As duas faces do terror
Diário da Manhã
Publicado em 23 de novembro de 2015 às 23:39 | Atualizado há 9 anosNão é de se admirar.
O Estado Islâmico, que tem espalhado o terror por toda parte do mundo, não poderia ter uma história de vida tão aterradora quanto suas práticas de subsistência.
O Estado Islâmico funciona como uma corporação muito bem administrada, que detém o monopólio do petróleo em uma área com mais de 12 campos de exploração, só faz negócios em dinheiro e vive de extorquir seus “clientes”.
Ao contrário da Al Qaeda em seu apogeu, que dependia pesadamente de doações de milionários estrangeiros, o EI é autossuficiente e tem um “portfólio” de atividades muito variado.
O principal negócio da facção é o petróleo. O EI detém 60% da produção de petróleo da Síria e controla cerca de 12 campos de exploração em território sírio e iraquiano.
Segundo estimativas de traders, analistas e do Departamento do Tesouro dos EUA, o petróleo rende cerca de US$ 2 milhões por dia para a facção terrorista.
Mas quem compra o petróleo “roubado” pelo Estado Islâmico? Todo mundo, até o governo do ditador Bashar al-Assad, inimigo dos islamistas.
A população civil na Síria, os curdos que controlam o norte do país, o governo Assad, a oposição, todos dependem do petróleo vendido pelo EI.
E muita gente transformou isso num grande negócio: compram do EI com deságio e contrabandeiam o combustível barato para a Turquia.
Em algumas cidades turcas na fronteira com a Síria, moradores usam tubulações de plástico enterradas no solo, originalmente utilizadas para irrigação, para contrabandear o petróleo sírio. Caminhões-tanque vêm de toda a Turquia para comprar combustível barato.
A polícia turca fazia vista grossa, mas, nos últimos meses, pressionada pelos EUA, começou a fechar o cerco.
As restrições apenas tornaram os contrabandistas mais criativos. Eles agora atravessam a fronteira a pé, montados em mulas ou cavalos, levando galões de petróleo sírio.
Em um dos maiores campos sírios sob controle do EI, o de Al-Omar (que foi bombardeado por caças franceses poucos dias antes dos ataques em Paris), há uma fila de mais de 5 quilômetros de caminhões-tanque, segundo reportagem do “Financial Times”.
Esses caminhões compram o petróleo e vendem para contrabandistas ou direto para refinarias.
Muitas das instalações de refino foram bombardeadas pela coalizão. Então o EI começou a comprar refinarias portáteis da China.
Mas os EUA descobriram e começaram a bombardeá-las também. Hoje, restam poucas instalações, e muitos sírios “empreendedores” montaram refinarias de fundo de quintal, em que queimam o combustível e usam buracos no chão.
O diesel resultante é de péssima qualidade, por isso grande parte dos carros na Síria está quebrada. Mas o preço é um terço do petróleo e do diesel “oficiais”.
“A única coisa que existe nessa região é o petróleo, e as pessoas precisam disso para viver”, explica o especialista em Síria Joshua Landis, chefe do Centro de Estudos de Oriente Médio da Universidade de Oklahoma e editor do blog SyrianComment.
O EI tem muitos gastos, porque mantém um Estado: tem que pagar salários de servidores públicos, subsidia pão para a população e precisa usar cada vez mais combustível em suas operações militares.
Mas o EI tem a vantagem de ter diversificado seus negócios.
A facção lucra cerca de US$ 12 milhões por mês com “impostos” (eufemismo para extorsão) cobrados nas cidades que domina, segundo estudo de Charles Lister, da Brookings Institution.
Os caminhões que trafegam no oeste do Iraque, trazendo alimentos da Síria e da Jordânia, precisam pagar uma “taxa alfandegária” que era de US$ 300 por veículo em setembro de 2014.
Em Raqqa, a facção cobra US$ 20 a cada dois meses de comerciantes, em troca de eletricidade, água e segurança.
Há também o imposto de renda de pessoa jurídica, retido na fonte: farmácias em Mossul, capital do EI no Iraque, pagam uma taxa de 10% a 35% do valor dos remédios que vendem.
Na mesma cidade, estudantes de ensino fundamental pagam ao EI US$ 22 por mês, e universitários, US$ 65.
Os agricultores precisam entregar parte da colheita de trigo e cevada ao EI a título de “zakat” (imposto religioso, espécie de dízimo). Além disso, muitas vezes os extremistas confiscam máquinas agrícolas e então as alugam para os mesmos agricultores de quem as confiscaram.
Os cristãos vivendo em cidades dominadas pelo EI pagam a taxa chamada “jyzia” para evitarem ser mortos por não serem muçulmanos.
O governo americano acredita que o EI levantou pelo menos o equivalente a US$ 500 milhões ao se apoderar de agências de bancos estatais no oeste do Iraque no ano passado.
Nas agências de bancos privados na região, o EI instalou gerentes e passou a cobrar 5% de todas as retiradas.
SEQUESTROS
Outra fonte de receita da facção terrorista são os sequestros, que renderam mais de US$ 40 milhões ao EI no ano passado, segundo a FATF (Força Tarefa de Ação Financeira).
Os Estados Unidos e o Reino Unido se recusam a pagar resgates. Mas a França, por exemplo, teria pago US$ 18 milhões em abril do ano passado pelo resgate de quatro reféns franceses.
A facção também sequestra iraquianos e sírios de classe média. A Al Qaeda na Península Arábica faturou cerca de US$ 20 milhões com resgates entre 2013 e 2014, bem menos que o EI.
