Anápolis pode evoluir muito mais
Diário da Manhã
Publicado em 28 de janeiro de 2016 às 22:49 | Atualizado há 9 anos
Quando assumi a Prefeitura de Anápolis em 2001 encontrei um cenário de caos e abandono. A administração anterior, de responsabilidade de Adhemar Santillo, havia deixado salários atrasados, fornecedores e uma série de outros compromissos simplesmente ao Deus-dará. Em uma Era pré-Lei de Responsabilidade Fiscal, o desleixo com a gestão pública era uma marca registrada de quem não tinha outro interesse se não agradar aliados e um total descompromisso com a população.
No entanto, as ações que promovemos renovaram a esperança dos servidores e da população de nossa cidade. Acima de tudo, percebi que o potencial que eu enxergava em Anápolis quando me lancei candidato era ainda muito maior. Com acesso aos detalhes da administração e do cotidiano da gestão pública, compreendi o quanto era possível empreender e inovar.
O provincianismo no trato da coisa pública era o mais notório quanto ao atraso. Os anapolinos andavam pelas ruas envergonhados e não tinham qualquer condição ou motivação para defender sua cidade. Vivíamos um momento no qual o município se reafirmava como um ponto de pouso. Aqui as pessoas passavam ou dormiam por uma noite para seguir suas viagens. E grande parte desta situação limitada era da política realizada na cidade. Desde a política partidária, passando pela Câmara Municipal e pelo Executivo. E, ainda, os segmentos organizados da sociedade, com métodos retrógrados e entediantes. Não havia inovação.
Um dos retratos mais fieis era o comércio. A cada mês perdíamos mais e mais espaço para os pontos em Goiânia. Comprar na capital era status ainda que fosse o mesmo produto vendido aqui. Isto se dava pelo enfraquecimento da imagem da cidade.
Buscamos mudar este horizonte com um choque generalizado em diversos setores. Modificamos a forma de fazer política, de promover ações envolvendo o poder público municipal e renovamos o pensamento das pastas municipais colocando pessoas novas, muitas delas sem ligação com partidos políticos ou com as práticas antigas. O resultado foi imediato. Além de conquistarmos uma aprovação recorde na avaliação popular em nosso primeiro ano de mandato, ainda percebemos o despertar de um novo sentimento no anapolino.
E é isto que enxergo na Anápolis de agora. O município evoluiu tremendamente. Cresceu financeiramente, os serviços municipais avançaram e ampliaram sua capacidade de atendimento à população e houve claramente um projeto de modernização em todas as áreas. No entanto, novamente a cidade se vê estagnada e retornando à inércia do sentimento de inferioridade. Começa a perder espaços para outros municípios do interior como Rio Verde e Aparecida e, com isto, novamente o anapolino se furta a bater no peito e se orgulhar da cidade.
É preciso desencardir Anápolis deste espírito pejorativo de interior, de “currutela”, de apêndice de Goiânia. É preciso reivindicar independência e respeito e é nisto que eu acredito: uma renovação nos ânimos e nas práticas para devolver Anápolis nos trilhos do desenvolvimento cultural, comportamental e econômico.
É com este objetivo que tenho me lançado à árdua missão de ser pré-candidato à Prefeitura: para capitanear um projeto renovado, completamente inédito, que vise o desenvolvimento e a busca de uma cidade mais cosmopolita, sem caipirismos políticos e grupos fechados que vão se revezando. É preciso retomar este crescimento. Anápolis pode evoluir muito mais.
(Ernani de Paula, empresário, ex-prefeito de Anápolis)