Opinião

Após reportagem da IstoÉ, Lula é convocado a depor na PF

Redação DM

Publicado em 7 de março de 2016 às 01:12 | Atualizado há 9 anos

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi convocado para depor na Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira, 4, após a revista IstoÉ publicar reportagem sobre delação premiada de Delcídio do Amaral (PT-MS). Segundo a publicação, o senador afirmou que Lula tinha conhecimento das propinas que se instalaram na Petrobrás. O senador, de acordo com a revista, teria revelado que Dilma tentou interferir no andamento da Lava-Jato. Delcídio, no entanto, disse que não foi procurado pela jornalista Monica Bergamasco – autora da matéria – para maiores esclarecimentos sobre a suposta delação.

“Não conhecemos a origem, tão pouco reconhecemos a autenticidade dos documentos que vão acostados ao texto”, diz a nota, que foi redigida pela assessoria de imprensa do senador. Ele foi preso em 26 de novembro de 2015, acusado de tentar obstruir sua participação em esquema de corrupção na Petrobrás. Em 19 de fevereiro, no entanto, Delcídio foi solto e passou a cumprir a pena em prisão domiciliar. Ontem, 3, ele teria detalhado o envolvimento de Lula e Dilma em esquema.

Em reposta a delação premiada, Dilma afirmou que petista fez as acusações com propósito de atingi-la. Ela classificou como “lamentável” o conteúdo da delação premiada – que segundo a presidente, é ilegal. “É lamentável que ocorra ilegalmente o vazamento de uma hipotética delação premiada que teve como objetivo atingir minha pessoa pelo desejo imoral e mesquinho de vingança de quem não defendeu quem não poderia defendido pelos atos que praticou”, criticou.

Ela lembrou que, em 2014, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, arquivou investigação pela compra de Pasadena. Ela disse que não havia delito por parte do Conselho de Administração da Petrobrás no negócio. Para ela, são “subjetivas” e ‘insidiosas” as acusações do senador. “Eu jamais falei com o senador sobre isso. Do ponto de vista inconstitucional , não teria nenhuma razão de pedir para um senador falar com um juiz”, afirmou.

O presidente do PT (Partido dos Trabalhadores), Rui Falcão, disse que o mandato coercitivo – quando não se pode negar a prestar depoimento – representa um ataque à democracia e à constituição. Ele afirmou que houve uma criminalização do PT, por parte de setores elitistas. “Aliciam inimigos da democracia tribunais, no Ministério Público, na Polícia Federal”, afirma. Falcão acredita que o sistema judiciário foi influenciado pela mídia. “São protegidos pela imprensa”.

Já o líder do PSDB (Partido Social Democrata Brasileiro), Aécio Neves, afirma que há motivos para o impeachment de Dilma e convoca militantes para irem às ruas, no próximo dia 13. Em seu twitter, ele disse que deseja ver os brasileiros expressarem suas indignações com o que vem acontecendo no governo. “Espero que os brasileiros demonstrem no dia 13 sua indignação com o que vem acontecendo no Brasil, com a corrupção e o desemprego”, escreveu. Aécio defendeu as investigações da PF, e falou que dá apoio às instituições democráticas. “Como presidente nacional do PSDB, minha palavra é de absoluto apoio e solidariedade às nossas instituições. Nossa democracia hoje é sólida.”

Em nota, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) repudiou as ações da Operação Lava Jato. Segundo a entidade, o Brasil vive um momento decisivo e frisou que a democracia está em risco e o estado democrático de direito sendo violado. “Setores conservadores utilizam o Judiciário e os grandes conglomerados de comunicação, controlados por seis famílias, para perseguir o ex-presidente Lula e seus familiares com uma campanha sórdida de mentiras e acusações sem provas”, afirma.

No próximo dia 13, o Movimento Brasil Livre convoca os militantes para ir às ruas. Em Goiânia, as manifestações estão marcadas pare iniciar-se na Praça Tamandaré, no Setor Oeste, às 14h. “O Brasil não aguenta mais tanta corrupção, fraude e incompetência”, convoca o movimento, em página no facebook.

 

(Marcus Vinícius Beck é estudante de jornalismo)

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