As eleições e o bigode do gato
Diário da Manhã
Publicado em 20 de fevereiro de 2018 às 00:05 | Atualizado há 7 anos
Eleitor: célula do vasto corpo multiuniversal, este é solicitado a comparecer às urnas eleitorais em 2018. Irá eleger prestadores de serviços temporários para os cargos de: presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais. Quantos serão eleitos? Qual a real função a ser desempenhada? São questionamentos básicos, e a maioria do eleitorado, não sabe responder.
O brasileiro entende e se dedica com maior afinco às coisas do futebol decadente, do que ao processo político. Essa postura desinteressada alimenta a corrupção e incompetência de parte de nossos governantes e legisladores.
Desde o Brasil Império as políticas públicas para a Educação são acanhadas e até hoje, as grades curriculares do ensino fundamental, não contemplam ferramentas para esclarecer o estudante (futuro eleitor). O gargalo favorece para que se torne um cidadão leigo. O desprezo pelos temas ligados à política depõe contra a nossa jovem democracia, que necessita de atenção especial. Hoje, o sujeito pensa em como vai ter plano de saúde e não em como será atendido pelo Sistema Único de Saúde. Oportunizar discernimento para a população não é prioridade para a classe dominante. Paradigmas rançosos dos séculos XVlll, XlX e XX estão ativos na memória e atos de muitos descendentes de coronéis da política nacional.
Assistindo a TV Senado veremos que imensa parcela de nossos representantes, estão ali em interesse próprio. Os “excelentíssimos” usam de agressões verbais e físicas entre si, para todo o mundo ver! O eleitor, através de seu voto, está outorgando procuração para elementos despreparados técnica e emocionalmente. Seres desprovidos da ética, desrespeitosos e desconhecedores das normas básicas da língua portuguesa. Dentre os Presidentes da República e Governadores de Estado, a moda atual, é dizer que desconhece os fatos. Isentando-se de responsabilidade pela coisa pública, no intento de salvar a própria pele, e esta dos seus queridos.
Grandes esquemas de corrupção estão sendo desmantelados, nos últimos anos. Estamos vivenciando um instante de transição na história brasileira, é primordial conscientizar-se e ser atuante. Não seremos recompensados por nos abster, mas sim, por tomarmos atitudes baseadas no discernimento e na parceria. O cidadão em geral, precisa buscar informações referentes a vida pregressa de cada pré-candidato e candidato. Ao jovem, cabe engajar-se no processo político de maneira efetiva. A título de reflexão, cito pesquisa realizada pelo Datafolha e Ibope, divulgada no início de Fevereiro, indicando que 53 milhões de brasileiros querem votar no ex-presidente Lula. A Reforma Política necessita acontecer com extrema urgência. A Lei da ficha limpa representa um passo interessante, apesar de tímido. Nossas autoridades públicas estão apenas, passando açúcar no bigode do gato!
(Ronaldo Marinho, escritor, gestor)