sobre o moral , a reencarnação não tem mais nenhuma utilidade nem razão de ser.
Com efeito, o corpo é necessário ao Espírito para o trabalho progressivo até que, tendo chegado a manejar este instrumento à vontade, a lhe imprimir sua vontade, o trabalho esteja realizado.
Então lhe é necessário outro campo para a sua marcha, ao seu adiantamento para o infinito. É-lhe necessário um outro círculo de estudos, onde a matéria grosseira das esferas inferiores seja desconhecida.
Tendo se depurado e experimentado suas sensações, na Terra ou em globos análogos, o Espírito está maduro para a vida espiritual e seus estudos.
Havendo-se elevado acima de todas as sensações corporais, não mais tem nenhum desses desejos ou necessidades inerentes à corporeidade.
É Espírito e vive pelas sensações espirituais, que são infinitamente mais deliciosas do que as mais agradáveis sensações corporais.
Ensinamentos do Codificador numa análise lógica e coerente.
(Elzi Nascimento – psicóloga clínica e escritora / Elzita Melo Quinta – pedagoga – especialista em Educação e escritora. São responsáveis pelo Blog Espírita: luzesdoconsolador.com. Elas escrevem no DM às sextas-feiras e aos domingos. E-mail: iopta@iopta.com.br (062) 3251 8867))