ANTIGUIDADES
Militantes do EI também saqueiam antiguidades de museus ou monumentos em cidades que controlam e as vendem no mercado negro. Segundo a Unesco, o EI ocupa mais de 4.500 locais de escavação arqueológica.
É muito difícil ter estimativas seguras, mas cálculos do governo americano, da Fatfa e de analistas indicam que o EI faturou pelo menos US$ 1,2 bilhão no ano passado, a grande maioria proveniente da venda de petróleo.
Como comparação, o Taleban chegou a arrecadar US$ 200 milhões por ano no Afeganistão com tráfico de drogas e contrabando de madeira e minerais, no apogeu da facção.
Contra a Al Qaeda, sanções financeiras eram mais eficientes, porque os doadores muitas vezes usavam o sistema financeiro internacional.
No EI, só dinheiro vivo circula, normalmente por meio de portadores, e a maioria das transações se dá dentro da Síria e do Iraque.
“As fontes de receita do EI são profundas e diversificadas. Com exceção de organizações terroristas bancadas por Estados, o EI é provavelmente a facção terrorista com maior poder financeiro que nós já enfrentamos”, disse em discurso no fim do ano passado David S. Cohen, subsecretário do Tesouro americano para Inteligência Financeira e Terrorismo. (Fonte: Folha UOL).
Coniscidência ou não, esta é a história do PT – Partido dos Trabalhadores – em início de carreira.
A implantação do comunismo no Brasil era o objetivo dos terroristas que integravam a facção terrorista chamada Var Palmares.
Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares) foi uma organização política armada brasileira deextrema esquerda que combateu aditadura militar brasileira (1964-1985) utilizando-se de tática de guerrilha urbana, visando à instauração de um regime comunista no Brasil. Surgiu em julho de 1969, como resultado da fusão do Comando de Libertação Nacional (Colina) com a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR).
Sua primeira direção foi composta por Carlos Lamarca, Cláudio Ribeiro, Juazrez Guimarães, Maria do Carmo Brito, Antônio Roberto, Carlos Alberto Soares e Carlos Franklin Pauixão de Araújo (ex-marido da presidente Dilma Rousseff e pai de sua filha Paula), e Dilma Roussef, que também fazia parte desta cúpula.
Eles promoviam assaltos armados e roubavam, principalmente bancos, pediam dízimo, sequestravam, matavam, práticas idênticas ao terrorismo praticado nos dias atuais.
A ação mais conhecida da organização foi o roubo do “cofre do Adhemar”, contendo pouco mais de 2,5 milhões de dólares, em espécie, realizada em 18 de julho de 1969. Esse cofre encontrava-se na residência de Anna Gimel Benchimol Capriglione, conhecida nos meios políticos pelo codinome “dr. Rui”, secretária e amante do ex-governador de São Paulo, Adhemar de Barros.
Em 5 de fevereiro de 1972 militantes da VAR-Palmares, e mais outras duas facções assassinaram a tiros o marinheiro inglês David Cuthberg, que se encontrava no país juntamente com uma força-tarefa da Marinha Britânica as comemorações dos 150 anos de independência do Brasil.
Também assassinou em 26 de junho de 1968 o soldado Mário Kozel Filho em um atentado ao Quartel General do II Exército, em São Paulo.
A organização sequestrou o embaixador suíço Giovanni Enrico Buscher em dezembro de 1970, e também foi responsável pelo sequestro do cônsul-geral do Japão em São Paulo, Nobuo Okuchi, em março daquele ano. Pediam dinheiro para o resgate.
Esta é a outra face do terrorismo no Brasil. Terroristas são mortos em todas as partes do mundo. No Brasil, eles são eleitos.
Profissionais do crime, o PT tem se mantido no poder com articulações duras e surreais.
Veja o exemplo do STF (Superior Tribunal Federal): em 12 anos de poder, Dilma Roussef e Luiz Inácio Lula da Silva indicaram 13 ministros para este órgão. A composição total é de 11 (onze) ministros. Só Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto bateram esse recorde.
O Brasil está refém destes terroristas que chegaram ao poder através do voto popular.
E como não poderia ser diferente, eles usam de todos os artifícios para se manterem no poder, inclusive a fraude nas urnas eletrônicas. Não fosse assim, o ministro do STF e seu atual presidente, Dias Toffoli, não barraria o voto impresso. Barrou. E ainda disse descaradamente que “impressão de voto pela urna é retrocesso”.
Demóstenes Torres apresentou tese correta de que, com foro privilegiado, as provas não poderiam ter sido autorizadas pelo Tribunal de Justiça de Goiás, mas pelo STF (Superior Tribunal Federal). Foro privilegiado é matéria que se estuda no primeiro ano de Direito.
Perdeu por 4×1 no STJ.
Representante da direita brasileira, ousou, quando Senador, desafiar a cúpula do PT. Foi cassado e a perseguição está mantida, por se constituir uma ameaça aos donos atuais do poder, como voz de oposição.
Termino meu artigo parafraseando o primeiro parágrafo que redigi para elucidar o que seria o Estado Islâmico, agora definido a atual situação política no Brasil: Não é de se admirar. O Partido dos Trabalhadores não poderia ter uma história de vida tão aterradora quanto suas práticas de subsistência.
Assim fica muito difícil.
(Silvana Marta de Paula Silva, advogada e escritora – Twitter:@silvanamarta15)