Opinião

Aquino: Caldas Novas evoluiu

Redação DM

Publicado em 20 de janeiro de 2017 às 01:08 | Atualizado há 8 anos

Li o artigo do jornalista Luiz de Aquino republicado na edição do dia 18 de janeiro no caderno de opinião do jornal Diário da Manhã. Aquino é um filho ilustre de Caldas Novas, muito admirado por todos aqueles que militam nas letras e nas artes, que são às centenas aqui na “Cidade da Família”.

É bem verdade que o bem lustrado Aquino muito conhece do passado da bela terra das águas quentes, mas, no artigo republicado no dia 18, cometeu as incongruências típicas daqueles que, há anos a fio, não vistam demoradamente a terra natal. Passam, assim, por ela, como balaços, rápidos e descuidados.

É notório que Caldas Novas vem seguindo em passos amplos e firmes para a preservação do patrimônio histórico e da imagem da cidade. Um deles é o slogan de turismo familiar, que, somado a ações concretas da prefeitura e do governo do Estado, trouxeram os turistas de volta à cidade, mesmo na maior das crises econômicas.

Práticas assim mantiveram a economia local em alta, consolidando em 2016 (ano do artigo) como o município goiano que mais gerou empregos em Goiás, conforme manchete de capa do jornal O Popular do dia 31 de janeiro daquele ano.

Antes de adentrar o mérito das análises, é preciso-lhe submeter-se às jurisprudências. Sabe-se, de antemão, que Aquino é crítico das gestões de Magal desde tempos imemoriais. Denota desde a época de legislativo estadual, quando o atual prefeito era deputado e líder de governo. Mas, o direito de não gostar é inerente à Aquino. Há quem o diga que o faz por apoio deliberado aos setores oposicionistas. Eu, particularmente, não creio. Acredito que discorda pelo simples gosto primário de contrariar.

Ainda assim, aquele Aquino ferino e desvairado de outrora se manteve com uma fagulha de lucidez ao prever no texto (foi inicialmente publicado em janeiro de 2016, mais de um ano atrás), a vitória de Magal, que se reelegeu pelo voto livre e via sufrágio democrático para a gestão do quarto mandato. Sabe-se que ninguém anódino chega a façanha de governar a maior cidade turística de Goiás por tanto tempo. O fez por que tem méritos reconhecidos em áreas importantes, como a saúde, a educação, a infraestrutura, o turismo e a preservação da história de Caldas Novas.

A administração pregressa e sua atual continuação anotou avanços sólidos, como pode, à larga, enumerar, detalhar, simplificar e, quiçá, desenhar, a amiga de Luiz Aquino, a professora emérita da Pontifícia Universidade Católica e atual secretária de Cultura, Gabriela Azeredo. A própria Gabi, como é carinhosamente chamada, é filha de Mauro Santos, neta de Oscar Santos, patrimônios morais da cidade. Ela por muito coordenou, seja na Cultura ou na Educação – pasta que já ocupou – ações de desenvolvimento e pacificação da ordem urbanística.

Marcos históricos da cidade receberam completa restauração, observando cuidadosos métodos arquitetônicos. O próprio Casarão dos Gonzaga está hoje como era quando aqui chegaram os tropeiros e, antes deles, os bandeirantes vindos de São Paulo e de Minas Gerais há quase 300 anos. Restaurado, belo, organizado, recebendo atrações sociais e turísticas de todo o País.

No campo da literatura, prosperou as bibliotecas públicas, em muito embaladas pelo ímpeto de Magal e da Gabi ao oferecer os clássicos nacionais e internacionais das letras aos estudantes e moradores locais. Rebrotou aqui, caso não saiba, Aquino, a Biblioteca Josino Bretas, batizada com o nome de um dos maiores professores destas terras. Aqui está também a Biblioteca Bernardo Élis, complexo amplo e aberto ao público que leva o título do Machado de Assis de Goiás, o bastião de obras memoráveis como “O Tronco”, “A Enxada” e “Veranico de Janeiro”.

Na baila, brotaram junto com as águas quentes o Balneário Municipal, hoje completamente revitalizado e revivido na gestão de Magal. Estava parado no tempo há 20 anos, sujeito às intempéries da natureza e a força marginal do homem. O complexo que fora inaugurado em meados de 1950 com JK recebeu, em 2016, comitiva de gestores, Marconi entre eles, o senador Wilder, Magal à frente, conduzindo as torneiras que jorram o liquido preciso que saem das fendas profundas da Serra de Caldas.

Para sair das obras físicas, que são abundantes e pacificadas, Aquino arremessou à época contra a Câmara Municipal, que acusou em blastema de possuir apenas “um nascido em Caldas Novas”, como se tal escolha popular fosse crime mortal. Não é, claro, por que é a força migratória ajuda a crescer Caldas Novas, Goiás e o Brasil. Ainda que falasse da legislatura 2013-2016, Aquino também errou. Compunha, e se reelegeu, reservas morais como o progressista Otaviano da Cruz, figura tradicionalíssima e querida na cidade.

No Poder Legislativo de hoje, não há o que se questionar nesta seara. Existem naquela tribuna oito filhos de papel passado de Caldas, muitos outros naturalizados, que vivem aqui há mais de 30 anos, e ainda aqueles que chegaram e já deram suas contribuições significativas à municipalidade.

Aquino mexeu num vespeiro e digladiará com o jovem de 29 anos e aguerrido vereador Rafael Moraes, do PTB, líder de Magal na Câmara e eleito com mais de 1100 votos. A luta será firme, forte e selvagem, mas sempre no campo das letras e das ideias, como é de praxe para Rafael e para Aquino.

A mim, fica o meu humilde pedido ao colega de tribuna do Diário da Manhã: não deixe que a raiva lhe turve o coração. Use a lógica e os fatos. Não faça que a malfadada alcunha equestre de outrora transpasse a anedota para a crua realidade.

 

(João Paulo Teixeira, publicitário pela UFG, pós-graduado em marketing pela FGV, atual secretário de Comunicação de Caldas Novas)

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